(Foto: Divulgação )
O
ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, determinou a abertura de
sindicância interna no ministério para apurar responsabilidades sobre a
denúncia de liberação irregular de R$ 3 bilhões do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) para incorporadoras imobiliárias, como
revela relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).
A investigação da CGU constatou a
existência de um esquema irregular em benefício de representantes do
conselho curador do FGTS e de funcionários da Caixa Econômica Federal,
operadora dos recursos do fundo. O relatório assegura que servidores da
Caixa participaram de empresas beneficiadas em operações com recursos
do FGTS, o que caracteriza “conflito de interesses” na gestão de
recursos públicos.
De acordo com Brizola Neto, uma
empresa só, a Sscore, assessorou seis das sete emissões de debêntures
de incorporadoras compradas pelo FGTS, em 2009 e 2010, fato que
despertou a curiosidade da CGU. A investigação verificou, então, que
uma funcionária da Caixa, dois integrantes do conselho curador do FGTS e
um economista do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) foram
sócios ou dirigentes da Sscore no período em análise.
Há duas semanas apenas no ministério,
Brizola Neto disse que só tomou conhecimento do relatório da CGU no
último fim de semana, e ontem mesmo procurou o ministro-chefe da CGU,
Jorge Hage, com quem discutiu as medidas cabíveis, ora adotadas pela
pasta do Trabalho, para esclarecer a denúncia e punir os envolvidos.
Trabalho paralelo ao inquérito iniciado pela Procuradoria-Geral da
República, no mês passado, também para investigar a denúncia.
Além da sindicância interna, Brizola
Neto revelou a adoção de medidas também para garantir mais
transparência às reuniões do conselho curador, como a divulgação das
atas das reuniões. Medida que, por sinal, consta dentre as exigências
da Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor na semana passada. O
ministro anunciou, ainda, a convocação de reunião extraordinária do
conselho, em data a ser definida, para debater uma política de
aplicação dos recursos do FGTS.
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