Universitária foi morta em 2017 e sua cunhada seria a mandante do crime; além da suspeita, outros três homens vão a julgamento
Amigas de uma vida inteira Ana Paula e Luana tinham amizade desde a adolescência. (Foto: Reprodução)A 1ª Vara Criminal de Justiça confirmou, para a próxima segunda-feira (12), às 10h, no Fórum Maria Tereza Gusmão, em Campos, o júri popular de Luana Sales, Wermison Carlos Sigmaringa Ribeiro, Igor Magalhães de Souza e Marcelo Damasceno Medeiros, todos acusados do assassinato da universitária Ana Paula Ramos. O crime chocou o município pela frieza e pela ligação parentesca entre a vítima e Luana, sua cunhada, suspeita de ter encomendado a morte.
Suspeitos de participação no crime (Foto: Arquivo/ Silvana Rust)O julgamento deve acontecer sem a presença de público, no salão de júri, por causa da pandemia do coronavírus. Devem participar apenas o juiz, os auxiliares, os réus, as testemunhas, os policiais, os jurados, advogados, defensor público, promotor de justiça e assistentes de acusação.Após quase quatro anos de espera, o júri popular do caso Ana Paula acontece depois de uma sequência de marcação e transferência da data, em uma espécie de estratégia dos advogados dos acusados que impetraram vários pedidos judiciais legais que resultaram nos adiamentos.A família da vítima Ana Paula Ramos espera a condenação dos envolvidos. O advogado da família da vítima, Márcio Marques, vai acompanhar o júri como assistente de acusação. “A defesa de Luana alega que ela foi tão vítima do crime quanto Ana Paula, uma vez que ela nega ter sido a mandante do assassinato, mas esta defesa não se sustenta porque temos provas de que ela entrou em contato com os autores antes e depois do crime”.
Luana Barreto Sales, é acusada de encomendar a morte de Ana Paula (Foto: JTV)
Sobre o caso
A universitária Ana Paula Ramos, de 25 anos, foi baleada no dia 19 de agosto de 2017, no final da tarde, em uma praça no Parque Rio Branco, em Guarus, mais precisamente na rua Comendador Pinto. Ana Paula levou quatro tiros — um deles acertou a cabeça — e morreu quatro dias depois, no Hospital Ferreira Machado (HFM).
A polícia chegou a suspeitar de latrocínio (roubo seguido de morte). Contudo, à medida que as investigações conduzidas pela 146ª Delegacia Policial (Guarus) avançavam, foi revelada a trama de um homicídio premeditado envolvendo quatro pessoas.
Luana, bancária, que era cunhada, amiga desde a adolescência e seria madrinha de casamento de Ana Paula, teria oferecido R$ 2,5 mil para que Wermison Carlos e Igor cometessem o crime. O contato com os assassinos teria sido intermediado por Marcelo, que era namorado de uma amiga de Luana. Antes do atentado, a cunhada da vítima já teria acertado R$ 2 mil e o restante seria pago após o crime.
De acordo com a acusação apresentada pelo Ministério Público, “o crime foi uma emboscada que, por sua vez, tornou impossível a defesa da vítima, na medida em que Ana Paula foi atraída pela primeira denunciada (Luana), sua cunhada, para o local da execução do crime, ocasião em que foi atingida pelos disparos feitos pelo terceiro e quarto denunciados, sem possibilidade de defesa. Consta nos autos que a primeira denunciada era cunhada da vítima Ana Paula e, como desejava a execução desta, contratou o segundo denunciado que, por conseguinte, ajustou com os executores, terceiro e quarto denunciados acerca do crime, ficando acertado também que deveria ser simulada a prática de um crime de roubo”, conta o processo.
Fonte Terceira Via