Uma testemunha de acusação do caso Chequinho teria sido abordada no corredor do Fórum de Campos, na tarde desta quinta-feira (9), enquanto aguardava para prestar depoimento na audiência dos vereadores Roberto Pinto (PTC) e Thiago Ferrugem (PR), o vereador afastado Vinicius Madureira (PRP), a suplente de vereadora Cecília Ribeiro Gomes (PT do B), além de Marcos Andre Elias de Freitas e Bruno Bastos Gomes. De acordo com a testemunha, um homem sentou ao seu lado e falou para que ela negasse tudo. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu cópia do depoimento. Outra audiência para ouvir mais 17 testemunhas foi marcada para dia 27 de novembro, às 10h.
A mulher seria uma das últimas a ser ouvida, mas a promotora Patrícia Monteiro Alves Moreira Baranda, ao tomar conhecimento da abordagem que ocorrera no lado de fora da sala de audiência, pediu ao juiz Ricardo Coimbra a inversão dos depoimentos. Até então estavam sendo ouvidas as testemunhas gerais e depois seriam as que falariam sobre cada réu. A promotora solicitou, também, que as testemunhas fossem retiradas do corredor e levadas para um local a parte.
A mulher, que chegou a chorar ao ser questionada sobre o caso, era testemunha do MPE contra Cecília Ribeiro Gomes. Ela contou que recebeu o Cheque Cidadão de uma mulher chamada Viviane, que foi ao portão dela oferecer o benefício. Contou, também, que Viviane teria pedido voto para Cecília.
Outras duas mulheres confirmaram que também foram procuradas - uma em casa e outra numa igreja - por Viviane. Ela teria frisado que não era compra de votos. Porém, no momento da entrega, que aconteceu na rua, para uma Viviane teria dito que contava com o voto para Cecília. A outra relatou que a entrega foi feita por um homem identificado como secretário de Cecília.
Convocação delegado da PF
As defesas dos réus pediram que o delegado da Polícia Federal Paulo Cassiano e o escrivão que acompanhou os depoimentos sejam convocados para esclarecimentos. Isso porque os primeiros depoimentos das três mulheres foram colhidos na casa de uma delas. O advogado Carlos Fernando dos Santos Azeredo questionou se o delegado leu os direitos constitucionais e disse que elas tinham o direito de ficar em silêncio. Uma delas afirmou que não.
Pela manhã
* Texto de Júlia Beraldi
De manhã ocorreu outra audiência, mas de defesa em Ação Penal que tem como réus Linda Mara (PTC), Ozéias (PSDB), ambos vereadores, além do ex-subsecretário de Governo Alcimar Ferreira Avelino, o escrevente do Cartório do 24º Ofício Carlos Alberto Soares de Azevedo Junior, Maria Elisa de Souza Viana de Freitas e Jossana Ribeiro Pereira Gomes. O único que não apresentou testemunha de defesa foi o ex-assessor parlamentar Nalto Muniz. Após o término do depoimento das testemunhas foram escutados Ozéias, Nalto e Maria Elisa.
Ozéias, que foi o primeiro a falar, enfatizou que todas as acusações do Ministério Público contra ele são falsas:
"Todas as acusações do Ministério Público são falsas. Quero deixar claro que sou dono de uma auto escola além de ser vereador, então quando Ministério Público alegou que fui preso em flagrante por que me encontraram vendendo voto para três rapazes. Essa afirmação é falsa porque esses rapazes na verdade estavam lá fazendo orçamento para a carteira de habilitação e foi isso que eles disseram para Polícia Federal. Quero deixar claro também, que do dia 19 ao dia 29 fiquei preso então não tive contato com Alessandra e nem com Nalto portanto eu não posso ter induzido nenhum dos dois".
Oséias disse também que estranhou o fato da Alessandra hoje exercer um cargo de chefia na UBS de travessão já que ela declarou segundo ele, que tinha medo de perder o emprego.
Nalto, em depoimento< disse que tentou ajudar Alessandra:
"Alessandra me ligou transtornada no dia 19 de outubro dizendo que a Polícia Federal estava na sua casa. Então eu como sou amigo dela, fui até a delegacia da Polícia Federal onde ela me entregou uma bolsa que eu não abri, não sei o que tinha dentro. No outro dia ela me ligou novamente falando que ia se matar, desesperada dizendo que mudou o depoimento porque foi ameaçada na delegacia e pedindo pelo amor de Deus para eu entrar em contato com garotinho, só que eu disse para ela que eu não tinha o contato do Garotinho, mas eu me lembrei que eu tinha salvo o número do diário onde ele fazia o programa “Fala Garotinho” foi aí que ela pegou o telefone e disse que ia mandar uma mensagem, mas na verdade manda um áudio pedindo desculpas a ele falando que tinha uma filha doente e que foi coagida a dizer que estava envolvida na Chequinho".
Quando indagado pelo Ministério Público sobre porque ele não procurou a família da Alessandra já que ele disse que é muito íntimo deles, ele disse que não procurou porque era uma situação delicada e que preferiu ajudá-la. Ele relatou também que chegou Inclusive a levá-la em um hospital por achar que ela tinha tomado veneno. Para sua defesa ele levou os prints das conversas que teve com Alessandra e o áudio que ela enviou para Garotinho. Sobre esse áudio, ele afirmou que ela só enviou porque não conseguiu outra maneira para falar com ex-governador.
Já Maria Eliza em seu depoimento afirmou ser muito amiga da Alessandra, e diz que quando Alessandra saiu da delegacia estava transtornado e disse que teve que mentir por causa da pressão que estavam impondo. Ela contou que Alessandra relatou que por várias vezes na delegacia abriram abriram a porta do carro da polícia dizendo que ela seria presa se não falasse a verdade verdade essa, que segundo ela já tinha dito. Maria Eliza disse que não pôde se envolver muito nesse tempo porque estava com seu marido internado em Itaperuna, mas deixou claro que jamais ameaçou Alessandra. E concluiu dizendo que não conhece Beth Megafone.