Deam Campos / Folha da Manhã/Arquivo
Um caso recente de estupro contra uma mullher em Grussaí reacendeu a questão da importância do combate à violência sexual feminina. Em 2022, o município de Campos registrou uma queda de 13,5% nos casos de estupro em relação ao ano de 2021. No entanto, em toda a região Norte Fluminense, o número de registros de violência sexual foi 5,4% maior em 2022 do que em 2021. Para fortelecer o combate à violência sexual contra as mulheres, as autoridades em segurança tem trabalhado em conjunto com a sociedade e o Poder Público Municipal, que também possui dispositivos para acolher as vítimas e alertar sobre os crimes.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2022 foram registrados 314 casos de estupro no Norte Fluminense. Destes, 128 foram em Campos, sendo sete só no mês de dezembro do ano passado. Em comparação a 2021, houve um aumento de 5,4% na região, com 16 casos a mais em 2022.
Para a assistente social, mestre em Desensolvimento Regional e Políticas Pública, Manuelli Batista Ramos, a insegurança da mulher na sociedade tem uma dimensão estrutural. “Costumamos dizer que a mulher não se sente segura em lugar nenhum, nem dentro da própria casa, onde muitas vezes acontecem situações de violência doméstica com companheiros e ex-companheiros. Não se sente segura no hospital, como vimos casos de mulheres sendo violentas no momento do parto, como também assédios no transporte público e nas ruas mal iluminadas. Então não temos um local de segurança porque estruturalmente nossa sociedade é condicionada de uma forma machista em que as mulheres têm menos direito, sendo condicionadas a papéis de subserviência, de subalternidade a figura masculina, de não propriedade do seu próprio corpo e é sobre isso um pouco que o movimento feminista vem reclamando ao longo dos anos” disse ela que também atua no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim).
Manuelli considera que Campos possui uma rede especializada de atendimento a mulher muito completa. “Contando com a subsecretaria e o Centro Especializado de Atendimento a Mulher, a Deam, Patrulha Maria da Penha, temos o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e além de tudo isso, nós temos de forma muito aguerrida a luta e trabalho dos movimentos sociais, feministas, nessa luta e propondo ações, fiscalizando os serviços e as políticas para que sejam efetivas”, explicou ao ressaltar que toda política pública sempre carece de melhorias e um diálogo mais próximo de toda a rede.
— É fundamental que a política pública funcione de forma efetiva, que os Conselhos de Direitos sejam consultados, dialogado com a proposta de políticas públicas no seu interior, porque o Conselho justamente, é esse espaço de participação e controle social e de diálogos entre os movimentos sociais, feministas e o poder público — concluiu Manuelli.
Para atender os casos de violência, existe em Campos, a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam). Além disso, a subsecretária dos Direitos da Mulher atende vítimas de diferentes crimes, como assédio, estupro e violência doméstica. Outra iniciativa, implantada recentemente, é o Ônibus Lilás. que garante transporte exclusivo para mulheres de todas as idades, pessoas que identifiquem no gênero feminino e crianças de até 10 anos acompanhadas de pessoas do gênero feminino.
De acordo com a subsecretária dos Direitos da Mulher no ano de 2022, foram atendidas 1.005 mulheres pela pasta.
A subscretaria informou que também atua na articulção com órgãos das três esferas de governo e entidades da sociedade civil, com o objetivo de assegurar a implementação dos planos de políticas para as mulheres, além de atender as vítmas através do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam).
“Temos por objetivo desenvolver políticas públicas para a eliminação de toda e qualquer discriminação contra as mulheres, manter canais permanentes de contato e diálogo com os movimentos feministas e de mulheres por meio do Comdim, promover o resgate, a valorização e a difusão da produção das mulheres que, por meio de diferentes expressões e linguagens, permite transformar a cultura patriarcal, vindo compor o patrimônio cultural das mulheres e Coordenar a formação e a articulação das Redes de Serviços de Atendimento às Mulheres” disse.
Mulher é abusada sexualmente em Grussaí
Dois homens, um de 37 anos e outro de 35, foram presos, após a Polícia Militar encontrar o local em que uma mulher de 28 anos estaria sendo estuprada, na praia de Grussaí, em São João da Barra. A mulher, muito assustada, contou aos policiais que foi abordada na rua Amaro Belmiro da Silva, por volta das 21h do último sábado (21), quando eles a levaram para o terreno baldio. Segundo a vítima, ela foi beijada, agredida, eles se esfregaram sem consentimento e filmaram suas partes íntimas.
De acordo com informações da PM, denúncias deram conta de que estaria acontecendo um estupro em andamento. Quando os militares chegaram ao local encontraram a vítima e os dois homens. Ainda de acordo com a Polícia, um dos homens teria filmado as partes íntimas da mulher e no mesmo celular os policiais encontraram diversos outros vídeos de mulheres filmadas em outras ocasiões. O homem confessou ter filmado e praticado os atos juntamente com o seu amigo.
O caso foi registrado na 134ª Delegacia de Polícia, de Campos.
Em São João da Barra, muncipio vizinho a Campos, o levatamento do ISP mostrou que foram registrados 17 casos de estupro em 2022, mesma quantidade contabilizada em 2021.
Em São Francisco do Itabapoana também foram registrados 17 casos de estupro em 2022, porém, diferente de SJB, houve um aumento de seis casos em comparação com 2021.
Já em São Fidélis, outro município abrangido pelo 8º BPM, foram 13 estupros registrados em 2022 e nove em 2021.
Patrulha Maria da Penha na linha de frente da violência contra mulher
O programa Patrulha Maria da Penha - Guardiões da Vida tem como objetivo a prevenção de novos casos de violência doméstica assim como a proteção e prevenção de reincidência nos casos de vítimas que possuem medidas protetivas de afastamento.
De acordo com o tenente-coronel Ricardo Cruz, comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e responsável pela Patrulha Maria da Penha, o trabalho psicológico é de extrema importância. “Atuamos com palestras quando solicitados em escolas, eventos com a temática, ONGs, ou dentro das redes de apoio, assim como trabalhos sociais e preventivos com panfletagens e campanhas em datas especificas (Dia da Mulher, Dia de Combate a Violência Doméstica, Outubro Rosa, Agosto Lilás, entre outros”, disse.
Hoje a Patrulha Maria da Penha chegou a um número de mais de 1.500 atendimentos desde 2019, contando com cerca de 500 assistidas pelo programa, onde se faz periodicamente contato com as vítimas para acompanhar e garantir que seus direitos e liberdades sejam assegurados. A média de atendimento é de 8 a 10 por dia, presenciais ou pelo telefone.
— A Rede de Atendimento se constitui pela Patrulha Maria da Penha, Cras, Creas, Abrigo Benta Pereira, Deam, trabalho social chamado Empoderadas e também com ajuda de ONGs e iniciativa privada - como na época da pandemia a distribuição de cestas básicas para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica — contou o comandante.
Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2022 foram registrados 314 casos de estupro no Norte Fluminense. Destes, 128 foram em Campos, sendo sete só no mês de dezembro do ano passado. Em comparação a 2021, houve um aumento de 5,4% na região, com 16 casos a mais em 2022.
Para a assistente social, mestre em Desensolvimento Regional e Políticas Pública, Manuelli Batista Ramos, a insegurança da mulher na sociedade tem uma dimensão estrutural. “Costumamos dizer que a mulher não se sente segura em lugar nenhum, nem dentro da própria casa, onde muitas vezes acontecem situações de violência doméstica com companheiros e ex-companheiros. Não se sente segura no hospital, como vimos casos de mulheres sendo violentas no momento do parto, como também assédios no transporte público e nas ruas mal iluminadas. Então não temos um local de segurança porque estruturalmente nossa sociedade é condicionada de uma forma machista em que as mulheres têm menos direito, sendo condicionadas a papéis de subserviência, de subalternidade a figura masculina, de não propriedade do seu próprio corpo e é sobre isso um pouco que o movimento feminista vem reclamando ao longo dos anos” disse ela que também atua no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim).
Manuelli considera que Campos possui uma rede especializada de atendimento a mulher muito completa. “Contando com a subsecretaria e o Centro Especializado de Atendimento a Mulher, a Deam, Patrulha Maria da Penha, temos o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e além de tudo isso, nós temos de forma muito aguerrida a luta e trabalho dos movimentos sociais, feministas, nessa luta e propondo ações, fiscalizando os serviços e as políticas para que sejam efetivas”, explicou ao ressaltar que toda política pública sempre carece de melhorias e um diálogo mais próximo de toda a rede.
— É fundamental que a política pública funcione de forma efetiva, que os Conselhos de Direitos sejam consultados, dialogado com a proposta de políticas públicas no seu interior, porque o Conselho justamente, é esse espaço de participação e controle social e de diálogos entre os movimentos sociais, feministas e o poder público — concluiu Manuelli.
Para atender os casos de violência, existe em Campos, a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam). Além disso, a subsecretária dos Direitos da Mulher atende vítimas de diferentes crimes, como assédio, estupro e violência doméstica. Outra iniciativa, implantada recentemente, é o Ônibus Lilás. que garante transporte exclusivo para mulheres de todas as idades, pessoas que identifiquem no gênero feminino e crianças de até 10 anos acompanhadas de pessoas do gênero feminino.
De acordo com a subsecretária dos Direitos da Mulher no ano de 2022, foram atendidas 1.005 mulheres pela pasta.
A subscretaria informou que também atua na articulção com órgãos das três esferas de governo e entidades da sociedade civil, com o objetivo de assegurar a implementação dos planos de políticas para as mulheres, além de atender as vítmas através do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam).
“Temos por objetivo desenvolver políticas públicas para a eliminação de toda e qualquer discriminação contra as mulheres, manter canais permanentes de contato e diálogo com os movimentos feministas e de mulheres por meio do Comdim, promover o resgate, a valorização e a difusão da produção das mulheres que, por meio de diferentes expressões e linguagens, permite transformar a cultura patriarcal, vindo compor o patrimônio cultural das mulheres e Coordenar a formação e a articulação das Redes de Serviços de Atendimento às Mulheres” disse.
Mulher é abusada sexualmente em Grussaí
Dois homens, um de 37 anos e outro de 35, foram presos, após a Polícia Militar encontrar o local em que uma mulher de 28 anos estaria sendo estuprada, na praia de Grussaí, em São João da Barra. A mulher, muito assustada, contou aos policiais que foi abordada na rua Amaro Belmiro da Silva, por volta das 21h do último sábado (21), quando eles a levaram para o terreno baldio. Segundo a vítima, ela foi beijada, agredida, eles se esfregaram sem consentimento e filmaram suas partes íntimas.
De acordo com informações da PM, denúncias deram conta de que estaria acontecendo um estupro em andamento. Quando os militares chegaram ao local encontraram a vítima e os dois homens. Ainda de acordo com a Polícia, um dos homens teria filmado as partes íntimas da mulher e no mesmo celular os policiais encontraram diversos outros vídeos de mulheres filmadas em outras ocasiões. O homem confessou ter filmado e praticado os atos juntamente com o seu amigo.
O caso foi registrado na 134ª Delegacia de Polícia, de Campos.
Em São João da Barra, muncipio vizinho a Campos, o levatamento do ISP mostrou que foram registrados 17 casos de estupro em 2022, mesma quantidade contabilizada em 2021.
Em São Francisco do Itabapoana também foram registrados 17 casos de estupro em 2022, porém, diferente de SJB, houve um aumento de seis casos em comparação com 2021.
Já em São Fidélis, outro município abrangido pelo 8º BPM, foram 13 estupros registrados em 2022 e nove em 2021.
Patrulha Maria da Penha na linha de frente da violência contra mulher
O programa Patrulha Maria da Penha - Guardiões da Vida tem como objetivo a prevenção de novos casos de violência doméstica assim como a proteção e prevenção de reincidência nos casos de vítimas que possuem medidas protetivas de afastamento.
De acordo com o tenente-coronel Ricardo Cruz, comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e responsável pela Patrulha Maria da Penha, o trabalho psicológico é de extrema importância. “Atuamos com palestras quando solicitados em escolas, eventos com a temática, ONGs, ou dentro das redes de apoio, assim como trabalhos sociais e preventivos com panfletagens e campanhas em datas especificas (Dia da Mulher, Dia de Combate a Violência Doméstica, Outubro Rosa, Agosto Lilás, entre outros”, disse.
Hoje a Patrulha Maria da Penha chegou a um número de mais de 1.500 atendimentos desde 2019, contando com cerca de 500 assistidas pelo programa, onde se faz periodicamente contato com as vítimas para acompanhar e garantir que seus direitos e liberdades sejam assegurados. A média de atendimento é de 8 a 10 por dia, presenciais ou pelo telefone.
— A Rede de Atendimento se constitui pela Patrulha Maria da Penha, Cras, Creas, Abrigo Benta Pereira, Deam, trabalho social chamado Empoderadas e também com ajuda de ONGs e iniciativa privada - como na época da pandemia a distribuição de cestas básicas para mulheres em situação de vulnerabilidade social e econômica — contou o comandante.
Fonte:Fmanhã
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