sábado, 31 de agosto de 2019

Greve dos médicos chega ao fim em Campos após quase um mês de paralisação

Acordo firmado entre categoria e poder público foi decisivo em assembleia 
POR GIRLANE RODRIGUES


José Roberto Crespo (Foto: Silvana Rust)

Chegou ao fim, na noite desta sexta-feira (30), a greve dos médicos de Campos. A partir de segunda-feira (2), o atendimento será normalizado nos ambulatórios do Hospital Geral de Guarus (HGG), Hospital São José e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Os atendimentos emergenciais não foram impactados com a greve que começou no dia 7 de agosto.

A decisão foi em assembleia da categoria que aconteceu na Faculdade de Medicina de Campos (FMC) após acordo com a prefeitura. O presidente do sindicato dos médicos, José Roberto Crespo, informou que a categoria aceitou as contrapropostas apresentadas pela Prefeitura de Campos e criou um compromisso com o prefeito Rafael Diniz, e com o secretário de saúde, Abdu Neme, para que os problemas que surjam na saúde sejam resolvidos o quanto antes.

“A prefeitura vai pagar em novembro, 50% da gratificação e os ambulatórios terão produtividades a partir de agora. Mas vamos continuar na luta por melhores condições de trabalho e insumos. O que foi definido é que as questões mais importantes serão resolvidas e o Cremerj fará nova vistoria na saúde, nos próximos dias, para acompanhar esse caso”, explicou Crespo.

Além disso, Crespo disse reconhecer que a falta de insumos e de infraestrutura não são resolvidos imediatamente. No entanto, o acordo entre as partes contemplou que o poder público faça as licitações necessárias. O município nos informou que eles já conseguiram adquirir materiais de algumas empresas. Sabemos que falta muita coisa, mas eles estão correndo contra o tempo, pois o compromisso é nos dar condições de trabalho”, frisou.

Segundo Crespo, as faltas registradas durante a greve serão abonadas, desde que o médico reponha os dias faltados, atendendo aos pacientes que já estavam agendados.

Ponto biométrico – José Roberto também explicou o que ficou acordado em relação ao ponto eletrônico que está sendo instalado nas unidades de saúde. “Vai haver uma unificação entre o quantitativo de pessoas atendidas e o tempo da permanência do médico em cada unidade. Isso foi proposto por nós porque temos o compromisso de atender bem a população de forma regular e sistêmica. O médico vai ao posto, formaliza sua presença e comprova sua produtividade”, falou.

Apesar do fim da greve, uma audiência de conciliação está agendada para o dia 12 de setembro de 2019 na 2ª Vara Cível de Campos. “Nossa intenção é mostrar para a justiça as condições da saúde pública de Campos, a realidade do sistema público de saúde da nossa cidade que está falido. A estrutura está deteriorada e ainda é preciso um olhar diferente na saúde. O poder público não pode deixar de investir, pois salvar uma vida não tem preço”, concluiu.

Campos tem 1.300 médicos atuando no sistema público de saúde.
Fonte:Terceira Via

Nenhum comentário: