Desde domingo, grupos ocupam rodovias após o anúncio do resultado da votação para presidente

Foto: Ilustrativa
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, às 6h desta quinta-feira (3), havia 86 bloqueios em rodovias federais do país, realizados por grupos contrários ao resultado das eleições. Em Campos dos Goytacazes, desde quarta-feira (2) as estradas foram liberadas para o tráfefo em geral, após quatro dias de bloqueios na BR-101 e BR-356. Estradas estaduais nas cidades vizinhas também foram interditadas por manifestantes. O governador Cláudio Castro (PL) determinou que as rodovias fossem liberadas. Não há registros de novos bloqueios nesta quinta-feira (3).
O total de bloqueios nas rodovias federais é menor que o registrado no início da manhã de quarta (2), quando eram 167 pontos de retenção. O Distrito Federal e 15 estados não têm ocorrências. Segundo a PRF, 776 manifestações já foram desfeitas. Os grupos ocupam as rodovias ilegalmente desde domingo (30), após o anúncio do resultado da votação. Na segunda (31), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a corporação e as polícias militares estaduais tomem as medidas necessárias para desobstruir as vias.
Quarta-feira
Com bloqueios: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Sem bloqueios: Amapá, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Quinta-feira
Com bloqueios: Acre, Amazonas, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Sem bloqueios: Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Saiba como está a situação de cada unidade da federação, de acordo com informações da PRF, às 6h desta quinta:
Amapá: sem ocorrências
Acre: duas interdições
Alagoas: sem ocorrências
Amazonas: uma interdição
Bahia: sem ocorrências
Ceará: sem ocorrências
Distrito Federal: sem ocorrências
Espírito Santo: sem ocorrências
Goiás: uma interdição
Maranhão: sem ocorrências
Minas Gerais: uma interdição
Mato Grosso: 27 interdições
Mato Grosso do Sul: uma interdição
Pará: dez interdições
Paraíba: sem ocorrências
Pernambuco: sem ocorrências
Piauí: sem ocorrências
Paraná: uma interdição
Rio de Janeiro: sem ocorrências
Rio Grande do Norte: sem ocorrências
Rondônia: nove interdições
Roraima: sem ocorrências
Rio Grande do Sul: três interdições
Santa Catarina: 17 interdições e 13 bloqueios
Sergipe: sem ocorrências
São Paulo: sem ocorrências
Tocantins: sem ocorrências
Segundo a PRF, interdição é interrupção parcial do trânsito, já bloqueio é quando o tráfego fica totalmente impedido nas rodovias.
Bolsonaro pede liberação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou, nesta quarta-feira, um vídeo nas redes sociais em que faz um apelo para a desobstrução das rodovias.
“Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, a nossa legitimidade”, disse Bolsonaro.
Segundo o presidente, o fechamento das vias prejudica o direito de ir e vir, o que está previsto na Constituição. “E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Eu tenho que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia”, continuou.
Durante seu primeiro pronunciamento após a derrota nas eleições presidenciais, Bolsonaro já havia se manifestado contra os bloqueios. “Nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população”, afirmou o presidente, na terça-feira.
Investigação
O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Polícia Federal (PF) investigue possíveis crimes cometidos pelo diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Segundo o ofício, o inquérito deve apurar blitz realizadas pela corporação durante o segundo turno das eleições e omissão em relação aos bloqueios em rodovias.
O MPF diz que, se comprovada omissão do diretor da PRF sobre o bloqueio nas vias federais, o caso pode ser considerado prevaricação. Além disso Silvinei Vasques – que declarou apoio a Bolsonaro na eleição – pode responder por “crimes praticados por invasores de rodovias”.
A prevaricação está configurada quando o funcionário público retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou age contra regra expressa em lei, “para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”. A pena é de detenção de três meses a um ano, e multa.
Com informações do G1 e Agência Brasil