Dora Paula Paes
Poucos são os municípios no Norte e Noroeste Fluminense onde o período de transição de um governo para o outro está transcorrendo da forma determinada pela lei, ou mesmo, acontecendo. Com atuais prefeitos “sumidos” desde o fim da eleição de outubro, a 14 dias da posse, a prefeita de Italva, Margareth do Joelson (PP) e a prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), foram diplomadas pela Justiça Eleitoral, mas a equipe de transição de nenhuma das duas conseguiu obter informações dos prefeitos Léo do Banco e José Amaro Neco, respectivamente. Em Campos, Cardoso Moreira, Carapebus e São Francisco do Itabapoana as reuniões ocorreram, mas muitas são as perguntas sem respostas. A maioria irá assumir cargo e, em muitos casos o caos administrativo, no dia 1º de janeiro no “escuro”.
— O atual prefeito está sumido da cidade. Áreas como saúde e educação estão paralisadas e os contratados foram dispensados. Não conseguimos realizar nenhuma reunião de transição. Vamos assumir no escuro um município em situação de calamidade pública — disse o coordenador da transição da prefeita Margareth, Joelson Soares.
Em São João da Barra não está sendo diferente. Mesmo após uma liminar, Carla publicou em seu perfil na rede social Facebook, no último dia 12, que ainda não teve início efetivo o trabalho de transição.
Em São Francisco de Itabapoana, o grupo de transição de Francimara Barbosa Lemos (PSB) conseguiu se reunir por duas vezes. No entanto, um dos integrantes do grupo, no dia 12 de dezembro, chegou a se queixar em rede social. “Transição o que vocês imaginam que seja, todos juntos dando e recebendo informações. Errado, sem informação e uma perda de tempo”, postou Carlos Augusto Alves, que integrará o primeiro escalão do estafe de Francimara.
Os prefeitos diplomados, Gilson Siqueira (PP), de Cardoso Moreira, e Christiane Cordeiro (PP), de Carapebus, também reclamam falta de esclarecimentos. “O atual governo não disponibilizou as informações relevantes para um diagnóstico real da situação do município”, disse Christiane.
Quissamã é o único município onde a transição está correndo tranquila. A prefeita diplomada Fátima Pacheco (PEN) não está encontrando dificuldade no processo. “Estamos realizando uma transição com diálogo e parceria. Isso é importante para assegurar que serviços essenciais não sejam prejudicados com a troca de governo”, disse Fátima.
Rafael chegou a pedir: “sem revanchismo”
Em Campos, o prefeito eleito Rafael Diniz (PPS), que será diplomado na segunda-feira, tem feito o mesmo tipo de queixa, de falta de transparência. Não teve transição de verdade. Poucas reuniões ocorreram como deveria. O advogado Fábio Bastos foi designado pelo prefeito eleito como representante legal para todos os procedimentos relativos à transição.
Um documento chegou a ser elaborado e entregue ao grupo da prefeita Rosinha (PR), quando foram solicitados esclarecimentos quanto a dívidas do município, medidas necessárias à regularização das contas municipais, situação dos contratos com concessionárias e permissionárias de serviços públicos, situação dos servidores do Município, entre outros itens. “Neste momento o município de Campos está acima de qualquer tipo de diferença política. Espero que a prefeita nos forneça todas as informações solicitadas e que essa transição seja pautada pela transparência. Nossa equipe entende que a transição deve ser técnica, sem qualquer tipo de revanchismo”, chegou acreditar Rafael Diniz.
Em Macaé, o prefeito Dr. Aluízio (PMDB), que será diplomado também na segunda-feira, não está tendo nenhum tipo de problema, neste sentido. Ele foi o único reeleito na região em outubro.
Fmanha/Show Francisco
Nenhum comentário:
Postar um comentário