quarta-feira, 2 de maio de 2012

Vereador mais velho foi empossado na noite de quarta-feira


Ana Paula Santos Cachoeiro

Em uma sessão secreta, que aconteceu por volta das 23 horas de quarta-feira, o vereador Jardeci de Oliveira Terra (PMDB) – até então presidente interino da Câmara de Presidente Kennedy – assumiu, interinamente, a prefeitura do município, que há uma semana estava sem um comandante, por conta da prisão de Reginaldo Quinta (PTB).
Na sessão, os vereadores elegeram primeiro uma nova Mesa Diretora para a Câmara – da qual Jardeci, o mais velho do plenário, era presidente interino – e em seguida o empossaram prefeito.
O novo prefeito passou suas primeiras horas de governo reunido em seu gabinete com secretários e vereadores. As primeiras medidas tomadas foram anunciadas ontem mesmo: nove secretarias foram extintas – Recursos Humanos, Planejamento, Comunicação, Esporte, Habitação, Pesca, Serviços Públicos, Turismo, Transparência – e oito funcionários – seis deles os secretários que estão presos – foram exonerados.

foto: Bernardo Coutinho



Jardeci (de branco) cortou nove secretarias

Quem é ele

Terceiro mandato


Idade
Jardeci de Oliveira Terra (PMDB) tem 65 anos e está atualmente em seu terceiro mandato.


Família
Ele é viúvo e não tem filhos.
Atividade
O novo prefeito de Presidente Kennedy é produtor rural e possui fazenda na localidade de Monte Belo, mas mora na sede do município há cerca de cinco anos.

Os contratos que estão sob investigação também foram suspensos e cerca de 700 pessoas, que prestam serviços a empresas terceirizadas, devem ser afetadas com a medida.
De acordo com Jardeci, a intenção é cortar gastos e colaborar com as investigações. "Vimos que não tinha necessidade de 21 secretarias e fizemos uma redução. Também demitimos todas as pessoas que estão envolvidas com esses escândalos e as empresas, pelo menos até que se tenha um resultado das investigações. Estamos normalizando as coisas e esperamos conseguir cumprir com as contas da prefeitura na data certa".
O novo prefeito chegou ao gabinete depois de diversas reviravoltas no cenário político na cidade. No último dia 19, a Polícia Federal deflagrou a Operação Lee Oswald, que culminou com a prisão do prefeito Reginaldo, de seis secretários e mais 21 pessoas, acusadas de envolvimento em um esquema de fraude em licitações. O desvio de dinheiro proveniente dos royalties de petróleo envolve contratos de R$ 55 milhões.
Na ausência do vice-prefeito, Edson Nogueira (PSD), cassado pelo Legislativo, e do presidente da Câmara e de toda a Mesa Diretora, afastados por suspeitas de envolvimento no esquema, coube ao vereador mais velho – no caso, Jardeci – assumir a presidência da Casa e, em seguida, a prefeitura.
Jardeci, que é da base aliada de Reginaldo, informou que os esforços seriam para resolver as questões mais delicadas com a máxima urgência, tentando não prejudicar a população.
"Estamos correndo para que não haja atraso no pagamento dos servidores e realizando uma varredura nas contas, para fazer um plano de atuação. Os serviços de limpeza e coleta de lixo não serão prejudicados. Um remanejamento dos nossos funcionários vai nos permitir cuidar disso".


foto: Bernardo Coutinho



Vereadores de Kennedy se reuniram às 23 horas
Presidente da Câmara manifesta apoio
Duas sessões ocorreram ontem na Câmara e foram presididas pelo vereador José Carlos Barreto (PSD), que assumiu o cargo na noite de quarta-feira. Germano de Oréquio (PPS), suplente de Jardeci de Oliveira Terra, foi empossado. Barreto já manifestou apoio ao novo chefe do Executivo e alegou que será preciso "mão-de-ferro" para conseguir evitar a intervenção.
Entre as medidas apontadas por ele como essenciais, o corte de gastos apareceu como uma recomendação do próprio presidente do Tribunal de Justiça, Pedro Valls Feu Rosa. "O prefeito vai ter que cortar reto, dispensar muita gente que faz parte do ciclo vicioso da corrupção. Estamos numa situação delicada e ele tem que ser linha dura. Isso ficou claro para a gente no TJES, na quarta", disse.
Para o vereador autor das denúncias, Tércio Jordão Gomes (PDT), o momento é de união entre Legislativo e Executivo em busca de uma solução. "Fomos notificados pelo Tribunal para mostrar que tínhamos condições de caminhar com nossas próprias pernas, e isso depende de fazermos juntos. Ganhamos um prazo de 15 dias para responder sobre a necessidade de intervenção e queremos colocar a cidade de volta nos trilhos".
Um dos projetos que está na Câmara trata das diretrizes para a elaboração da Lei Orçamentária. Nele estão previstos gastos de mais de R$ 213 milhões.


Fonte: Gazeta On Line

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