Foto: Campos 24 Horas/arquivo
O delegado da Polícia Federal (PF), Paulo Cassiano Junior, que é uma das autoridades que comandam a investigação do suposto esquema de compra votos a partir de fraude no programa Cheque Cidadão, concedeu uma entrevista coletiva no final da tarde desta quarta-feira(16), apresentado dados sobre a fraude e porque o secretário de Governo, Anthony Garotinho, teve prisão decretada. O mandado para prisão do ex-governador foi expedido pelo juiz da 100ª Zona Eleitoral de Campos, Glaucenir Silva de Oliveira. O pedido de prisão foi feito por oito promotores do Ministério Público Estadual(MPE), que aponta Garotinho na liderança da associação criminosa que fraudou o programa social. O ex-governador, por sua vez, nega as acusações(veja nota do seu advogado ao final das informações).
Segundo o delegado, pessoas que recebem ordens de Garotinho tiveram contato direto com testemunhas.
“Assim como os demais envolvidos, agora chegou a vez dele (se referindo a Garotinho) ser denunciado, e a investigação não cessa. Nós percebemos coações às testemunhas, não temos provas que estas tenham sido feitas diretamente pelo Garotinho, mas por pessoas ligadas diretamente a ele, entre elas, o subsecretário de Governo, Alcimar Ferreira, que está foragido”, disse o delegado, acrescentando que “por trás disso tudo, está claro o comando de Garotinho e está mais que evidente a associação criminosa”.
Paulo Cassiano disse que não recebeu ainda informações da Comissão da Prefeitura responsável pela apurar a respeito da inclusão de milhares de beneficiários nos meses que antecederam as eleições. O delegado afirma também que já conseguiu robustas provas da fraude, enquanto isso nenhuma informação foi enviada pela Comissão da Prefeitura, que ainda pediu mais prazo para concluir as apurações.
“Estes beneficiários foram inseridos num sistema de mutirão que foi formado dentro da secretaria, a partir de contratação de digitadores, que se trancaram em uma sala e, sob comando da secretária, receberam de candidatos a vereadores formulários com os nomes que deveriam ser inseridos no sistema. Após essas inserções, esses dados eram enviados mensalmente para a empresa Vale Card, para geração e inserção dos créditos nos cartões”, destacou o delegado.
DEFESA DE GAROTINHO
O ex-governador Garotinho nega as acusações. O criminalista Fernando Augusto Fernandes, responsável por sua defesa, divulgou uma nota sobre a prisão: “afirma que o decreto de prisão ocorrido em razão de decisão da 100ª Vara Eleitoral de Campos vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do Tribunal Superior Eleitoral. A prisão a qual está submetido o ex-governador é abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz”, diz a nota do advogado.
Show Francisco