terça-feira, 19 de março de 2013

Chuvas aumentam risco de epidemia de dengue no município de Campos


 Vagner Basilio/ Thiago Macedo/ Carlos Grevi

Quadros clínicos devem se intensificar dentro de sete dias
Períodos chuvosos, além de transtornos com alagamentos e enchentes traz outra preocupação: a dengue. O município de Campos, assim como todo estado do Rio de Janeiro, já vivem momentos de calamidade devido ao grande índice de casos da doença. Com as chuvas que vem caindo em toda região, a tendência é de que esse número aumente ainda mais.
Atualmente, Campos já tem confirmados 2.846 casos da doença, sendo 1.665 de dengue clássica; 1.166 de casos clínicos epidemiológicos e 15 de casos hemorrágicos/e ou com complicação. Essa informação foi passada pelo secretário municipal de Saúde, Geraldo Venâncio, durante o I Simpósio Sobre a Dengue, realizado na última quarta-feira (13/03) na Faculdade de Medicina de Campos (FMC).

De acordo com o diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD), Luiz José de Souza, com as chuvas, a tendência é de que os casos da doença se propaguem mais rapidamente. Segundo ele, os quadros clínicos devem se intensificar dentro de sete dias. “O momento está bastante delicado e muito difícil, pois a situação está fora de controle. Os CRDs estão com superlotação e estamos preocupados, pois se continuar assim faltará médicos para atender tanta demanda". O médico ainda contou:
"Iremos criar estratégias para o mês de abril, pois com as chuvas que vem caindo e o feriadão prolongado da Semana Santa, vai faltar local para atendimento”, revelou Luiz José acrescentando que os dois CRDs tem recebido por dia aproximadamente 680 pacientes".
O diretor adiantou que a partir dessa semana poderá ser decretada uma epidemia em Campos. “Acredito que não irá passar dessa semana. Estamos dependendo do Estado, pois é ele quem confirma se o município está ou não em epidemia. Mas, pelo número de casos que já foram enviados, acho que já ultrapassamos esse quantitativo”, ressaltou.

SÍNDROME CAUSADA POR EVOLUÇÃO DO SOROTIPO 4 DA DENGUE
A imprensa noticiou na última semana quatro casos de pessoas que estavam internadas devido a evolução de uma síndrome que contraíram logo após pegarem dengue.

Os pacientes apresentaram sintomas e confirmaram quadro de Síndrome de Guillain-Barré, que apesar de reversível, apresenta sintomas severos como perda da força muscular e nervos, começando nos membros inferiores avançando para os superiores até a face, podendo causar paralisia temporária facial e dos membros e perda, também temporária dos movimentos e Miosite Aguda, causada por infecções bacterianas ou viróticas, mas que também compromete o sistema nervoso periférico.
De acordo com Luiz José, dois pacientes, cujos sintomas regrediram, receberam alta e estão sendo atendidos ambulatorialmente. Já os outros dois doentes estão evoluindo bem ao tratamento e passam por fisioterapia. “Ambos estão andando com dificuldade, pois são doenças que comprometem bastante o sistema motor”, complementou o médico.
CCZ VEM INTENSIFICANDO OS TRABALHOS DE MUTIRÕES
Agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem realizando trabalhos rotineiros em todo município. Tanto bairros da área central quanto os interioranos são vistoriados semanalmente. Os serviços têm como objetivo vistoriar e eliminar quaisquer focos do Aedes aegyptis, mosquito transmissor da dengue. 
 
 URURAU

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