Fala foi considerada "machista, misógina e intolerável" e descrita como "violência moral"
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) emitiu nota de desagravo contra violência de gênero sofrida pela primeira-dama de Campos. Tassiana Oliveira foi atacada deputado estadual licenciado e secretário de Estado de Governo do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (SD), durante troca de farpas entre ele e o prefeito Wladimir Garotinho (PSD).
A Comissão qualifica o ataque como “machista, misógino e intolerável” e afirma que “o ato praticado por esse representante do povo configura violência moral”, prevista na lei Maria da Penha. Veja abaixo a íntegra da nota:
Relembre o caso
Tassiana foi citada durante uma troca de farpas nas redes sociais. O bate-boca começou após o prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), criticar um encontro político do secretário de Governo, que teve a presença do ex-prefeito Rafael Diniz (CDN). Em réplica nas redes sociais, Bacellar recorre a uma fábula, na qual um escorpião, por sua natureza traiçoeira, pica a rã que o carregava durante a travessia de um rio e ambos morrem afogados.
No final do post, o secretário ataca a primeira-dama: “No meio político todos entendem a raiva que o escorpião tem do seu antecessor. Ele reverbera seu veneno por insegurança conjugal, pois sua esposa parece que sempre sonhou ser primeira-dama. Pela relação amorosa que teve com o seu antecessor, o escorpião em toda oportunidade sempre busca atacá-lo de forma insidiosa. Isso é típico de homens inseguros, a gente até entende!”, escreveu.
A fala foi considerada “misógina”, pela Diretoria de Mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e pela OAB Mulher Campos, que emitiram nota de repúdio conjunta no domingo (26).
O assunto ganhou a mídia nacional e, na noite desta segunda-feira, Tassiana esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde registrou queixa contra Bacellar.
A primeira-dama de Campos se posicionou, em suas redes sociais, sobre o ataque. “Fui vítima de um ataque baixo, machista e intolerável por um ocupante de cargo público que deveria lutar pelos direitos de nós mulheres e não incentivar o sexismo”, escreveu.
Na noite dessa terça-feira (28), a Câmara Municipal de Campos protocolou um requerimento para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar violências sofridas pelas mulheres em Campos dos Goytacazes. A medida foi motivada pelo episódio envolvendo a primeira dama.