terça-feira, 26 de maio de 2015

'Prisão de Rafael Ilha foi um equívoco', diz advogado

Para defesa, ex-cantor esqueceu de atualizar seu endereço na Justiça.

Rafael Ilha foi preso após ser parado em blitz nesta segunda-feira (25).

Após ser detido, Rafael Ilha passou a noite na sede do Deic, na Zona Norte de SP (Foto: Fernando Neves/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)

O advogado do ex-integrante do grupo Polegar Rafael Ilha, José Beraldo, afirmou que a prisão de seu cliente nesta segunda-feira (25) foi um equívoco. Segundo Beraldo, o ex-cantor apenas esqueceu de atualizar seu endereço na Justiça.

"Houve um equívoco e será corrigido. Há três meses pedi para o Rafael ir à Vara de Execuções Penais no Fórum da Barra Funda para dar o novo endereço, mas ele não o fez", disse Beraldo.

Rafael Ilha passou a noite na sede do Deic, na Zona Norte de São Paulo, após ter sido preso por policiais da Delegacia de Investigação sobre Roubo de Cargas. Ilha foi parado em uma blitz e os policiais constataram que existia um mandado de prisão contra ele.

De acordo com policiais civis do Deic ouvidos pelo G1, Rafael Ilha não foi levado para a carceragem com os demais presos. Ele passou a noite sem algemas em uma sala dos investigadores. Durante esse período, ele conversou com os policiais e demonstrou preocupação com a mulher que está grávida de 9 meses.

Os policiais constataram que havia um mandado de prisão referente a uma tentativa de sequestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Segundo a polícia, Rafael teria tentado, junto com outras pessoas, colocar à força em um carro uma mulher usuária de drogas que frequentava sua clínica de reabilitação para dependentes químicos.

O ex-cantor foi preso porque os policiais suspeitaram de seu carro, que estava com uma placa fora do padrão. Quando foi abordado, puxaram sua ficha criminal e também constataram que ele é procurado por não comparecer à Justiça periodicamente. Aos investigadores, Rafael disse que não se apresentou à Justiça porque mudou de endereço e não atualizou seu cadastro. O carro do ex-cantor aparece como "bloqueado por falta de vistoria" no Detran.

O escritório do advogado vai à Justiça nesta terça-feira (26) pedir o alvará de soltura. "Vamos tentar um alvará de soltura para restabelecer a prisão domiciliar", afirmou Beraldo. A expectativa da defesa é a de que a Justiça solte o ex-Polegar ainda na tarde desta terça.

Segundo o advogado, o juiz pode autorizar sozinho a soltura de Rafael ou pedir a posição do Ministério Público para depois decidir o que fazer. "Se a última hipótese acontecer, tenho receio de que a decisão só saia quarta-feira", disse Beraldo.

Prisão anterior
Ilha e sua mulher ficaram presos anteriormente entre 21 e 29 de julho de 2014 em Foz do Iguaçu e deixaram a cadeia após pagamento de fiança, respectivamente, de R$ 40 mil e R$ 15 mil. O ex-Polegar e a mulher foram presos com uma espingarda calibre 12, munição e uma arma de choque ao tentar passar pela fiscalização da Receita em duas moto-táxi.

O Grupo Polegar estourou em 1989, com a música "Dá Para Mim", e chegou a vender um milhão de discos. Rafael Ilha deixou o grupo em 1991. Depois disso, o ex-vocalista acumulou passagens pela polícia. Ele foi preso pela primeira vez em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas em um cruzamento para comprar drogas. À época, ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de uma balconista na Zona Sul de São Paulo.

No ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contramão. Depois, foram duas outras prisões por porte de cocaína. Em 2000, o ex-integrante do grupo Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, três isqueiros e uma pilha, durante uma crise de abstinência. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas e precisou ser submetido a uma cirurgia, em um hospital de São Paulo, para a retirada dos objetos.

Em 2005, foi detido em Itapecerica da Serra, em frente à clínica dele, com uma arma calibre 380, com numeração raspada. Ele acabou autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Em setembro de 2007, o ex-Polegar voltou à delegacia, mas como vítima. Rafael se dirigiu à residência de um jovem de 30 anos com intuito de convencê-lo a se internar. De acordo com a polícia, quando o homem percebeu a chegada do ex-vocalista, acabou fugindo em seu carro. Rafael passou a persegui-lo e, após um tempo, o jovem parou o carro e teria agredido o ex-cantor.

Em julho de 2008, Rafael Ilha passou 17 dias na prisão, acusado de tentativa de sequestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Ele teria tentado, junto com outras duas pessoas, colocar à força em um carro a esteticista Karina Costa, de 28 anos. Ele informou à polícia que o ex-marido dela tinha entrado em contato e pedido para que a mulher fosse internada na clínica de reabilitação contra dependentes químicos do ex-Polegar. A esteticista negou ser usuária de drogas.

Em 2009, o ex-cantor foi encontrado dentro de um elevador de um condomínio todo ensanguentado. Os policiais que atenderam a ocorrência relataram na delegacia que ele dizia a frase “eu vou me matar”. Rafael ficou internado quatro dias. De acordo com o psiquiatra Aloísio Priuli, Ilha foi diagnosticado com transtorno bipolar.

Já em 2013, o ex-vocalista sofreu um acidente de moto na Ponte Octavio Frias de Oliveira, a ponte estaiada, na Zona Sul de São Paulo. Segundo a polícia, Rafael bateu com a motocicleta na mureta, depois de ser fechado por um carro. A moto pegou fogo e ficou totalmente destruída, mas o ex-Polegar conseguiu saltar do veículo e sofreu algumas escoriações.


Fonte: G1/Show Francisco



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