segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Primeira bailarina negra campista no Municipal do Rio é destaque na coluna

Mercedes Batista fez história na dança brasileira; negócios e investimentos também são assuntos importantes na semana

COLUNA DO BALBI


Mercedes faleceu em 2014 aos 93 anos (Reprodução)

Mercedes 1

Será lançado pela Universidade de Campinas (SP) o Dicionário dos Excluídos, resultado de muita pesquisa sobre a negritude no Brasil, condenando muitas histórias. Um dos personagens lembrado é o de Mercedes Batista, que nasceu em Campos em 1921 e morreu em 2014.

Mercedes 2

A história conta que ela se mudou para o Rio para trabalhar como empregada doméstica, mas foi trabalhando na bilheteria de um cinema que seu sonho de trabalhar com a arte nasceu. Aos 24 anos, começou seu caminho no balé na Escola de Danças do Theatro Municipal.

Mercedes 3

Em 1948, ingressou no corpo de baile do teatro, sendo a primeira mulher negra a alcançar tal feito. Mercedes sempre foi alvo de discriminação, sendo excluída de apresentações e impedida de pisar nos palcos. Por causa disso, ela migrou para o Teatro Experimental do Negro como bailarina e, mais tarde, como colaboradora e coreógrafa.

Turismo

O presidente da Codemca, Vinícius Viana Vieira, passou a semana toda em Brasília na tentativa de formatar acordo com o Ministério do Turismo para o Consórcio de Municípios da região. O terreno já foi pavimentado, mas serão necessárias outras idas à capital. De concreto, ele conseguiu expor a potencialidade turística do interior do Rio.

Na carne

Essa coluna adiantou que Campos vai ganhar no início do próximo ano uma espécie de butique de carnes, algo nunca visto por aqui. Um negócio audacioso, fechado após pesquisa de mercado. Não se pode adiantar muita coisa, exceto que o novo point de luxo para os carnívoros será pelas bandas da Pelinca.

Feriadões fracos em 2021

Feriadão, né ?! O último será o do Natal. Mas 2021 promete, a começar pelo primeiro dia do ano, a tradicional virada que cai numa sexta-feira. Dois de abril, Paixão de Cristo, obviamente cai numa sexta-feira. No mais, muitos feriados de meio de semana. O campista em especial terá um feriadão particular porque 6 de agosto cai numa sexta-feira em 2021. Para fechar, o primeiro de maio, dia do trabalho, cai em um sábado.

Comunicando

Carioca da gema, criada na beira do mar, mas com uma longa temporada em Brasília como assessora do Senado, a jornalista Simone Souto Maior está de volta às origens. Ela voltou para o Rio para assumir a comunicação do governador em exercício Cláudio Castro. Está animada ‘que nem ela’ e metendo a cara, melhor dizendo, o rostinho no trabalho.

Novo cemitério

O Grupo Bosque dos Ipês que constrói cemitérios sofisticados no estilo parque está procurando área em Campos e os corretores estão em polvorosa. Trata-se de um investimento de porte com conceitos diferentes dos existentes. O projeto em Campos prevê um crematório. Pode-se adiantar que toda a estrutura será horizontal.

Onde dorme a coruja!?

Para lançar um grande empreendimento em Campos uma construtora de Vitória, no Espírito Santo, está fazendo circular por toda cidade uma coruja verde que tem chamado a atenção de muitos. Porém, nada é adiantado sobre esse empreendimento. Parece que faz parte da estratégia de marketing da construtora.

Do arranhão ao amassado

A frota da Polícia Militar em Campos está questionando uma decisão do comando de área em que os agentes terão que arcar com os custos de conserto e manutenção de viaturas que se envolverem em acidentes, independente de quem causou. Uma circular sobre o fato frisou que a responsabilidade é desde um arranhão ao amassado. Tem PM falando em assédio moral.
Fonte Coluna do Balbi

Campos tem 810 candidatos a vereador

A disputa eleitoral na cidade aponta o funil de 32 nomes por cada vaga para a Câmara Municipal



Sede da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes (Foto: Carlos Grevi)

A corrida por uma cadeira na Câmara de Vereadores de Campos promete ser acirrada. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram registradas 810 candidaturas para a eleição municipal de novembro — o número é 35% maior que em 2016, quando os partidos registraram 597 nomes. São 32 candidatos disputando cada um dos 25 assentos da Casa de Leis, o que torna o pleito tão ou mais concorrido que vestibulares de prestigiadas instituições de ensino públicas do país.

O perfil médio do candidato a uma vaga no Legislativo em Campos este ano é homem, branco, casado, com ensino médio completo. Tem entre 40 e 44 anos de idade e atua como empresário, ocupação mais declarada este ano.

O partido com maior número de candidatos à Câmara é o PSL, que apresentou uma nominata composta de 39 concorrentes. A legenda ainda capitaliza o bom desempenho obtido nas urnas em 2018, quando elegeu o presidente Jair Bolsonaro, que deixou a sigla em 2019.

Em seguida, aparecem PDT, PL, PMN, Podemos, PROS, PRTB, PSC, PSD, PSDB e PTB, com 38 candidatos a vereador cada um. Cidadania e PTC registraram 37 candidaturas. Avante e MDB concorrem com 36 nomes. Os Republicanos têm 34 pretendentes à Câmara, o Solidariedade, 33, e o PSB, 32.

A lista continua com Rede (26), DEM (25), Patriota e PC do B (21), DC e PMB (20), além do PT (11). O partido com menor número de nominata é o PSOL, com somente dois candidatos.

Para a análise, o Jornal Terceira Via usou dados preliminares divulgados pelo TSE. Os números ainda podem sofrer alterações, com a atualização dos dados pela Corte ou o indeferimento e renúncia de candidatos.

Presença de mulheres é recorde

As mulheres representam exatamente terço (33,33%) dos candidatos a vereador registrados em Campos. O percentual é ligeiramente maior do que a média nacional, que apontou que elas foram responsáveis por 33,1% dos pedidos de candidaturas em 2020.

A média é somente três pontos percentuais acima do mínimo obrigatório determinado pela Lei 9.504 de 1997, alterada em 2009, que estabelece que “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo”.

Apesar disso, trata-se de um recorde histórico. Na eleição municipal de 2008, a cada 100 candidaturas, só 21 eram de mulheres. Em 2012, três anos depois da alteração na Lei 9.504, esse número saltou para 31% e, em 2016, para 32%.

Representatividade negra aumenta

Do mesmo modo que as candidaturas femininas, também cresceu, em Campos, o número de pedidos de registro de candidatos a vereador autodeclarados negros. Segundo o TSE, o total passou de 106, em 2016, para 172, em 2020 — um crescimento de 62%.

Porém, apesar da ampliação acentuada da representatividade negra na corrida pelo Legislativo municipal, eles ainda representam somente 21,24% dos pretendentes; percentual bem distante da média nacional, que registra 51 negros a cada 100 candidatos.

Eles aparecem atrás de autodeclarados brancos (46.91%) e pardos (31,36%), mas à frente de indígenas (0,25%), amarelos (0,12%) e não informados (0,12%).

Outros dados

Entre os candidatos, 54,20% se declararam casados. O estado civil solteiro aparece como o segundo mais declarado, por 30,86% dos concorrentes. Depois, vem divorciado (11,98%), viúvo (2,47%) e separado judicialmente (0,49%).

Em relação à idade, 16,91% dos candidatos declararam ter entre 40 a 44 anos. O total é próximo dos que afirmaram ter de 45 a 49 anos (15,80%). As faixas etárias de 55 a 59 anos (13,83%), 50 a 54 anos (13,70%), e 35 a 39 anos (13,21%) completam a lista das mais citadas.

A maior parte dos candidatos afirmou ter Ensino Médio completo (42,47%). Por fim, aparecem, em ordem decrescente de representação, Superior completo (20,50%), Ensino Fundamental completo (13,70%), e Ensino Fundamental incompleto (10,37%).

Das ocupações especificadas pelos candidatos, a mais citada é empresário (8,51%), seguida de comerciante (7,53%) e dona de casa (4,56%).

Reeleição

De acordo com o TSE, somente 13 candidatos buscam reeleição à Câmara em Campos. Não é o que se vê, porém, nas redes sociais dos vereadores. Com a possibilidade de modificação dos dados, esse número deve subir nos próximos dias.

Levantamento feito pelo Jornal Terceira Via constatou que, dos 25 vereadores, 23 buscam ser reconduzidos pelo voto à Casa de Leis: Abdu Neme (Avante); Abu (CDN); Álvaro César (PRTB); Álvaro Oliveira (PSD); Cabo Alonsimar (Podemos); Cláudio Andrade (PTB); Eduardo Crespo (PSC); Enock Amaral (PSB); Fred Machado (CDN); Genásio (PTB); Igor Pereira (SDD); Ivan Machado (PDT); Jairinho é Show (PTB); Joilza Rangel (DEM); Jorginho Virgílio (DC); José Carlos (CDN); Josiane Morumbi (PROS); Marcelo Perfil (DEM); Neném (PSL); Paulo Arantes (PDT); Renatinho do Eldorado (Podemos); Rosilani do Renê (PSC) e Silvinho Martins (MDB).

Somente Marcão Gomes (PL), que retoma o mandato de vereador nos próximos dias após passagem pela Câmara dos Deputados, em Brasília, como suplente, e Vanderly Mello (Republicanos) não concorrem a novos mandatos no Legislativo Municipal.
Fonte Terceira Via

domingo, 11 de outubro de 2020

Justiça do Rio nega prisão domiciliar para Cristiane Brasil

No pedido feito pela defesa, Brasil alega ser parte do grupo de risco para coronavírus

Foto: Divulgação.

A Justiça do Rio negou o pedido de prisão domiciliar feito pela ex-deputada federal Cristiane Brasil, presa desde o dia 11 de setembro por supostos desvios em contratos de assistência social celebrados pela prefeitura e governo do Rio. O esquema investigado envolve o desvio de recursos da Fundação Leão XIII, que presta serviços à pessoas pobres no estado do Rio.

No pedido feito pela defesa, Brasil alega ser parte do grupo de risco para coronavírus. A filha de Roberto Jefferson, presidente do PTB, alegou fazer tratamento psiquiátrico desde 2018, mas a juíza Simone de Faria Ferraz, da 26ª Vara Criminal do Rio, entendeu que ela deve permancer no presídio.

A Justiça acompanhou o parecer do Ministério Público do Rio, que argumentou a favor da necessidade de manter Cristiane Brasil presa. “Há fortíssimos indícios de que a organização criminosa continuava a atuar, em consonância com as provas obtidas através da apreensão dos aparelhos de telefonia celular dos acusados Marcus Vinícius e Flávio Chadud, havendo, inclusive a renovação de contrato da sociedade empresária Servilog no ano de 2019, já na gestão do atual governo”, sublinhou o MP do Rio. O órgão ainda afirma que é inegável a existência de fatos novos que demonstram a necessidade de prisão cautelar da ex-deputada.

Ontem, a CNN mostrou que Cristiane Brasil contratou a filha de um dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio que irá analisar seu pedido de saída da cadeia. Uma das advogadas que assina o pedido é Juliana França David, filha do desembargador Cairo Ítalo França David, presidente da 5ª Câmara Criminal da Justiça do Rio - é lá que tramitam os recursos da ex-parlamentar. O caso deve ser julgado até o final deste mês pelo colegiado.

Na decisão, a juíza também negou o pedido de prisão domiciliar feito pelo empresário Flávio Chedud, um dos integrantes do esquema que pode ter desviado até R$ 120 milhões dos cofres do estado. O ex-delegado Mario Jamil Chadud, pai de Flávio, e o ex-diretor de administração financeira da Fundação Leão XIII João Marcos Borges Mattos. Eles deverão cumprir a prisão em casa, monitorados por tornozeleira eletrônica.
Fonte CNN

Eleição em Campos: candidatos de várias profissões e com apelidos curiosos

Confira o levantamento do Campos 24 Horas junto ao TSE

Foto: reprodução/Campos 24 Horas.

Advogado, agricultor, ambulante, barbeiro, cabeleireiro, caminhoneiro, carroceiro, comerciante, costureira, médico, desempregado ou sem ocupação definida, dona de casa, economista, eletricista, empresário, enfermeiro, feirante, jornalista, manicure, mascate, motorista, policial, professore, radialista, servidor público, taxista, vigilante, entre outros. Enfim, todos os estratos sociais estão representados na lista de candidatos a uma das 25 vagas na Câmara de Vereadores de Campos em levantamentos feito pelo Campos 24 Horas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E os apelidos são muitos também: Empadinha, Boneco da Van, Costureira e por aí vai. (leia abaixo)

Os subsídios, cerca de R$ 15 mil mensais brutos, estão bem acima da média salarial da região, em torno de R$ 2,5 mil. Uma vez eleito, é só encomendar o terno da posse, com direito a assessores, veículo, verba de gabinete, além de outras vantagens e a honra de ser escolhido como representante dos cerca de meio milhão de campistas no Legislativo municipal. (leia mais abaixo)

Na tentativa de angariar mais votos, muitos lançam mão do marketing e se identificam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por nomes acompanhados de suas ocupações, que valem também no material de propaganda e na urna eleitoral. 

APELIDOS - Assim, entre estes candidatos estão Alexandre Empadinha, Aldeir Tio da Pipoca, Agai Eletricista, Adriano Caminhoneiro, Agnaldo Micum Enfermagem, Alvinho Vendedor, Amanda do Uber, Amélia da Educação e Ana Costureira, entre outros.

Outros como a dona de casa Angélica Cristina Baldino, a Angélica do Povão, busca realçar sua identidade e origens populares. Na mesma linha, a técnica de enfermagem Sandra Maria Venâncio Barreto, que registrou seu nome de candidata como Sandrinha do Povo. Outros nomes registrados no TSE contém a expressão “tio” ou “tia”. Neste caso, estão a Tia da Empadinha, Tia Eli da Penha, Tia Léa, Tia Lúcia, Tia Val, Tia Vanilce , Tio Léo e Tio Ricardo.

Outros buscam outras formas de identificação como o policial militar Izael Andrade Dias Junior, o Andrade Ficha Limpa, que assim busca destacar o fato de estar em dia com a Justiça.

O corretor de seguros Jorge Luiz de Souza usa o instrumento musical que acompanha seu apelido para se manter no imaginário do eleitor e ser lembrado de maneira mais fácil: Pingo do Pandeiro.

Na quase totalidade dos casos, os candidatos registram seu nome de batismo acompanhado do “nome de guerra” pelo qual será conhecido do eleitor. Não é o caso do motorista de veículos de transporte coletivo de passageiros registrado como Boneco da Van, nas duas situações: nome completo e apelido.

Há outras dezenas de nomes exóticos e curiosos com os quais os eleitores vão se deparar durante a campanha eleitoral para vereadores na cidade de Campos.

Analistas e cientistas políticos consideram que essa forma de identificação de candidatos com nomes inusitados são válidas porque é a forma com que realmente são conhecidos nas comunidades onde vivem ou porque desejam chamar mais a atenção e ganhar maior visibilidade.
Fonte Campos 24horas

Vídeo mostra aglomeração e pessoas sem máscara em evento em shopping em Campos

Segundo a Prefeitura, a equipe da Força-Tarefa foi ao local, e organizador e o shopping foram multados

Foto: Divulgação.

VEJA VÍDEO AO FINAL DAS INFORMAÇÕES - Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um aglomeração e pessoas sem máscara em um evento que teria ocorrido neste sábado (10) dentro de um shopping, em Guarus. O Campos 24 Horas entrou em contato com a Prefeitura que disse que 'a apresentação musical não obedecia critérios previamente estabelecidos em decreto municipal, nem ao protocolo estabelecido para casos de evento'. Ainda segundo a Prefeitura, o organizador e o shopping foram multados. (leia mais abaixo)

O Campos 24 Horas também entrou em contato com o shopping em questão e aguarda uma resposta.

A nota da Prefeitura de Campos segue abaixo:

A equipe de Força-Tarefa do Município atua na fiscalização 24h, inclusive nos finais de semana e feriados, em todo território municipal. A população pode denunciar caso encontre qualquer irregularidade, através dos canais de comunicação disponibilizados. Sobre o evento em questão, no shopping localizado em Guarus, a equipe foi ao local assim que acionada. Foi identificado que a apresentação musical não obedecia aos critérios previamente estabelecidos em decreto municipal, nem ao protocolo estabelecido para casos de evento, que deve ser previamente autorizado pela superintendência de Entretenimento e Lazer- o que não ocorreu. O organizador e o shopping foram multados, conforme especificado, também, em decreto.

"As equipes estão reforçadas e atuando em todo o território municipal- que tem mais de 4 mil km2- contudo, não é possível estar em todos os locais ao mesmo tempo. Por isso, é de extrema importância que todos tenham consciência, principalmente, de que qualquer evento deve estar dentro dos critérios estabelecidos pelos decretos municipais para evitar contágio pelo coronavirus. Precisamos da colaboração de todos e, ainda, que as pessoas não frequentem eventos não autorizados. Em caso de aglomeração indevida, as pessoas devem denunciar. Não podemos nos dar ao luxo do descuido neste momento, que ainda é de atenção" alertou o secretário de Segurança Pública, Darcileu Amaral.

A população pode denunciar em caso de flagrante de irregularidades. O município disponibiliza canais de comunicação através da secretaria de Segurança Pública - (22) 98175-2058/ Guarda Civil Municipal (22) 98175-0785 e superintendência de Postura (22) 98168-3645.
Fonte Campos 24 horas

Abastecimento de água interrompido até às 17h em Campos

Abastecimento interrompido por 12 horas

Divulgação

Abastecimento interrompido por 12 horas

O abastecimento de água na cidade de Campos foi interrompido, provisoriamente, por 12 horas, neste domingo (11/10), das 5h às 17 horas, para a manutenção preventiva da Estação de Tratamento da Coroa, visando o período de verão. A informação é da concessionária Águas do Paraíba.

A paralisação da ETA Coroa não afetará os distritos e localidades do interior que dispõem de sistemas de produção e abastecimento de água independentes, o que inclui toda a Baixada Campista e a região Norte do município.

A empresa Águas do Paraíba informou que se preparou para o fornecimento alternativo e emergencial de água, durante a paralisação da ETA Coroa, se necessário, através de caminhões pipa.

O serviço poderá ser solicitado através do telefone 0800 772 0422, pelo Whathsapp (21) 97211 8064, ou através do Aplicativo Cliente Águas (que pode ser baixado na Internet) e, também, através do site aguasdoparaíba.com.br.

A paralisação provisória interromperá o abastecimento em todos os bairros da cidade, em ambas as margens do rio Paraíba do Sul, além de Tapera, Ururaí e Travessão que recebem água da ETA Coroa.

Águas do Paraíba orienta para o não desperdício de água, principalmente durante a interrupção do abastecimento, mesmo garantindo a completa normalidade do fornecimento para a reserva adequada durante toda a noite de sábado (10) e madrugada de domingo, até o desligamento da ETA Coroa às 5 horas.

Para minimizar os efeitos da paralisação, a empresa decidiu estrategicamente pela interrupção do abastecimento, por 12 horas, no próximo domingo, por ser véspera de feriado — que ocorrerá na segunda feira (12/) – quando tradicionalmente grande parte da população campista sai da cidade, indo para as praias ou para localidades do interior, além de viajar.
Fonte: Ascom

Boletim Coronavírus: 19.284 óbitos e 283.407 casos no RJ

Divulgação

Há ainda 370 óbitos em investigação e 2.135 foram descartados

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que registrou, até este sábado (10/10), 283.407 casos confirmados e 19.284 óbitos por coronavírus (Covid-19) no estado. Há ainda 370 óbitos em investigação e 2.135 foram descartados. Entre os casos confirmados, 258.928 pacientes se recuperaram da doença.

Os casos confirmados estão distribuídos da seguinte maneira:
Rio de Janeiro - 111.218
Niterói - 14.050
São Gonçalo - 12.962
Belford Roxo - 10.279
Duque de Caxias - 10.240
Macaé - 8.637
Nova Iguaçu - 6.984
Volta Redonda - 6.860
Campos dos Goytacazes - 6.567
Teresópolis - 6.455
Angra dos Reis - 5.832
Itaboraí - 4.739
Magé - 4.107
Maricá - 3.799
São João de Meriti - 3.622
Nova Friburgo - 3.381
Barra Mansa - 3.298
Três Rios - 2.972
Itaperuna - 2.939
Cabo Frio - 2.719
Resende - 2.659
Petrópolis - 2.582
Queimados - 2.567
Itaguaí - 2.522
Rio das Ostras - 2.096
Guapimirim - 1.985
Rio Bonito - 1.946
Mesquita - 1.602
Araruama - 1.589
Nilópolis - 1.444
São Pedro da Aldeia - 1.331
Santo Antônio de Pádua - 1.191
Barra do Piraí - 1.172
Saquarema - 1.163
São João da Barra - 1.127
Casimiro de Abreu - 1.009
Paraíba do Sul - 1.008
Mangaratiba - 935
Paraty - 923
Tanguá - 885
Bom Jesus do Itabapoana - 819
Seropédica - 803
Vassouras - 784
Paracambi - 777
Iguaba Grande - 745
Piraí - 742
Conceição de Macabu - 716
Valença - 690
Varre-Sai - 656
Porciúncula - 643
Cachoeiras de Macacu - 631
São Francisco de Itabapoana - 611
Natividade - 597
Sapucaia - 567
Japeri - 535
Pinheiral - 517
Armação dos Búzios - 511
Quissamã - 497
Miracema - 479
São José do Vale do Rio Preto - 475
Porto Real - 442
Itatiaia - 396
Itaocara - 375
Cardoso Moreira - 366
Cordeiro - 361
Italva - 359
Cantagalo - 325
Carapebus - 314
Rio Claro - 305
Laje do Muriaé - 302
Miguel Pereira - 281
São Fidélis - 271
Mendes - 236
Areal - 231
Carmo - 225
Arraial do Cabo - 211
Cambuci - 203
Aperibé - 195
Bom Jardim - 193
Engenheiro Paulo de Frontin - 192
Paty do Alferes - 183
Sumidouro - 183
Silva Jardim - 165
Comendador Levy Gasparian - 164
Quatis - 162
São José de Ubá - 142
Macuco - 110
Santa Maria Madalena - 108
Duas Barras - 74
Trajano de Moraes - 62
São Sebastião do Alto - 55
Rio das Flores - 25

As 19.284 vítimas de Covid-19 no estado foram registradas nos seguintes municípios:

Rio de Janeiro - 11.401
Duque de Caxias - 756
São Gonçalo - 737
Nova Iguaçu - 628
São João de Meriti - 461
Niterói - 452
Campos dos Goytacazes - 400
Belford Roxo - 311
Magé - 231
Petrópolis - 227
Itaboraí - 226
Volta Redonda - 219
Nilópolis - 194
Angra dos Reis - 192
Mesquita - 183
Barra Mansa - 169
Macaé - 158
Teresópolis - 155
Cabo Frio - 154
Nova Friburgo - 139
Itaguaí - 129
Maricá - 126
Resende - 101
Rio das Ostras - 82
Itaperuna - 79
Queimados - 68
Araruama - 67
Guapimirim - 67
Saquarema - 67
Três Rios - 67
Rio Bonito - 60
Barra do Piraí - 59
Seropédica - 59
São Pedro da Aldeia - 55
Tanguá - 42
Mangaratiba - 40
Iguaba Grande - 36
Paracambi - 35
Paraty - 34
Japeri - 32
Cachoeiras de Macacu - 31
São Fidélis - 28
Sapucaia - 28
Casimiro de Abreu - 26
Vassouras - 26
Itaocara - 25
Paraíba do Sul - 24
Bom Jesus do Itabapoana - 23
São Francisco de Itabapoana - 23
Santo Antônio de Pádua - 21
Porciúncula - 20
São José do Vale do Rio Preto - 19
Valença - 19
Pinheiral - 17
Porto Real - 17
Quissamã - 17
Armação dos Búzios - 15
Conceição de Macabu - 15
Rio Claro - 15
Miguel Pereira - 14
Piraí - 13
Sumidouro - 13
Italva - 12
Itatiaia - 12
São João da Barra - 12
Silva Jardim - 9
Areal - 8
Aperibé - 7
Arraial do Cabo - 6
Paty do Alferes - 6
Cambuci - 5
Miracema - 5
Natividade - 5
Santa Maria Madalena - 5
Bom Jardim - 4
Carapebus - 4
Carmo - 4
Rio das Flores - 4
Comendador Levy Gasparian - 3
Duas Barras - 3
Engenheiro Paulo de Frontin - 3
Macuco - 3
Mendes - 3
São José de Ubá - 3
Cantagalo - 2
Cardoso Moreira - 2
Quatis - 2
Varre-Sai - 2
Cordeiro - 1
Laje do Muriaé - 1
São Sebastião do Alto – 1
Fonte: Ascom

Campos atinge 400 mortos pelo Novo Coronavírus

Município registra 7.144 casos confirmados de Covid-19 até a manhã deste domingo


De acordo com o mais recente boletim sobre o Novo Coronavírus em Campos dos Goytacazes, o município registrou mais duas mortes e outros 57 novos casos confirmados de Covid-19. Ao todo, são 400 óbitos e 7.144 casos da doença no Município. A Vigilância em Saúde informa que estão sendo divulgados casos confirmados de Covid-19 registrados em meses anteriores nos laboratórios – somado às notificações concentradas na Vigilância em Saúde do Município (unidades de saúde e testes realizados pela Prefeitura). Esse registro é reflexo da obrigatoriedade de notificação pelos laboratórios do Município. Além disso, a Prefeitura vem realizando a Testagem Itinerante e os testes agendados via aplicativo Dados Bem cujas notificações seguem acontecendo diariamente.

Os dois óbitos informados de sábado (10) no Boletim são referentes ao mês de setembro. A Vigilância ressalta que o número de óbitos informado é determinado pelo registro de óbitos ocorridos. Este registro nem sempre corresponde a óbito ocorrido nas últimas 24 horas. Assim, casos informados como suspeito ou provável para COVID-19 na declaração de óbito são investigados pela Vigilância Epidemiológica e muitos destes casos são descartados para COVID-19 nos sistemas próprios do Ministério da Saúde. O encerramento dos casos ocorre após liberação do resultado do exame (Confirmado ou Descartado) dentro dos sistemas SIVEP-Gripe e SIM do Ministério da Saúde. O Departamento esclarece, ainda, que a investigação só é dada como finalizada apenas mediante a notificação, o laudo e a declaração de óbito. Desta forma, pode ocorrer a inclusão de óbito ocorrido no mês anterior.

O Boletim deste sábado (10) traz o registro de 7.144 casos de Covid-19 confirmados no município. Desde o início da pandemia, 5.564 pessoas se recuperaram. Outros 7.352 casos foram descartados. O total de óbitos, até o momento, é de 400. Os registros mais recentes são de um homem e uma mulher (69 e 71 anos, respectivamente) com comorbidades.

O município se mantém na fase verde – do Plano de Retomada das Atividades Econômicas e Sociais – fase 2. A orientação é que a população mantenha os cuidados de prevenção, como lavar bem as mãos, usar máscara e álcool em gel, além de manter o distanciamento social, evitando ambientes com aglomerações.

Boletim Coronavírus – 10/10/2020

Confirmados: 7.144
Recuperados: 5.564
Descartados: 7.352
Óbitos confirmados: 400
Síndrome Gripal: 18.955
Síndrome respiratória aguda Grave: 87

Fonte:SupCom

O dano colateral das pesquisas eleitorais

Com frequência o eleitor abre mão de 'seu' candidato para votar naqueles que os institutos apontam como favoritos


Com o título ‘O voto por Campos’, matéria de domingo passado buscou conectar a crise financeira ora vivida pelo município – fruto da costumeira má utilização dos royalties e das recentes quedas de receita – com a responsabilidade que o momento exige de cada um na hora de votar. Trouxe, ainda, observações do juiz Ralph Manhães sobre o processo eleitoral em tempos de pandemia e do empenho para que o pleito de 15 de novembro transcorra de forma pacífica e ordeira.

Agora, a partir do Horário Eleitoral Gratuito iniciado na sexta-feira passada (09), cabe enfatizar a oportunidade que tem o eleitor de conhecer os candidatos, de comparar suas ideias e de analisar se o que dizem, projetam e prometem afiguram-se, de fato, viáveis de serem postos em prática.

De certo, considerando o período eleitoral de ‘mangas curtas’, com distanciamento social e sem aglomerações – restrições rigorosamente necessárias para conter a proliferação do vírus – é a propaganda gratuita o canal mais próximo e seguro entre candidato e eleitor.

Redes sociais
Como vem ocorrendo nas últimas eleições, os conteúdos impulsionados nas redes sociais detêm grande fatia entre todas as plataformas usadas pelos candidatos no intuito de convencer o eleitor.

Entretanto, a despeito da gigantesca abrangência e velocidade da informação, as tão discutidas e combatidas fake news – a disseminação deliberada de notícias falsas e boatos, onde do ‘escurinho’ do anonimato brotam ataques, ofensas e conteúdos deformados e odiosos – acabaram em grande parte por comprometer a eficácia dessa modalidade.

Assim, apesar de sua amplitude, as redes sociais se transformaram na ferramenta de menor credibilidade entre todas as formas de comunicação. A consequência é que diante do volume de fake News, até a notícia verdadeira é posta em xeque pela desconfiança generalizada acerca do que é postado.

As pesquisas

Debatidas, questionadas e contestadas – ora acertando nas projeções, ora errando ‘barbaridade’ – fato é que as pesquisas eleitorais se transformaram em engrenagem indissociável das campanhas e coberturas jornalísticas.

Não por acaso, são encomendadas, em sua maioria, por grupos de comunicação – jornais, emissoras de televisão, portais de notícias, revistas, sites, etc – que a partir dos dados levantados auxiliam nas análises dos profissionais de imprensa – da mídia em geral.

Das pesquisas se valem, também, os partidos políticos, que com os percentuais apurados avaliam o desempenho das campanhas de seus respectivos candidatos.

Cautela – Entretanto, tudo deve ser visto com certa reserva. Primeiro, porque os próprios institutos ressalvam que pesquisa fotografa o momento da consulta – o que não deixa de ser um escudo, espécie de ‘cautelar’ que preventivamente justifica eventuais erros. Segundo, porque uma vez admitidos os erros e surpresas, a captação e divulgação da intenção de votos passa a ser algo instável e movediço.

De mais a mais, há que se levar em conta que – como fartamente sabido – se grande parte do eleitorado decide o voto nos últimos dias, não raro na véspera, os dados colhidos antecipadamente engrossam a fila do incerto.

Erros – Para não ir longe no tempo nem distante na geografia, a votação obtida em 2018 pelo ora governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é didática ao que se observa: Ibope e Datafolha lhe davam em torno de 2% a 3%, mas o ex-juiz federal alcançou 42,7% – mais que o dobro do ex-prefeito Eduardo Paes, que somou 19,56%.

Outro resultado que contrariou frontalmente as pesquisas foi a votação de Dilma Rousseff para o Senado por MG, também em 2018: até a véspera apontada como favorita pelos mesmos institutos, acabou na quarta posição.

Entre outros exemplos que expuseram a fragilidade das pesquisas no pleito de 2018, também para o governo de Minas, Ibope e Datafolha erraram feio. Os institutos davam liderança folgada para Antonio Anastasia, seguido por Fernando Pimentel. Mas quem chegou na frente para o 2º turno foi Romeu Zema, com folgados 43%.

Erros à parte – não poucos – há que se dar às pesquisas seu valor. Contudo, o eleitor deve estar atento ao lado nocivo desses levantamentos que podem induzir a erro e, por fim, tirar de ‘sua cabeça’ o candidato que tinha como preferido.

Mais justo – É possível que no futuro a Justiça Eleitoral restrinja as pesquisas ao consumo interno – apenas para partidos e candidatos – impedindo que a informação chegue ao eleitor, o que contribuiria para um processo mais justo. Mas esse é assunto para outra matéria.

O lado pernicioso de se apontar os que estão à frente


MARINA SILVA | Apenas 1% no pleito de 2018. A candidata possivelmente foi
prejudicada pelos números antecipados das pesquisas

Espetacular instrumento de informação para candidatos e partidos, as pesquisas eleitorais passaram a ser mecanismo quase obrigatório de aferimento do desempenho do postulante junto ao eleitorado.

Contudo, como costumava dizer o saudoso Leonel Brizola… “(…)Para que eleição? Para que votar? A gente empossa quem a pesquisa disser que está na frente e acaba logo com isso…” – reclamava o velho caudilho, com aquele jeitão gaúcho, da ditadura advinda das pesquisas.

De certo, o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, um dos nomes mais importantes da história política brasileira, tinha razão: muitas vezes as pesquisas retiram do processo de escolha o voto genuíno.

Em outras palavras, se o eleitor, influenciado pelas pesquisas, deduz que seu candidato preferido não tem chances de vencer, migra para outro postulante melhor colocado. Trata-se de um fenômeno simples e corriqueiro: votar em quem ‘já perdeu’ deixa a sensação de que o voto foi desperdiçado.

O exemplo Marina Silva – A circunstância acima ficou clara no último pleito para presidente da República. Vejamos: a candidata Marina Silva, que em 2014 chegou a ficar à frente de Dilma e Aécio e, mesmo recuando, por pouco não foi para o 2º turno, quatro anos depois despencou ladeira abaixo: oitavo lugar, apenas 1% dos votos: 1 069 578.

Ora, estamos a falar da eleição de 7 de outubro de 2018, na qual Bolsonaro obteve 49 milhões de votos e Haddad 31 milhões. Terá – pergunta-se – a candidata da Rede caído tanto no conceito do eleitor a ponto de lhe ‘sobrar’ somente 1% ou – como afigura-se lógico –, foram as pesquisas que interferiram numa fatia de seus simpatizantes os quais, desanimados com os pífios números divulgados pelos institutos, resolveram ‘pular’ na direção dos favoritos? Em suma, não votaram em quem gostariam, mas nos que aparentavam chances de vitória.

Dano colateral – De resto, cabe inferir que a formidável e irreversível ferramenta produz, ainda, o indesejável voto útil, ou voto tático, o qual, da mesma forma, afasta o voto intuitivo – o da ‘primeira hora’ – levando o eleitor, como dito acima, a desistir de “seu” candidato e escolher o postulante “x” por ser, ante o que se lhe apresenta, menos ruim que o “y”.

Enfim, é uma distorção que precisa ser corrigida.
Fonte Terceira Via

Candidata a vereadora é detida por distribuir brindes em Campos

Tânea Vidal prestou depoimento na delegacia após denúncia ao TRE por distribuir brinquedos no distrito de Tócos



Tânea Vidal (MDB) prestou depoimento na Delegacia do Centro (Reprodução)

Uma distribuição de presentes e brinquedos no distrito de Tócos, em Campos dos Goytacazes, virou registro policial na Delegacia do Centro. No sábado (10), a candidata a vereadora pelo MDB, Tânea Vidal, prestou depoimento na 134ª DP, após ser acusada de fazer propaganda eleitoral com entrega de brindes. Esta prática é proibida pela Justiça Eleitoral. O ato foi denunciado ao Tribunal Regional Eleitoral. Fiscais do TRE flagraram a ação que envolvia a candidata. Neste domingo (11), em sua rede social, Tânea Vidal se defendeu da acusação e disse “estar tudo esclarecido”

“Em relação ao acontecido ontem, está tudo bem e esclarecido. Quem me conhece sabe que independente de política sempre participei de festas beneficentes…Eu não vivo disso, tenho meu trabalho e estabilidade financeira”, postou no Facebook.

A reportagem do Terceira Via fez contato com Tânea Vidal por meio de suas redes sociais, mas não obteve retorno. Antes de prestar depoimento na Delegacia do Centro, ela foi conduzida por fiscais do TRE à Polícia Federal. A Justiça Eleitoral possui um canal na Internet para denúncias de propaganda política irregular por meio do e-Denúncia.
Terceira Via

Roberto Henriques: prefeito por 3 meses, agora ele quer 4 anos

Veterano entre candidaturas de jovens debutantes afirma que não está envelhecendo e sim evoluindo



Roberto Henriques é candidato pelo PCdoB à Prefeitura de Campos (Fotos:Carlos Grevi)

Candidato pelo PCdoB, ele já sentou na cadeira de prefeito de Campos por três vezes. Duas substituindo Alexandre Mocaiber do qual era vice, em suas viagens ao exterior. A terceira foi como prefeito em pleno exercício, com o afastamento judicial de Mocaiber. A soma destas três ocasiões resultou em três meses de mandato, o suficiente para deixar, o que considera, boas marcas.

Agora, Roberto Henriques, que foi deputado estadual de 2011 a 2015, quer sentar na cadeira de prefeito mais uma vez e nela permanecer por quatro anos. Exerceu funções diversas, inclusive de secretário municipal nos governos de Anthony Garotinho, Arnaldo Vianna e Rosinha Garotinho. Acabou rompendo com os três no curso de seus mandatos.

Eloquente e bem articulado, sabe ser diplomático e sarcástico de acordo com a ocasião. Ao comentar as candidaturas de seus principais adversários, ele alfinetou todos sem anestesia com uma definição para cada um, misturando bom humor e crítica.

Com 62 anos, Roberto Henriques é o veterano destas eleições de 11 candidatos à Prefeitura de Campos. Para ele, a idade não tem peso, na verdade é uma vantagem que considera ter sobre os outros. “Enganam-se os que pensam que estou envelhecendo. Na verdade estou evoluindo”.

Você é o veterano desta turma. Você já sentou três vezes naquela cadeira como prefeito em exercício. Está pronto para sentar nela por quatro anos?

Sim. Eu sou o prefeito que Campos precisa. Não me sinto melhor que ninguém pessoalmente, porém, entre todos os que estão correndo, sou aquele que reúne as condições ideais para esse momento histórico, que Campos vive, a pior crise administrativa, econômica, financeira e social de todos os tempos. Mas não desprezo o vigor da juventude, tanto que escolhi para ser o meu colega de chapa um jovem que, por certo como vice-prefeito, estimulará tantos outros jovens, e a vida administrativa do município. Maycon Maciel é estudante de geografia na UFF e foi presidente da Federação dos Estudantes de Campos que é a mais longínqua associação de estudantes do Brasil.

Ainda bate no teu peito o coração de estudante daquele final dos anos 70?

Lógico. Apesar de ser o de mais idade desta jornada eleitoral, eu sou moderno. Não estou envelhecendo, e sim, em permanente evolução. Porque sempre estive aberto ao diálogo com todos e me debruço diariamente nos livros para aprender a cada dia. Não desprezo as tradições e sempre ressalto o nosso caldo de cultura histórica: Campos não é um município qualquer, não é um povo qualquer. É Campos dos Goytavazes de ricas tradições históricas.


Você falou em ricas tradições. Por outro lado, acaba de ser revelado que 45 mil famílias campistas estão na extrema miséria. Como resolver isso?

Isso se resolve com uma rede de proteção social, de cunho compensatório e de emancipação. Tenho experiência nesta área. No início dos anos 90, como secretário municipal, eu e minha equipe instalamos os programas sociais que posteriormente inspiraram outras cidades e estado. A Bolsa Aprendizagem, em 1991, que tornou-se Bolsa Escola, no Distrito Federal em 1995 e o Projeto Desafio de Erradicação do trabalho Infantil que tornou-se o PET, o programa implantado por Fernando Henrique Cardoso; Esses programas foram desenvolvidos no Estado do Rio como cheque-cidadão e no que se tornou hoje o Bolsa Família. A diferença do nosso projeto original é que os programas em Campos, originalmente, não eram tutores da infância e da Juventude, e sim indutores para a formação da pessoa humana, tanto que existem vários exemplos de moças, meninas e meninos que passaram pelos nossos programas que hoje desempenham as suas funções como chefe de família a partir da formação biopsicossocial que receberam. Quem interessar pode visitar a oficina do Chiquinho, na Lapa ou a oficina do Amaro na avenida presidente Kennedy no Jóquei Clube, o Salão de Beleza da Priscila em Guarus e tantos outros oriundos dos nossos programas que não eram somente compensatórios, mas também emancipatórios.

Você sempre foi considerado um diplomata. Costurava alianças como poucos e também considerado um estrategista político. Muitos acham que o maior erro seu foi não ser o cabeça de chapa naquela eleição onde foi vice do médico Alexandre Mocaiber. Você concorda?

Acho que o meu momento foi em 2008, quando saí com uma aprovação muito grande, mas na pré-campanha adoeci e não pude concorrer. A história é sábia e eu não me navego. Quem me navega é a história. Quis a histórias de Campos, que neste momento quando ela mais precisa, eu esteja aqui pronto, disposto, preparado para responder ao chamado da nossa realidade. Esse momento não é um momento para curiosos, não é um momento para esses que aí estão com um arco de alianças muito grande, muitos partidos, onde nas suas tratativas já fizeram o sorteio dos cargos da prefeitura como saldados romanos sortearam as vestes de Jesus de Nazaré. O momento é para aquele que chegará a prefeitura apenas com um trato: de ser fiel ao povo de Campos dos Goytacazes e implementar uma governança participativa dentro da boa ética pública e dos bons costumes republicanos.

Então esse é seu momento?

Creio firmemente que estou respondendo ao chamado a estar junto com nosso povo, no centro do palco da história da terra goitacá.

Como você avalia seus principais adversários?

Nós temos nas eleições hoje os seguintes candidatos: o que esconde o pai, chamo de “candidato esconde pai” que é o Wladimir. O candidato que nega a mãe, que é o Caio Vianna; o candidato ‘camufla primo’ que é o Dr. Bruno Calil que até mudou de nome “Dr. Bruno Povão”. Se esses candidatos são capazes de negar a própria família, negarão na primeira esquina o povo de Campos dos Goytacazes. Até porque todos os três estão com a barca cheia, com alianças construídas através de esquemas partidários suspeitos.


E o Rafael?

Bem, Rafael ressuscitou buscando lá do Brasil Império a Revência Trina. O seu projeto é se garantir através de três candidaturas: a sua própria, a do Caio Viana e a do Bruno Calil. Ele emprestou nomes do seu estreito convívio, como o deputado Marcão, para apoiar Caio. Seu ex-secretário Rogério Matoso para apoiar Bruno Calil e este próprio foi cedido por Rafael ao grupo dos Barcellar, porque até o verão passado ele era um dos diretores do hospital de Santa Eduardo. Rafael gravita em torno de uma estratégia onde os três são metades de uma própria laranja.

Mas você esteve em governos de Garotinho, de Arnaldo e Rosinha?

É verdade. Eu era o quadro do partido que fora convidado a colaborar com todos esses governos. Quanto ao primeiro governo, do Garotinho, nada tenho de relevante a reclamar, pois se tratou de um governo de sonhos e realizações. Garotinho se perde quando rompe com Brizola e passa a buscar a presidência da República a qualquer preço. Com Arnaldo e Rosinha rompi porque um seguia o modelo do outro, governos perdulários que não deixaram maiores legados diante dos volumosos recursos dos royalties do petróleo. Quanto ao Alexandre Mocaiber, rompi ainda nos primeiros seis meses do seu governo, quando percebi que entrava na porta larga da perdição. As minhas discordâncias e rompimentos nunca aconteceram após o término do poder dessas personalidades. Rompi com todos no auge dos seus poderes, porque o meu primeiro compromisso sempre foi com Campos. Fui o primeiro a levantar a voz contra a gastança desregrada dos royalties do petróleo. Muitos me chamaram de impertinente. Tenho orgulho de não ter ficado silente e não ter dormido quando aqueles que acordaram agora cochilaram.

Criticar é fácil. O que você faria ao sentar na cadeira do prefeito em primeiro de janeiro?

Não podemos dar respostas genéricas e fáceis para problemas complexos. A prefeitura é uma complexidade jurídica, administrativa, orçamentária e financeira. Não farei terceirização dos atos privativos do chefe do executivo. Um grave erro de vários prefeitos foi entregar a quem não pertencia a responsabilidade de presidir o colegiado de governança criando uma espécie de prefeito “preposto”. Prefeito tem que ter vontade de ser prefeito. A seguir, apresento os meus primeiros atos depois de eleito. Constituirei uma equipe composta por quadros dos próprios servidores como fizera quando fiquei prefeito. Buscarei bons quadros no seio da nossa comunidade. Uma vez empossado, direi a minha equipe que o dinheiro é curto e que vamos ter possivelmente uma arrecadação no primeiro ano que não passará de R$ 1,5 bi. Vamos separar 12 salários dos servidores, um 13ª salário, um terço de férias e a sua previdência. Nesse dinheiro ninguém mexe. Ele estará reservado para o pagamento em dia do servidor. Passo seguinte direi, esses R$ 500 milhões separa: é o dinheiro do custeio da máquina administrativa. Feito isso, vamos ao terceiro passo: vou constituir uma equipe técnica multidisciplinar para em curto prazo pensar e repensar o funcionamento da prefeitura para que os recursos que temos em mãos nos primeiros meses sejam racionalizados. Determinarei também a apresentação de uma reforma fiscal sem pesar nos ombros da classe média e das populações mais pobres, porque já contribuem com um terço da carga tributária nacional somente no imposto sobre o consumo.

Quer, então, aumentar a receita própria?

O próximo prefeito terá que responder junto com sua equipe a quatro perguntas: o que fazer? Como fazer? Quanto custa? E onde buscar o dinheiro novo? O dinheiro velho já não nos atendente para responder os sonhos, desejos e necessidades do povo de Campos. A essa equipe técnica multidisciplinar exigirei que ela contribua para Campos voltar a ter uma prefeitura proponente de parcerias através de projetos bem robustos e com indicativos de fontes de custeio junto ao Governo Federal, ao Estadual, a iniciativa privada e até mesmo a órgãos internacionais. Não digo isso como jogo de palavras para conquistar votos, e sim como testemunho de vida. Se quiserem pesquisar os arquivos da prefeitura e das entidades não governamentais de Campos, quando fui secretário da área da infância e da juventude, encontrarão os convênios de cooperação financeira que assinei com a Legião Brasileira de Assistência – LBA- para a manutenção do programa municipal de creches. Outro com o Centro Brasileiro da Infância e Adolescência que custeou programas para adolescentes do município e repasses às entidades não governamentais, tais como APOE, Pequeno Jornaleiro, Lar Cristão, Obra do Salvador, creche Luz e Vida, entre mais de 25 entidades.

Na prática, o que pretende para a economia do município em uma visão macro, buscando emprego e renda?

Farei como nos países do norte da Europa e Alemanha, onde há um plano estratégico de evitar fugas de capitais e os municípios se apropriarem ao máximo das riquezas produzidas. A prefeitura tem que ser uma indutora e cooperadora do processo do desenvolvimento econômico e geração de empregos. Como grande e principal compradora do município, ente que mais desenvolve pagamentos, os seus grandes contratos terão que ser revisados. Os serviços do plano de trabalho das grandes empresas que têm contrato com a prefeitura têm que ser direcionados para que suas execuções sejam realizadas por consórcios de entidades locais, para que parte do valor global do custo dos serviços público circule no comércio local e não seja todo ele encaminhado para a suas matrizes.

Como fazer isso?

Vou dar um exemplo prático: o contrato com a empresa de lixo, o serviço complexo e pesado que requer maquinário fica no corpo das tratativas entre a empresa e a prefeitura, mas os serviços de varrição, limpeza manuais e jardinagem fique com os consórcios locais. Um segundo exemplo: o contrato para a iluminação pública, que é um serviço complexo e requer grandes maquinários, tem que ser feito pela concessionária. Mas o serviço de iluminação pública pode ser feito pelos consórcios de entidades locais. Um terceiro exemplo: vamos nos organizar para que os contratos para produção da merenda escolar sejam também realizados por esses consórcios de entidades locais. A prefeitura enquanto compradora, irá oferecer apoio jurídico para que a agricultura familiar de Campos se organize e tenha condições de emissão de notas fiscais para que os produtos da merenda escolar sejam comprados junto as suas cooperativas.

E os empreendedores?

O prefeito tem que ser um animador de coincidências e aproximar a prefeitura dos empreendedores rurais e dos empreendedores urbanos. Criar um ambiente para a aproximação de todos, buscando a companhia dos equipamentos comunitários que temos no município: universidades, escolas técnicas, Pesagro, Emater, Firjan, Sesi, Senai, Sesc e tanto outros para que juntos desenhemos o mapa do desenvolvimento local e regional. A prefeitura terá nesta tarefa a função de indutora do desenvolvimento e fazer o seu poder político para influenciar a busca junto aos bancos de fomentos, o apoio para as oportunidades que aparecerão resultante deste diálogo e planejamento. Só com união de todos é que demonstraremos que Campos é maior do que qualquer crise. Aqui, temos todas as condições para transformarmos a nossa terra em uma terra de ações coletivas que garantam o sucesso dos nossos empreendimentos.

Mas para fazer isso tudo tem que ganhar a eleição.Você acredita na sua eleição?

Tanto acredito que estou aqui. A minha candidatura está sobre o julgamento soberano do povo campista. Saberei respeitar qualquer que fora a sua decisão, mas creio que haverá aqui nestas eleições uma insurreição silenciosa. Tenho um dos menores tempos de televisão, mas sou a candidatura de melhor conteúdo. A nossa população está reflexiva e traumatizada por ter entregue a prefeitura a um iniciante e sem experiência. Tenho pedido as pessoas o seguinte: olhe nos meus olhos, perceba o timbre da minha voz, observe profundamente a minha candidatura e se a sua escolha recair sobre mim, carregue o meu número na sua cabeça o no meu coração. Acredito que eu, Roberto Henriques, é o prefeito de Campos precisa. É exatamente isso que falo nos 16 segundos que tenho no horário eleitoral gratuito.
Fonte Terceira Via

Campos fica de fora da nova onda dos royalties do petróleo

Serão distribuídos até 2024 ao menos R$ 47,6 bilhões, mas o município não receberá nada dessas indenizações



Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos, litoral do RJ (Arquivo)

Por Thiago Gomes e Mariane Pessanha

Enquanto vários municípios brasileiros, incluindo alguns do Rio de Janeiro, aguardam para os próximos quatro anos uma nova onda lucrativa de royalties provenientes da exploração do pré-sal, à Região Norte Fluminense não deve chegar sequer uma ondulação. A estimativa é de que pelo menos R$ 47,6 bilhões sejam gerados em indenizações entre 2021 e 2024. No entanto, tais campos produtivos não são confrontantes com o Norte do Estado. Por isso, a prova de fogo para o próximo prefeito será redirecionar a economia local para fora do mar que a cidade vem navegando há décadas: a dependência dos recursos da exploração de petróleo.

Quando o assunto é petróleo, existe uma boa e uma má notícia para Campos. A boa é que, caso não tenha alterações no cenário atual, não deve haver outra queda brusca na arrecadação até 2024. Os valores permanecerão baixos, porém com um leve aumento gradual a cada ano. A má notícia é que isso pode mudar, caso o Superior Tribunal Federal (STF) decida partilhar os royalties com todos os estados e municípios. O julgamento da questão, que já foi adiado várias vezes, está marcado para 3 de dezembro.

Mas nem tudo está perdido. Na análise de especialistas ouvidos pela reportagem, Campos é um polo de serviços e, por ter essa característica, tem capacidade de se recuperar com rapidez. E isso pode começar a acontecer assim que a pandemia tenha um desfecho mais equilibrado, o que deve acontecer mediante a chegada da vacina ou de uma medicação ou tratamento contra a Covid-19.


Economista Ranulfo Vidigal (Foto: Carlos Grevi)

“A região vai ter que se acostumar a repensar sua atividade a partir de seu potencial. E Campos tem potencial na agricultura, na agricultura familiar, como setor de serviços e como área educacional e de serviços de saúde de alta resolutividade. Campos tem saída e ela está em repensar o seu potencial esquecido nesse tempo de fartura da indenização de petróleo, e que gerou uma certa displicência de seus recursos genuínos”, pontuou o economista Ranulfo Vidigal.

Enquanto a retomada não acontece, resta analisar os fatos. Para Campos, que já chegou ao ápice das indenizações em 2012, com mais de R$ 1,35 bilhão no orçamento (só de royalties), foi um choque fechar 2016 com apenas R$ 353 milhões na conta. A cidade saiu do topo do ranking nacional para ocupar atualmente a 5ª colocação entre as prefeituras que mais arrecadam com repasses provenientes da exploração do petróleo.

Segundo estimativa do sociólogo José Luis Vianna, especialista no assunto, em 2020 não deve ser diferente. A expectativa é de que o ano termine na casa dos R$ 314 milhões em royalties. No Estado do Rio, a nova onda de lucros do pré-sal alcança, no máximo, cidades entre o Centro e o Sul Fluminense. Mas não chega ao Norte Fluminense. Por isso, a partir de 2021 deve haver um leve crescimento das indenizações, mas nada astronômico, além da casa dos R$ 425 milhões até alcançar R$ 519 milhões em 2024.

Por que o NF não será beneficiado?

A resposta é simples: tais recursos são provenientes da exploração do pré-sal, mas a produção do Norte Fluminense é basicamente extraída no pós-sal, conforme esclarece o economista Ranulfo Vidigal.

“Esse dinheiro estimado recentemente virá fundamentalmente de uma área que pouco afeta o Norte Fluminense, que é o pré-sal. Nossa região é especializada no pós-sal e esta produção está em queda. Nos últimos 12 meses (encerrados em agosto), a redução foi de 18% na produção do pós-sal, que atualmente só representa 24% da produção nacional, mas já chegou a representar mais de 50%”, analisou Vidigal.

Desperdício ou investimento?

“É inegável que desperdícios ocorreram, mas também ficou uma infraestrutura na cidade que pode ser usada no futuro para alavancar e aumentar o grau de bem-estar da cidade”. A análise é do economista Ranulfo Vidigal, que pontuou o lado positivo e o negativo da aplicação dos royalties na cidade nas últimas duas décadas.

Segundo ele, havia dois caminhos: fazer uma poupança ou investir os recursos de imediato. Cidades como Maricá, na Região Metropolitana, escolheram o primeiro caminho, e cidades como Campos, o segundo.

“Um dos meios era respeitar a volatilidade dos royalties, criar um fundo garantidor de recursos e usar seu rendimento para financiar as políticas públicas. Assim está sendo feito em Niterói e Maricá. Já em Campos, foram realizados grandes investimentos, como o Hospital Geral de Guarus (HGG), que nasceu na fase dos royalties; a abertura de várias unidades de saúde, que também são oriundas desta mesma fase; a expansão da infraestrutura da cidade para as periferias, entre outras”, lembrou.


Prefeito Rafael Diniz (Foto: Carlos Grevi)


Aumento da arrecadação própria

Segundo o prefeito Rafael Diniz, entre as medidas para diminuir a dependência dos royalties está o aumento da arrecadação própria em aproximadamente R$ 100 milhões.

“Infelizmente, ainda é pouco para cobrir a perda anual de quase R$ 1 bilhão em royalties e participações especiais, mas este é um trabalho de médio e longo prazos que precisava ter início. Fiz o que prefeito nenhum teve a coragem de fazer, que foi trabalhar dentro da nova realidade financeira. Isso trouxe prejuízo ao meu nome político, pois não pude realizar obras desejadas pela população, nem dar o reajuste aos servidores. Mas não existe outro caminho para um grande futuro que não seja o da responsabilidade”, justifica o prefeito.

Como tirar a corda do pescoço?

Para Campos sair do sufoco e, por consequência, da dependência dos royalties, não há milagre ou fórmula mágica. As soluções são as mesmas já discutidas há décadas.

“O que a gente vê é que a indenização do petróleo acomodou a máquina fiscal e fazendária e fez com que a cidade ganhasse pouco dinamismo. Mas, Campos tem grande chance de sair disso porque ela é um polo universitário e também de serviços. Se tiver capacidade de unir universidades, setor privado e poder público, as alternativas vão surgir naturalmente. O orçamento municipal para 2021 no item Ciência e Tecnologia, por exemplo, é mínimo. Não chega a R$ 150 mil/ano. Ou seja, uma cidade que possui universidades de porte, 22 mil alunos, dotar apenas esse valor para investir, não está dando o devido valor a este setor, que, somado a outros, poderá alavancar a cidade”, analisou Vidigal.

Modernizar a agroindústria também é uma solução. “A produtividade agrícola em Campos historicamente está em queda. O poder público pode e deveria ajudar nisso. Mas, quando a gente olha o orçamento para 2021 já em discussão no Poder Legislativo, a dotação orçamentária é pequena para agricultura: R$ 5 milhões/ano. Com investimento deste porte, a produtividade média da terra agrícola pouco vai se modificar. E sem produtividade média agrícola, o setor industrial associado à terra também não vai ser produtivo para obter ganhos e gerar empregos e renda. Também tem a agricultura familiar, que pode dar grande contribuição no sistema alimentar na cidade”.


Sociólogo José Luis Vianna Cruz (Foto: Silvana Rust)

Planejamento

O sociólogo José Luis Vianna aposta na criação do chamado fundo soberano ou fundo poupança para que cidades como Campos ainda consigam usufruir, de forma mais consciente, os recursos dos royalties. Mas, como eles funcionam? O sociólogo explica que as rendas, royalties, participações especiais vão para o fundo, são aplicadas e vão rendendo. E uma lei regulamentada pela Câmara estabelece quanto pode ser usada a cada ano.

“A renda do petróleo é imprevisível. Então, quando você faz um orçamento, um ano e meio antes, prevendo quanto vai entrar e estabelecendo gastos, é uma total incerteza e insegurança, porque se não entrar o valor esperado, aquilo que o governo se comprometeu, vai deixar furo. O certo é organizar o orçamento como se não tivesse rendas do petróleo, é duro, mas é isso mesmo. O petróleo está acabando na região e temos que nos preparar para um dia não ter mais. É necessário ter projetos para usar uma parte desse dinheiro, que está no fundo, mas uma parte que te dê segurança. Por exemplo: está previsto, digamos, R$ 500 milhões para o ano que vem, no orçamento, coloca-se gastos de R$ 100 milhões porque, por mais que tenha uma queda, uma surpresa negativa no ano seguinte, não vai cair arrecadação de 500 para 100, até hoje não caiu tanto assim, então significa que vai ter os R$ 100 milhões e uma reserva” argumenta.

Niterói, Maricá, no Rio de Janeiro, e Ilha Bela, em São Paulo, são exemplos de municípios que criaram esses fundos e hoje contam com uma boa reserva. José Luiz explica que a formação desses fundos aconteceu por causa do mau exemplo do Norte Fluminense na aplicação dos royalties. “Os prefeitos, ano que vem, vão ter que ser criativos e fazer um pacto com a sociedade, para discutir quais são as prioridades, em função da crise no orçamento”, diz.

Royalties com menor espaço no orçamento

O município vive uma nova realidade financeira. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Felipe Quintanilha, em 2015, os royalties e participações especiais representaram 54,9% do orçamento. Em 2017, primeiro ano da gestão do prefeito Rafael Diniz, este percentual já havia caído para 29,8%. Em 2020, as receitas do petróleo terão respondido por apenas 17% do orçamento.

“Sabendo que não seria mais possível depender tanto da receita do petróleo, desde o início trabalhamos com quatro metas: redução de despesas, aumento da arrecadação própria, atração de novas empresas e diversificação da economia. Além do incentivo a setores importantes, como agricultura, empreendedorismo, economia solidária, ciência, tecnologia e inovação. Foi criado um ambiente mais favorável aos novos negócios”, destacou.

Indenizações comprometidas

Felipe Quintanilha destaca que a atual gestão herdou uma dívida milionária de empréstimos contraídos em 2014, 2015 e 2016 e que teve que administrar o município com o orçamento pela metade. “A entrada do dinheiro dos empréstimos acabou maquiando a queda de royalties fazendo com que a população só percebesse a crise em 2017. O orçamento, que em 2016 foi de R$ 3 bilhões, passou para R$ 1,5 bilhão em 2017 e, ainda, com um empréstimo para pagar. Em 3 anos e 9 meses, já pagamos R$ 200 milhões só de empréstimos da gestão passada. Em 2019, voltamos a ter nova queda na receita, inclusive, com a primeira participação especial zerada na história de Campos”, finalizou Quintanilha.
Fonte Terceira Via

sábado, 10 de outubro de 2020

Natividade salta das 250 piores para as 250 melhores notas do Ideb no país

DANIELA ABREU


Natividade, no Noroeste Fluminense, foi a única cidade do Brasil a avançar 2,5 pontos nos anos finais da Educação Base, saindo dos 3,4 pontos em 2017, para 5,6 pontos na última avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2019, divulgada no mês passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A comunidade comemorou o feito que tirou o município da faixa entre as 250 piores pontuações do país, passando para as 250 melhores. A Escola Municipal João Rodrigues França, no distrito de Bom Jesus do Querendo, obteve a melhor pontuação. Em todo Estado do Rio de Janeiro, Miracema foi a única cidade a avançar nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. As notas de Campos não foram informadas porque, segundo o Inep, o número de participantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi insuficiente para que os resultados fossem divulgados.
Professora da rede municipal de Natividade, a secretária de Educação Paula Ferreira dos Santos contou que teve que reorganizar toda a estrutura, para avançar.

— Quando a gente assumiu, em 2017, pegamos uma rede muito desorganizada, do ponto de vista pedagógico e, também, do ponto de vista administrativo. Eu percebi que não havia informações sobre os alunos e sobre os rendimentos — explicou.
Paula contou que teve que fazer um mapeamento completo da rede, cadastrando alunos professores e turmas. Além disso, apostou em métodos tradicionais como os conselhos de classe para gerar dados em um sistema próprio da secretaria, que também compilou dados dos simulados semelhantes à prova Saeb. “Nós começamos a monitorar o perfil do professor, cada componente curricular e oferecer suporte nas formações continuadas. O professor ajudou a construir esse currículo e aplicou nas turmas com essa devolutiva do sistema próprio, implantado na nossa gestão, que compila as informações, transformando em dados estatísticos”, explicou.
A secretária acrescentou ainda que o monitoramento dos alunos permitiu perceber fatores socioafetivos, familiares e de saúde, que poderiam estar interferindo no processo de aprendizagem. Alguns casos foram encaminhados à secretaria de Saúde e outros para um centro, da própria secretaria de Educação, com equipe multidisciplinar. Além disso, estabeleceu premiação para melhores professores e alunos e estimulou o envolvimento da comunidade.
A professora, que atuava com os fundamentais 1 e 2, acredita que o sistema de avaliação da própria rede foi fundamental para os resultados. Para a secretária, não houve fórmula mágica para o resultado. “Precisamos levar o professor a refletir a prática dele de ensinar, pensando do ponto de vista de como o aluno aprende. Nós não criamos nada inovador, não teve nada extraordinário, nós trabalhamos o básico, que é a prática pedagógica da sala de aula, de forma efetiva”, finalizou.
Com 15 mil habitantes, Natividade tem 175 alunos no segundo segmento e saltou de 3,1 pontos em 2017 para 5,6, ficando entre os 250 melhores municípios do país no resultado do Ideb de 2019.
Fmanhã

Safra da cana movimenta um terço do orçamento previsto para Campos em 2021


ÍCARO ABREU BARBOSA

Safra movimenta R$ 500 milhões na economia de Campos / Rodrigo Silveira

O setor sucroalcooleiro irá movimentar na economia local algo em torno de R$ 500 milhões durante a safra 2019/2020. A estimativa é do empresário Renato Abreu, presidente do Grupo MPE, que atua nacionalmente nos setores de engenharia, petróleo e energia e na Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro).
O valor é equivalente a 33% do faturamento projetado para o orçamento de Campos em 2021 (entre R$ 1,5 bilhão e R 1,7 bilhão). A reabertura da Usina Paraíso para uma moagem-teste, no ano que vem, que proporcionará mais 2 mil empregos diretos, anima ainda mais a retomada do setor, situado como coadjuvante do petróleo nos últimos 20 anos.

— Nós já movimentamos um terço do que a Prefeitura irá arrecadar em 2021. Uma cidade como Campos, de média pra grande, geralmente vive às custas da prefeitura. E falamos de um negócio com viés de alta, pois a tendência, com a abertura da Paraíso, é aumentar — projetou Renato.
O presidente da Coagro, Frederico Paes, lembra que “a safra começou bem, ainda em julho de 2019, quando houve volume regular de chuvas, propício para o crescimento da cana”. Para ele, este é um fator de crescimento que já passou dos 30% e até o fim da moagem, em novembro, passará dos 40%, em comparação com a safra anterior. São 1,7 milhões de toneladas de cana na moagem por unidade em Sapucaia e Canabrava. A pandemia, também trouxe surpresas.
— A pandemia parecia que iria atingir em cheio nossa safra, em termos de faturamento e produção, rapidamente gerou um incremento no preço do etanol — comentou Frederico sobre a demanda do combustível com previsão de produção de 57 milhões de litros pela cooperativa.
O presidente da Coagro ainda comentou sobre a estabilização de preço do açúcar. “O açúcar não sofreu grandes alterações no preço durante a pandemia”.
Essas razões estimulam a produção do etanol, que deve ficar ainda mais atrativo com lei que aprovará a venda direta do produtor aos postos de gasolina, acabando com o chamado, ironicamente, de ‘passeio do álcool’, que agrega valor ao frete e ao preço final na bomba. “Quando for aprovada a venda direta, quem irá ganhar é o consumidor final, os produtores de álcool e de cana. A indústria vai ser melhor remunerada, deixando o produto cerca de 20 centavos mais barato para o consumidor final e rendendo 20 centavos a mais para o produtor”, disse Frederico sobre a “guerra” entre as distribuidoras de combustível e os produtores.
Frederico falou sobre o retorno da Paraíso, que hoje funciona como entreposto para a cana produzida na Baixada Campista e levada para a Coagro. “Já tivemos 22 usinas em Campos, hoje são duas. O problema não é falta de usina, mas de cana e buscar um equilíbrio entre produção de cana e número de usinas. Para 2022, há a possibilidade da reabertura de uma nova usina, com uma moagem plena da Paraíso com 300 mil toneladas de cana para estimular o produtor da Baixada”, acrescentou Frederico.
Novas tecnologias e cuidados ambientais
Tecnologia para evitar queimadas / Rodrigo Silveira

Se engana quem pensa quem pensa que o agronegócio é uma coisa do passado. “No interior, a diferença entre uma cidade próspera e outra decadente é uma agricultura forte. Não precisamos reinventar a roda. É só mostrar o que fazemos pelo Brasil e aperfeiçoarmos cada vez mais com o uso de novas tecnologias”, comentou Frederico Paes, enquanto mostrava uma das nove máquinas da cooperativa responsáveis pela retirada da cana crua, extinguindo progressivamente a necessidade de queimadas.
Duas das nove máquinas destinadas ao corte da cana crua (que tiveram custo aproximado de R$1,2 milhão) estavam paradas sobre um campo recém-cortado, seguidas de uma linha de seis tratores, cada um puxando duas carretas de cana cortada e pronta para ser levada para a moagem em atividade intensa.
O gestor apontou para o solo coberto de dois centímetros de palha úmida e explicou: “Essa palhada que sobra é responsável por adubar o solo e conservar a umidade da chuva que chegou, transformando em matéria orgânica. Além disso, essa palha que está sendo conservada ali não vira a fuligem que costumeiramente chegava nas varandas e quintais dos campistas quando chegava a época de moagem”, explicou.
Frederico disse também que “essas máquinas exigem uma logística que inviabiliza, muitas vezes, o corte da cana crua dos pequenos produtores”. Em uma conta rápida, Frederico estipulou que o investimento necessário para mantê-las operando e com seus funcionários capacitados é algo em torno de R$40 milhões. Desta forma, uma parceria coma Universidade de Colônia, na Alemanha, irá proporcionar a aquisição de máquinas menores para a cooperativa. Assim, os pequenos produtores também poderão deixar de adotar as práticas das queimadas, “que nem interessa economicamente a eles”, ponderou.
Bom nível de emprego mesmo na pandemia
Setor tem bom desempenho na pandemia / Rodrigo Silveira

Os ventos de mudança na economia campista fazem cada vez mais o agronegócio ser visto com mais atenção. Apesar da importância do petróleo, o setor sucroalcooleiro sempre se manteve como um porto -seguro, sobretudo em épocas de moagem, e sempre representou um alento com a forte de geração de empregos, o que não mudou com a pandemia. A boa safra de 2020/2019 gerou mais dois meses de moagem e irá se estender até o final de novembro. “É um emprego temporário, mas num período como esse, agravado pelo Covid-19, o setor está gerando emprego e renda num momento globalmente difícil”, pontuou o presidente da Coagro.
Ele também falou sobre as medidas para contenção do vírus, que matou um e atingiu outros quatro dos três mil funcionários da cooperativa. A frota de ônibus foi dobrada, para evitar aglomerações no caminho até o trabalho; funcionários extras foram contratados para realizar exclusivamente a higienização de ferramentas, máquinas e maçanetas; funcionários do grupo de risco receberam licença médica; o uso de máscaras se tornou obrigatório e a distribuição do álcool em gel fabricado pela Coagro se tornou ainda mais frequente.
Frederico Paes ainda ressaltou a importância histórica do setor, além de destacar como as crises sanitária e econômica levam a refletir sobre o papel relevante do agronegócio (especialmente a cana-de-açúcar) para Campos desde a colonização, em 1632. “Essa pandemia foi importante para mostrar as pessoas como o agronegócio é importante. Não fomos sem motivo o eixo econômico da cidade do século XVII até meados dos anos 1990. O que precisamos é consertar os erros do passado, firmar nos acertos e sempre aprimorar o uso das novas tecnologias, buscando sermos socialmente justos e ambientalmente corretos, produzindo de forma sustentável”.
Fmanhã