domingo, 5 de setembro de 2021

Políticos campistas analisam manifestações do 7 de Setembro

Jornal ouviu lideranças sobre ideias quanto ao voto impresso, papel das Forças Armadas, pandemia, fake news e queda de braço entre os três poderes

Nos últimos anos, polarização e acirramento político no Brasil têm provocado uma série de tensões entre as instituições do país. Isto se reflete na população formada por eleitores. Na Semana da Pátria, quando se comemora a Independência do Brasil, há expectativas de manifestações contrárias e favoráveis ao presidente da República, Jair Bolsonaro. É um período emblemático. Alguns cogitam de a democracia estar em crise ou ameaçada; já outros, consideram que o país está fortalecido e sólido. O Jornal Terceira Via ouviu a classe política de Campos dos Goytacazes sobre os temas.


Wladimir Garotinho (PSD)
Prefeito

“Não existe ameaça alguma de ruptura democrática, o que existe são elementos verborrágicos de ambos os lados que não contribuem em nada para o Brasil. As instituições são maduras e sólidas. Infelizmente, enquanto o país estiver dividido pelos extremos não teremos avanços significativos e verdadeiros, os extremos não atendem a ninguém a não ser eles mesmos e o povo fica no meio disso tudo sem perspectivas de futuro.”


Anderson de Matos
(Republicanos) – Vereador

Uma situação de polarização ideológica em que a esquerda perdeu a eleição, mas até hoje não aceitou a derrota. Não acredito que a democracia esteja ameaçada. O que ocorre é ausência de harmonia entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo; onde o Judiciário em algumas questões tem invadido a competência do Executivo e do Legislativo gerando insegurança jurídica, política e social. O Artigo 2⁰ da Constituição Federal de 1988 é cláusula pétrea; e tem como objetivo evitar que um dos poderes usurpe as funções do outro, mantendo a independência e a harmonia.


Clarissa Garotinho (PROS)
Deputada federal

Não há dúvidas de que os ânimos estão cada vez mais acirrados, à medida que vamos chegando mais perto das eleições do ano que vem. Teremos uma disputa muito polarizada em 2022. Pessoalmente, acho o debate de ideias sempre saudável. A meu ver, a democracia não corre riscos. Aperfeiçoá-la faz parte do processo político. Veja o caso do debate em torno do voto impresso auditável: muita gente está fazendo uma tempestade num copo d’água, talvez por conveniência, mas esse dispositivo representaria um mecanismo mais confiável de auditoria. Por que tanta resistência? Mais segurança, não ameaça a democracia. O acirramento não é a ameaça aos princípios democráticos, mas uma eventual paralisia do país. Não podemos aceitar nem torcer por isso.


Bruno Dauaire (PSC)
Deputado estadual

Sempre fui uma pessoa do diálogo e entrei na política porque acredito que é desta forma que podemos buscar as soluções que a população espera de nós. A polarização exagerada dificulta os caminhos para que o país avance. A alimentação das narrativas extremistas só atrapalha o bom desenvolvimento do Brasil. Acredito nas instituições que se fortaleceram ao longo do tempo sob o pilar da democracia; e é nele que se sustenta uma nação livre e justa, com mais geração de emprego, segurança, saúde, educação e qualidade de vida para nossa gente.

Roberto Henriques (PCdoB)
Ex-deputado e ex-vice-prefeito

A manifestação é garantida pela Constituição Federal. É da democracia. Porém, liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes; atentar contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático é crime inafiançável e imprescritível. Esse é o remédio e, é imperiosa a sua aplicação imediata contra os extremistas que falam em invasão do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e a favor de Golpe Militar. É urgente que os limites da lei sejam aplicados contra o processo em marcha, liderado pelo presidente Bolsonaro, com o objetivo claro de enfraquecer os Poderes da República.


Raphael Thuin (PTB)
Vereador

É claro que o melhor cenário é o de conciliação nacional, até mesmo porque nosso país vive um momento extremamente delicado. No entanto, precisamos ter cuidado para não confundir “harmonia” entre os Poderes com deixar a vontade popular de lado! A principal pauta dos manifestantes de 7 de Setembro é o impeachment dos ministros Barroso e Moraes, e não há nada de antidemocrático nisso, pois este é um instrumento previsto na Constituição Federal. A democracia brasileira só estará em risco quando cidadãos tiverem medo de expressar suas livres opiniões.


Frederico Paes (PSD)
Vice-prefeito

Eu acho que o país em um momento tão difícil de retomada econômica precisa de equilíbrio de pensamentos, mais do que equilíbrio fiscal ou financeiro. Estamos vivendo um período muito turbulento que não leva nada a lugar nenhum. Isto traz a instabilidade política, o que afeta a economia brasileira. Quando a gente vê muitos investidores preocupados, acaba gerando aumento da inflação, alta do dólar, queda de bolsas. No final da história, quem paga por isso é o cidadão menos favorecido. Não acredito que a democracia esteja ameaçada. O Brasil tem forte estrutura na sua independência de poderes. Isto é uma questão de bom senso e todos precisam ter. A gente vê muita interferência entre os poderes, o que gera confusão. O país precisa ter um norte melhor quanto a isso.


Natália Soares (PSOL)
Ex-candidata a prefeita

O Brasil vive seu pior momento desde a redemocratização. São quase 15 milhões de desempregados, quase um milhão de mortos pela pandemia, aumento da fome e da miséria extrema, privatizações descaradas, aumento do poder das milícias, ameaças constantes a outros Poderes da República; passada de boiada na área ambiental, redução de investimento público na Educação. Quem sofre é principalmente o povo preto e pobre. O PSOL e eu defendemos um projeto popular, em que as pessoas, o pleno emprego, a diversidade, o respeito à natureza, os direitos humanos e a Justiça Social sejam a tônica.


Rafael Diniz (Cidadania)
Ex-prefeito

Sou um grande defensor da democracia e da nossa Constituição. Vejo que todos, das mais diversas correntes políticas, devem ter liberdade para discordar de qualquer integrante dos Três Poderes, mas as instituições não podem ser desrespeitadas. Eventuais discordâncias devem ser resolvidas por meios legais. Espero e torço para que esse clima de acirramento não abale nossa democracia.


Igor Pereira (Solidariedade)
Vereador

Os protestos contra ou a favor do governo são saudáveis. Afinal, vivemos numa democracia, e as opiniões precisam ser respeitadas. O que eu critico é o acirramento das tensões políticas – em especial, por parte daqueles que apostam na violência. Isso não é bom para ninguém, porque mergulha o país num clima de instabilidade. Isso é extremamente nocivo no atual momento que vivemos. É hora de parar de olhar as diferenças e pensar em união, porque a crise não escolhe lado, nem corrente ideológica.


Odisséia Carvalho (PT)
Ex-candidata a prefeita

Existe uma disputa de grupos bolsonaristas querendo atacar a democracia e incentivar um golpe de Estado. Por outro lado, temos a esquerda que, tradicionalmente, usa o Dia da Independência para organizar o Grito dos Excluídos. Estaremos nas ruas gritando pelos que não têm voz e defendendo a democracia em nosso país. O governo Bolsonaro ataca constantemente opositores, partidos e instituições; provoca a instabilidade política no país. O acirramento da tensão política é reflexo, também da profunda crise social que o país passa.


Nildo Cardoso (PSL)
Vereador

O Dia da Independência sempre será referência para o posicionamento da população em relação aos governos Municipal, Estadual e Federal. Não vejo nenhuma mobilização da esquerda no Brasil até porque o seu líder maior, ex-presidente Lula, tem vergonha de sair às ruas ou falta coragem em função de tanta roubalheira e desvios de verbas públicas em toda esfera do seu governo e de sua candidata, Dilma Rousseff. A democracia não está ameaçada, conforme já afirmou o presidente Jair Messias Bolsonaro. Será dado um passo importante para transformação da nossa nação com a presença de milhões de brasileiros nas ruas clamando por liberdade, transparência e preservação da nossa soberania. A nossa bandeira sempre será verde e amarela e nunca vermelha.


Maicon Cruz (PSC)
Vereador

A atual situação econômica, com aumento da inflação e a pandemia, anteciparam as discussões políticas e comparativos de gestão. Não vejo a democracia ameaçada. O Brasil é forte e maior do que lideranças. Ao longo da história, a democracia se consolidou. Acredito que o eleitor é o grande juiz dos políticos, e que saberá no tempo certo fazer a melhor escolha para o país.


Bruno Vianna (PSL)
Vereador

O Brasil é um país democrático e a escolha do povo é soberana. Esse é um direito conquistado e deve ser garantido, sobretudo pelos agentes políticos. A crise em nosso país é severa e notória, em diversos segmentos. Por isso, acredito que o momento é de união e respeito, jamais de conflito. Teremos um desafio muito grande nos próximos anos, que é reconstruir o país, principalmente na área econômica. Ser contra a democracia vai na contramão do que defendemos e do que precisamos neste momento.


Rogério Matoso (DEM)
Vereador

Manifestações devem ser respeitadas, independente de corrente política. Ninguém, nos três poderes, está imune a receber críticas. Seja vereador, prefeito, deputado, governador, presidente ou um membro do TSE ou STF. Ao mesmo tempo, não podemos rasgar a Constituição e atropelar as instituições. Não vejo nossa democracia ameaçada, apesar desse acirramento. No próximo ano, a população irá às urnas escolher seus representantes democraticamente.

Diego Dias (Podemos)
Vereador

É um momento acirrado na política nacional. Não se deve coibir a livre manifestação do pensamento ou as reuniões pacíficas. O que não se pode admitir é a prática de qualquer ato contrário à Constituição, seja por parte de quaisquer manifestantes, seja por parte do Poder Executivo, por parte do Poder Legislativo ou por parte do Poder Judiciário. “Equilíbrio” é a palavra-chave para atravessarmos este momento de polarização; é preciso ouvir, respeitar e debater com maturidade em prol do bem comum.

Fred Machado (Cidadania)
Vereador

Vivemos um momento de forte polarização, a população está dividida. As últimas eleições deixaram bem claro isso; o que se deve à democracia. A vontade do povo sempre deverá prevalecer, ainda que o regime democrático de direito enfrente ameaças. Não podemos nos esquecer que o poder emana do povo, conforme exposto na nossa Constituição Federal. Neste 7 de setembro, todos devem reafirmar o valor da nossa democracia, a defesa dos nossos direitos, a liberdade de expressão e manifestação.

Não responderam

Os vereadores Fábio Ribeiro (PSB), Leon Gomes (PDT), Marquinho Bacellar (SD), Marcione da Farmácia (DEM), Álvaro Oliveira (PSD), Thiago Rangel (PROS), Silvinho Martins (MDB), Bruno Pezão (PL), Dandinho de Rio Preto (PSD), Abdu Neme (Avante), Edson Batista (PROS), Helinho Nahim (PTC), Kassiano Tavares (PSD), Luciano Rio Lu (PDT), Marquinho do Transporte (PDT), Pastor Marcos Elias (PSC); o deputado estadual licenciado e secretário de Governo, Rodrigo Bacellar (SD); o ex-candidato a prefeito Caio Vianna ((PDT); porém, não houve respostas.
Fonte Terceira Via

Nenhum comentário: