terça-feira, 25 de julho de 2017

Exposição no Rio de Janeiro alerta para o crime


Secretaria de Estado de Direitos Humanos inicia série de atividades da Semana de Mobilização Coração Azul ? campanha internacional de enfrentamento ao tráfico humano.

A exposição chama atenção da população para que fique atenta. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Conscientizar e mobilizar a população sobre o tráfico de pessoas, passando a sensação de ser seduzida por uma boa proposta, como um presente, e depois ser enganada com uma situação criminosa. Este é o principal objetivo da exposição, chamada de GIFTBox, no meio do Terminal Alvorada do BRT, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Para tanto é utilizada uma grande caixa. Mas, dentro, no lugar de uma agradável surpresa, a população se depara com imagens e relatos de vítimas de exploração sexual, trabalho escravo, servidão doméstica, adoção ilegal de crianças e tráfico de órgãos.

Todas situações de tráfico de pessoas. O projeto GIFTBox foi lançado em 2013 pela ONG inglesa Stop the Traffik e, no Rio de Janeiro, já passou pelo Aeroporto Rio Galeão, Central do Brasil, o Teleférico do Complexo do Alemão e na Cinelândia. A caixa fica exposta no Terminal Alvorada até sexta-feira (28).

A campanha faz parte da Semana de Mobilização Coração Azul, uma campanha internacional para lembrar o Dia Internacional de Combate ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho. A assessora de Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Politicas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), Sávia Cordeiro, explica que o crime de tráfico de pessoas é subnotificado.

Sávia orienta que é importante fazer ações de conscientização para a população. “Existe uma grande parcela [da população] que pensa que tráfico não existe, que acha que existe em outro país, mas não no Rio de Janeiro. A gente percebe que existe um aumento de denúncias logo depois que a gente começa a fazer as ações de conscientização contra o tráfico”, diz Sávia Cordeiro.

Na opinião de Sávia, o Rio de Janeiro tem um perfil diferenciado dos outros estados, com mais casos de tráfico de pessoas para o trabalho escravo. “Tem dois perfis, um de tráfico interno, normalmente a vítima é um migrante do Nordeste, e tem o tráfico internacional, de migrantes estrangeiros encontrados em situação de trabalho escravo, como os chineses”.

“Já recebemos migrantes equatorianos, estamos acompanhando o caso das meninas paraguaias e temos também uma preocupação maior com os refugiados, que já estão em situação de vulnerabilidade, então podem se colocar em situação de risco”, destaca Sávia.

Já a procuradora do Ministério Público do Trabalho Juliane Mombelli afirma que a situação de tráfico humano geralmente envolve promessa de trabalho que acaba em uma situação análoga à escravidão. “A gente verifica que as pessoas buscam mudar de país, de local de moradia, em busca de melhores condições de vida”.

“As melhores condições de vida vem com o trabalho, então há uma ligação direta entre o tráfico de pessoas e o trabalho escravo”, avalia a procuradora . Ela aponta que as ações de visibilidade da causa, como a GIFTBox, ajudam a aumentar as denúncias.

“A gente identifica que nas duas, três semanas seguintes ao lançamento da caixa, o número de denúncias aumenta sensivelmente, porque as pessoas percebem, pensam no assunto, e lembram de denunciar, relacionam com algum caso que conheçam”, acrescenta Juliane Mombelli.

FONTE: Agência Brasil

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