Matheus Berriel
Prédio destinado ao Galpão Cultural / Foto: Rodrigo Silveira
Desejo antigo da comunidade da Universidade Federal Fluminense (UFF) em Campos, o Galpão Cultural está novamente em pauta. Uma vaquinha virtual foi criada para viabilizar a realização de uma festa julina, com proposta de ativar o espaço, situado em um prédio centenário na área do novo campus da universidade, à avenida XV de Novembro. Porém, até o momento, o apoio alcançado não é suficiente.
— A vaquinha teve início no dia 18 de junho. Ainda estamos com poucas doações. Porém, estamos contando com o apoio da comunidade acadêmica, do poder público local e do setor privado da cidade que esteja disposto a apoiar as iniciativas culturais — informa Allana Hellen, uma das integrantes da comissão responsável pelo Arraiá da UFF Campos, como foi batizado o evento.
Hospedada no site vakinha.com.br (aqui), a campanha tem como meta arrecadar R$ 10 mil. De acordo com a estudante e produtora cultural Ianani Dias, a quantia é necessária para adquirir materiais elétricos que vão viabilizar a realização deste e de outros eventos na parte externa do Galpão Cultural.
— Ao planejar as formas de captação de recursos, pensamos também na vaquinha, para facilitar a doação — explica Ianani. Até a noite da última quinta-feira (23), apenas R$ 325 haviam sido doados na plataforma.
O planejamento do Diretório Central dos Estudantes da UFF Campos (DCE Fernando Santa Cruz) é de realizar a festa no dia 9 de julho, a partir das 16h. Duas atrações musicais estão previstas.
— Haverá o DJ Luga, da UFF Niterói, e (a banda) Forró DiDoido, de Campos, além de barracas com comidas e bebidas típicas, prendas, espaço kids e quadrilha — adianta Maria Júlia Eccard, que também faz parte da comissão organizadora.
Localizado dentro da área cedida pelo Ministério da Educação (MEC) à UFF Campos em 2009, o Galpão Cultural nunca foi efetivamente implementado. Segundo a professora Elis Miranda, desde 2012 já foram criadas três comissões de trabalho para a recuperação do prédio, que é datado de 1911 e está em ruína. No passado, o local funcionava como galpão de armazenamento de mercadorias transportadas via Estrada de Ferro Leopoldina.
— Lutamos pela manutenção, recuperação e a elaboração de uma política de uso e ocupação para fins de implementação de uma política cultural universitária da UFF para a região. Em 2017, aconteceu o Festival D’eu na Telha, com a intenção de arrecadar recursos para a recuperação do telhado. Mas, não foi possível, por se tratar de um prédio de valor histórico e arquitetônico e precisar de uma atenção especial. Mas, acreditamos que, a partir da inauguração do novo prédio da UFF, na XV de Novembro, a ocupação do galpão vá acontecer como parte de um processo histórico — ressalta Elis Miranda.
Entre os estudantes envolvidos na mobilização, há projetos para iniciativas futuras com o mesmo objetivo final.
— Pretendemos fazer calouradas para a recepção dos alunos no próximo semestre na UFF Campos. Também pretendemos usar o espaço da universidade para impulsionar mais ações organizadas pelos estudantes da instituição, com o intuito de custear, por exemplo, os eventos acadêmicos ou esportivos dos seus respectivos cursos. Lembramos que o objetivo do espaço é estar aberto para produções de toda a cidade — ressalta Mariana Silva, outra integrante da comissão organizadora do “Arraiá Julino”.
O prédio que abriga o projeto do Galpão Cultural não consta como bem tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam). Porém, fica próximo a um imóvel eclético tombado, e, por fazer parte da área de ambiência, é recomendado que propostas de reativação passem por análise do órgão.
Prédio destinado ao Galpão Cultural
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