O Dia do Doador Voluntário de Sangue foi comemorado no último domingo, em todo o Brasil. No Rio não foi diferente e o Hemorio, órgão da Secretaria de Saúde, preparou uma programação especial para homenagear àqueles que durante todo o ano, ajudam a repor os estoques de sangue e estimulam os amigos e parentes a repetir esse importante gesto de cidadania.
Logo pela manhã, os doadores de sangue foram recebidos por uma bela apresentação do Coral Vozes da Clin, que é a companhia de coleta urbana de resíduos de Niterói. O coral, que alegrou os doadores que aguardavam a triagem no salão, mostrou um repertório variado de canções brasileiras de músicos como Adoniran Barbosa e Tom Jobim e bandas como Titãs.Camila Marliere, que há quatro anos rege o Coral, formado na sua maioria por garis, explicou que as ações de cidadania são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e a doação de sangue certamente é um dos gestos mais importantes que cada indivíduo pode realizar.
- A doação congrega a responsabilidade social, o gesto de amor ao próximo e uma rede de solidariedade. Os integrantes do coral ficaram muito felizes em poder cantar para pessoas tão especiais e que, certamente, fazem a diferença.
Como faz todos os anos, Fernando Brizio dos Santos, de 44 anos, que é Encarregado de Depósito, acordou cedo para doar sangue no Hemorio. Morador de Rocha Miranda, Fernando repete esse gesto há 24 anos.
- Já perdi as contas de quantas vezes doei sangue, pois em alguns anos realizei mais do que duas doações. Mas, como faço em todos os anos, o dia 25 de novembro é sagrado. Todo ano, faça chuva ou sol, estou aqui ajudando a salvar vidas.
O guarda municipal Leonardo Andrade de Amorim, de 31 anos, morador de Itaboraí, também é um doador assíduo. Sempre que pode, doa sangue voluntariamente para ajudar a repor os estoques do hemocentro.
- Essa é a sexta doação que realizo e todas as vezes que venho aqui, saio com a sensação de dever cumprido de cidadão. A importância da doação de sangue supera a picadinha da agulha. Doar sangue é um gesto de cidadania.
A maioria dos doadores de sangue é do sexo masculino, que corresponde a aproximadamente 65% do número total de comparecimentos. Mas neste domingo as mulheres também estiveram presentes. A secretária Suelen Peçanha, de 26 anos era uma delas. Pela quarta vez, a jovem que mora no bairro Jardim América, compareceu ao Hemorio.
- Não dói absolutamente nada e o tempo que reservamos para a doação é tão pequeno, que poderíamos fazer isso com mais frequência. Infelizmente, por causa da nossa atribulada rotina, esquecemos desse ato tão importante. Por isso, sempre anoto em minha agenda: dia 25 de novembro é dia de doar sangue.
Os doadores de “primeira viagem” também foram muitos. Geralmente chegam tímidos ou com receio da agulha, mas logo depois o frio na barriga se transforma em um largo sorriso no rosto. O garçom Alan Carlos, de 21 anos, morador de Inhaúma, era um deles.
- Sempre quis doar sangue e tinha realmente um pouco de medo, mas aqui somos tão bem tratados e os coletores têm tanta experiência em nos acalmar que, no final, vemos que todo aquele medo não tinha fundamento nenhum. Ninguém da minha família nunca doou sangue e agora eu terei a responsabilidade de estimular todos eles, pois, afinal, qualquer um de nós pode precisar de sangue um dia.
As comemorações da Semana do Doador começaram na quarta-feira com uma grande coleta móvel na Cinelândia. A campanha bateu o recorde de doações de sangue em coletas externas e foi a maior ação deste tipo já realizada no Rio de Janeiro. Foram 921 pessoas participando da mobilização, dentre os quais e foram coletadas 683 bolsas de sangue de doadores aptos.
A Semana do Doador, que tem o apoio do RIOSOLIDÁRIO, Obra Social do Rio de Janeiro, espera receber cerca de 2.000 candidatos até o dia 28 de novembro. A ação é importante para que o Brasil atinja os níveis de doação preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 3 a 5% da população ao ano.
Além disso, com a proximidade das festas de Natal, Réveillon e Carnaval, aumenta a preocupação dos hemocentros em todo o país em não deixar faltar sangue em seus estoques. Historicamente, há uma queda de proximadamente 35% das doações entre dezembro e fevereiro, época em que as pessoas costumam sair de férias. No Carnaval, a queda chega a 50%. A situação se complica, pois, justamente nesse período, ocorrem mais acidentes de trânsito - situações em que os hospitais mais precisam de sangue.
Coleta no Fluminense
Nesta segunda, a Semana do Doador continua a todo vapor. A equipe de coleta móvel do Instituto estará em Laranjeiras, na sede do Fluminense, das 9 às 15h.
Serviço:
Para ser um candidato à doação de sangue é necessário ter entre 16 e 68 anos, pesar mais de 50 quilos, estar em boas condições de saúde e trazer um documento oficial de identidade com foto (RG, carteira de motorista ou carteira de trabalho). Não é necessário estar em jejum. O doador somente deve evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e a ingestão de bebidas alcoólicas doze horas antes. Jovens com 16 e 17 anos devem trazer autorização dos pais e/ou responsáveis para doar sangue, com um documento original dos mesmos. O modelo de autorização pode ser obtido no site do Hemorio – www.hemorio.rj.gov.br.
O Hemorio é o hemocentro coordenador do Estado do Rio de Janeiro, que abastece com sangue e derivados cerca de 180 unidades de saúde, entre emergências, maternidades e Unidades de Tratamento Intensivo. O Hemorio funciona todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados das 7h às 18h e fica na Rua Frei Caneca, 08 – Centro, ao lado do Campo de Santana e do Hospital Municipal Souza Aguiar.
Para mais informações, o voluntário pode ligar para o Disque-sangue, através do telefone 0800 282 0708, que funciona de segunda à sexta, das 7h às 18h. Através deste número, o voluntário esclarece dúvidas relacionadas à doação de sangue e verifica os horários de funcionamento e endereços das outras 26 unidades de coleta no Rio de Janeiro.
Fonte: Imprensa RJ
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