Apesar de semestre violento, dados de junho apontam redução significativa nos homicídios na região do 8º BPM

Delegado da 146º DP aponta a transferência de presos como fator determinante para mudança nos índices

POR CAMILLA SILVA


Os municípios que compõem a região de ação do 8º Batalhão da Polícia Militar apresentaram o primeiro semestre do ano mais violento desde 2018. Segundo dados divulgado pela Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Campos, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e São Fidélis tiveram, juntos, 108 casos de homicídio registrados entre janeiro e junho de 2023. Em 2018, foram 143 casos no mesmo período.

Apesar dos dados alarmantes no ano, o mês de junho, com seis crimes do tipo, apresentou uma queda significativa em relação a maio, quanto 29 pessoas morreram assassinadas na região. A transferência de criminosos de Campos para presídios no Rio e do Rio para unidades prisionais federais é apontada como um fator que impactou os índices.

“A transferência das lideranças gerou um impacto super positivo na diminuição dos índices. Isso tudo aliado às prisões de vários investigados recentemente e a retirada de circulação de armas e drogas, resultado de trabalho integrado das forças de segurança. No mais, as diligências prosseguem, nosso trabalho não para para continuar com a baixa estatística dos principais crimes violentos”, explicou o delegado Carlos Augusto Guimarães, responsável pela 146º Delegacia de Polícia, em Guarus, responsável por investigar crimes ocorridos à margem esquerda do Rio Paraíba do Sul, em Campos, onde apenas um crime de homicídio ocorreu no mês.

O delegado explicou que Campos tem muitos casos de homicídio relacionados a disputas por território do tráfico de drogas. Nesses casos, as ordens partem de dentro das unidades prisionais, dadas pelos líderes de facções criminosas, que mesmo encarcerados, continuam exercendo poder.

Dos quatro municípios de atuação do 8º BPM, apenas São Fidélis teve redução no primeiro semestre em relação ao ano passado (de 2 para 1 homicídio). Em Campos, o número cresceu de 53 para 70 assassinatos. Em São Francisco de Itabapoana, subiu de 20 para 31, e, em São João da Barra, de 4 para 6.

O J3News entrou em contato com o comando do 8º BPM para comentar os dados divulgados nesta segunda e aguarda um posicionamento.

Transferências ocorreram em junho deste ano

A primeira transferência ocorreu em 15 de junho, quando cinco presos identificados como lideranças de facções que disputam território do tráfico de drogas em Campos foram transferidos do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca e da Casa de Custódia Dalton Crespo de Castro para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Quatro dias depois, os dois principais líderes das facções do tráfico de drogas em Campos, Luiz André Ribeiro Fiuza e Frâncio da Conceição Batista, mais conhecido como Nolita, tiveram a transferência para presídios federais determinada por decisão expedida. Até o fechamento desta reportagem, apenas o primeiro tinha tido a transferência confirmada pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária. O J3News tenta contato com a secretaria para uma atualização da informação.

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