Anunciado de forma festiva como grande contratação da Prumo Logística – operadora do Porto do Açu -, em janeiro deste ano, o executivo Décio Fabrício Oddone da Costa tem uma ficha respeitável no mundo dos negócios. O engenheiro presidiu a Petrobrás Energia S/A na Bolívia entre 1999 e 2004, é amigo do presidente boliviano, Evo Morales, recebeu naquele país o título de Doutor Honoris Causa em Educação pela Universidad de Aquino e foi um dos homens de confiança do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, com quem atuou na estatal.
Mas a ficha corrida traz alguns percalços. Na Bolívia, o engenheiro da Prumo Logística foi processado pelo Juizado da Terceira Vara Penal de La Paz (queixa-crime). A carta rogatória foi cumprida pelo Superior Tribunal de Justiça, processo n° 1202, em março de 2006.
Na trajetória mais recente no mundo dos negócios, o engenheiro passou pela Braskem SA, empresa investigada na Operação Lava-Lato no setor petroquímico. Buscas e apreensões já foram realizadas com ordem da Justiça Federal de Curitiba nos escritórios da empresa em São Paulo, exatamente no período em que Oddone estava no comando.
O engenheiro assumiu o comando da empresa em 2010. Segundo a própria Prumo, ele era responsável por uma carteira de projetos no valor de R$ 2 bilhões por ano. Isso demonstra que foi o responsável pela movimentação de R$ 10 bilhões, nos cinco anos que ficou à frente da Braskem.
Ligações com Gabrielli
O engenheiro Décio Fabrício Oddone da Costa é natural de Lavras do Sul, Rio Grande do Sul. Ele tem 55 anos e se notabilizou na Petrobrás na gestão do então Presidente Sérgio Gabrielli. Em 2008, Oddone deixou a Bolívia e veio para Brasil. Passou a ser Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás Energia S/A e responsável pelas operações da petroleira na Bolívia, Uruguai, Peru, Chile e Espanha.
O engenheiro era homem de confiança do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Uma demonstração desta afinidade, no governo do ex-presidente Lula. Logo após a posse do ex-presidente, ele voltou para o Brasil. A contratação para que ele atue no Porto do Açu pode se um indicativo de que a Lava Jato está navegando rumo ao empreendimento financiado pelo BNDES.
Nas investigações da Lava Jato, a empresa Braskem foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e pelo então diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.
Eles relataram em Juízo que levaram 50 milhões de dólares de uma cesta de serviços, pelo mesmo preço praticado no mercado internacional, que era inferior ao cobrado pela Petrobrás no mercado interno.
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