A sessão começou com a apresentação feita pelo
representante do DER do projeto da nova ponte, que será construída entre
São
João da Barra, próximo ao trevo de acesso ao Porto do Açu, na BR-356, e o
limite entre Campos e São Francisco de Itabapoana, na RJ-194, próximo a
localidade
de Campo Novo. Mostrando os mapas, o engenheiro justificou a necessidade
de
realizar uma nova obra, visto que para aproveitar os antigos pilares as
despesas seriam maiores. “Para se ter uma ideia, seria necessário
construir um viaduto
de acesso à cabeceira da antiga ponte, já que o local alaga muito na
cheia do
Rio Paraíba. Com isso a ponte teria, somada ao viaduto, uma extensão de
cinco quilômetros. Uma obra mais cara e que resultaria em mais problemas
para o
licenciamento ambiental”, disse Ivan do Amaral. A nova ponte terá 1.344
metros
de extensão, largura de 16m20 com duas pistas de rolamento, dois
acostamentos e
uma área para pedestres e bicicletas.
Sobre a retomada do processo licitatório, o engenheiro
disse que depende do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). O
órgão pediu vistas ao processo e ainda não o devolveu ao DER. A concorrência pública,
antes marcada para dia 25 de março, foi adiada sem uma data definida, o que
pode atrasar o início da obra. “Estamos aguardando o Tribunal de Contas
devolver o processo. Havia uma expectativa para isso acontecer essa semana.
Agora vamos ter de marcar uma nova visita técnica ao local”, disse o
representante do DER.
Ivan do Amaral também falou sobre as estradas de acesso à
ponte. Segundo ele, o DER irá pavimentar a RJ-194 desde a Usina São João,
passando pela cabeceira da Ponte, em território campista. Quando entra em
território sanfranciscano, apesar de a estrada ser a mesma, porém a
nomenclatura muda para RJ-196, passando pela localidade de Campo Novo em
direção a Gargaú. Porém antes de chegar a Gargaú haverá um trevo, em uma
localidade conhecida como “Cova da Onça”. Nesse ponto a estrada tomará um novo
rumo, seguindo pela antiga estrada da linha, margeando o Canal do Engenheiro,
saído ao lado do DPO de Santa Clara. A partir daí não há uma definição de onde
passará a nova rodovia. Mas a hipótese mais provável é que a estrada siga
margeando o Canal do Engenheiro até a localidade do Sossego.
Outra ponte – O engenheiro do DER confirmou que haverá a necessidade
de construção de uma outra ponte sobre o Canal do Engenheiro. “O nosso
entendimento é que essa nova ponte fique localizada próximo a curva da antiga pinguela de Sossego. Porém isso vai
depender do estudo de impacto ambiental”, disse.
Convidado a participar da Audiência Pública, o economista
Ranulfo Vidigal falou sobre a Rodovia Translitorânea. O ex-prefeito de São João
da Barra conhece o projeto, já que em sua dissertação de mestrado analisou os
impactos econômicos que a obra trará para a Região, de Macaé até o Sul do
Espírito Santo. Ligará o Pólo de Petróleo e Gás em Macaé, passando pelo
complexo Farol-Barra do Furado, Superporto do Açu, e entrando em São Francisco
de Itabapoana pela Ponte que irá ligar SJB a SFI. A rodovia terminará na região
do Futuro Porto de Presidente Kennedy. A obra é uma parceria público privada
(PPP), prevista para começar em 2014, e a previsão é que circulem por ela 60
mil veículos por ano.
Ranulfo falou também sobre uma das preocupações
levantadas em São Francisco de Itabapoana, o ônus de ter uma praça de pedágio. “Primeiro
que se houver pedágio, a previsão é apenas de cobrar dos caminhões. E depois
não está certo de que a estrada será financiada por uma empresa privada, que
depois teria a concessão para administrá-la. É possível que o próprio Estado
financie o projeto, e a rodovia se torne 100% pública. Além do que, para se
construir uma praça de pedágio será feito um estudo econômico para saber se
aquela região têm capacidade de pagar o pedágio”, esclareceu Ranulfo.
O Economista também falou sobre as perspectivas para São
Francisco de Itabapoana com o desenvolvimento da região. Ranulfo apresentou números
nada animadores, que demonstram que São Francisco não progrediu na geração de
emprego formal, renda per capita e Produto Interno Bruto (riquezas produzidas),
porém acredita no grande potencial do município.
“Muitos
moradores de São Francisco saíram de sua terra em
busca de emprego em Macaé e Rio das Ostras. E agora com a ponte e com
esse
ciclo expansivo em Barra do Furado, no Açu e em Presidente Kennedy, São
Francisco pode se tornar um importante aliado na oferta de mão de obra,
turismo
qualificado e principalmente numa maior circulação de renda na cidade”,
disse. Na opinião do economista, para acompanhar o desenvolvimento,
São Francisco tem de buscar entendimento com o Governo do Estado para
criar um
núcleo industrial, pois “a indústria que é o setor que mais emprega com
renda
mais alta”.