Jean dos Santos se afogou no Rio Paraíba do sul na noite de sexta-feira
Foi encontrado na manhã deste domingo (01/12) o corpo de Jean dos Santos Batista, de 30 anos. Ele também esta desaparecido no Rio Paraíba do Sul desde a noite de sexta-feira (29/11) após o barco em que ele estava juntamente com outras seis pessoas ter afundado quando fazia a travessia do município de São João da Barra para Gargaú, em São Francisco de Itabapoana.
Das sei pessoas que estavam na embarcação, estilo bateira, além de Jean outros quatro eram trabalhadores do Superporto do Açu, e o dono do barco identificado como Adriano Siqueira Romão. Segundo informações da Defesa Civil Municipal, eles faziam o trajeto todos os dias e prestam serviço para a empresa Gercon, que é subcontratada da Wãrtsilã.
O corpo de Jean foi encontrado pelo pescador Alonso da Silva Amaral, de 48 anos. Ele contou que chegou a praia de Atafona bem cedo para ver se encontrava o corpo, pois normalmente quando acontece de alguém desaparecer no rio, sempre é levado para a praia por causa das correntezas.
“Eu e meus colegas entramos no barco e fomos até a Ilha da Convivência e por volta das 7h encontramos e reconhecemos o corpo do Jean”, disse Alonso que acionou o Corpo de Bombeiros e juntos removeram o corpo para o Pontal de Atafona, de onde foi removido pelo rabecão para o Instituto Médico Legal (IML).
O pescador disse ainda que possui uma embarcação legalizada pela Marinha, mas muitos colegas de profissão , por não terem condições, fazem a travessia à noite, pois não fiscalização. “o local onde o barco virou e profundo e de correntezas fortes”, declarou.
O comandante da Capitania dos Portos de SJB, capitão Luis Carlos da Silva, disse que existem três embarcações habilitadas para fazer o trajeto São Francisco de Itabapoana a São João da Barra, mas que muitos utilitários do transporte não esperam o retorno desses barcos e se aventuram em barcos de madeira, que são impróprios.
“Além de ser uma embarcação imprópria, o perigo aumenta por ser à noite e os ventos são muito fortes, estarem sem coletes, e com roupas pesadas”, disse o capitão acrescentando que “A Capitania dos Portos faz um apelo para as pessoas usarem embarcações habilitadas, com coletes e que também verifiquem se o condutor é habilitado”, solicitou.
Todo condutor habilitado possui a Carteira de Habilitação e registro da Marinha do Brasil. “Peço que evitem usar embarcações clandestinas”, finalizou o capitão.
O NAUFRÁGIO
O colega de trabalho de Jean, o armador Willian Amaral, de 21 anos, contou a imprensa que no momento em que voltavam pra casa em Gargaú o vento estava muito forte e tinha muito peso no barco. Veio a primeira onda e bateu no barco, a segunda onda jogou um pouco de água no interior da embarcação e na terceira onda o barco virou.
“Foi um pesadelo muito grande. Só conseguimos escapar porque vinha outro barco atrás e logo eu comecei a levantar o braço e fomos avistados”, disse Willian.
Ainda de acordo com Willian, por ser muito profundo o local onde o barco virou, Jean teria segurado em seu ombro, mas todos estavam como roupas muito pesadas e com botas, ele teve de deixar o colega pra trás. “A vontade de ajudar era muito, mas tive de deixá-lo, se não ia morrer os dois”, lamentou o armador acrescentando que outro colega ainda tentou ajudar Jean, mas também foi vencido pela correnteza.
Ao subirem na embarcação que vinha atrás, o pessoal ainda tentou encontrar Jean, mas ele sumiu em meio às águas. “Estamos sem colete e sabíamos que era perigo, mas estávamos acostumados a fazer o trajeto de 30 minutos todos os dias”, revelou Willian, que também disse que Jean não era para estar com eles no barco, mas como chegou atrasado e a embarcação que faria a travessia já tinha saído, ele pegou carona no barco que naufragou.
Jean trabalhava no Superporto do Açu como carpinteiro. Ele era casado e deixou três filho menores de 8 anos de idade.
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