domingo, 11 de março de 2018

Sistema atualizado da UFRJ é usado pelo maior laboratório de partículas do mundo

Um sistema atualizado de filtragem online de elétrons desenvolvido por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será utilizado este ano pelo Atlas. Trata-se do maior detector de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) do mundo.

O Cern investiga a origem do universo. Versão anterior do sistema denominado Neuralringer, da Coppe, foi aprovado pelo Cern em 2016 e utilizado no ano seguinte. A solução foi desenvolvida por um grupo de cientistas, sob a supervisão do professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, José Manoel de Seixas, que coordena a equipe brasileira no Atlas.

“Foi feita uma nova atualização do sistema, e a gente vai começar a colidir durante 2018, antes que o Atlas pare para novos upgrades (avanços) e para retomar com a máquina colidindo mais forte do que está colidindo agora”, disse Seixas à Agência Brasil. O sistema da Coppe possibilitará ao Cern fazer novas descobertas com menor custo financeiro.


A versão anterior do sistema denominado Neuralringer, da Coppe, foi aprovado pelo Cern em 2016 e utilizado em 2017. – Foto: Internet/Divulgação

A estimativa é que o Cern deixe de comprar até 10 mil computadores com quatro núcleos de processadores cada, o que significa economia em torno de US$ 80 mil, informou o professor da Coppe. No momento, o Cern está aumentando o número de choques entre prótons para ampliar os eventos físicos, essenciais à investigação e à descoberta de possíveis novas partículas, a exemplo do que ocorreu com o bóson de Higgs, a chamada “partícula de Deus”, em 2012.

A comprovação da existência do bóson de Higgs rendeu aos cientistas Peter Higgs e François Englert o Prêmio Nobel de Física de 2013. O objetivo agora é descobrir se o bóson de Higgs é único ou se se desdobra em outros modelos. “A gente agora quer ver coisas que são ainda mais raras. Agora, eu faço uma colimação maior e aumento muito as chances de bater próton com próton”, explicou Seixas.

A ideia é com menos tempo descobrir coisas mais complicadas. “A experiência pressupõe identificar eventos dessas colisões que são muito raros”, afirmou Seixas. Os pesquisadores do Cern querem aumentar o número de eventos por colisão de 25 para 88, este ano, elevando para 200, até 2024.

Isso aumentaria exponencialmente o volume de dados gerados de interesse científico. O Neuralringer permite encontrar eventos físicos de interesse nesse “palheiro” que não para de crescer. “A gente é capaz de rejeitar mais rapidamente os eventos que não têm chance de interessar ao Atlas e que antes dependiam de uma análise de processamento de imagens que era muito pesada”.

FONTE: Agência Brasil


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