Por medo de contágio da Covid, pacientes têm deixado de buscar auxílio médico
IMNE Oncologia atende até 500 pacientes por mês e 20% tiveram Covid-19 (Foto: Silvana Rust)
Ao contrário da pandemia do novo coronavírus, o câncer é uma doença que infelizmente já faz parte do cenário mundial. Não é mais novidade a necessidade da realização de exames de rotina para diagnóstico e início de tratamento. Porém, com a situação da Covid-19 se agravando cada vez mais e o medo do contágio, pacientes oncológicos têm deixado de fazer os procedimentos. A preocupação dos médicos é a piora dos casos e o avanço rápido do tumor, que reduz, e muito, as chances de cura.Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), há uma expectativa de 600 mil novos casos de câncer em 2021, seja em homens ou mulheres, e 230 mil mortes computadas. O diretor de oncologia do Grupo IMNE, Dr. André Porto, se preocupa com tal situação. “Estes números fazem parte do cenário inicial, sem pandemia. Porém, quando acrescentamos uma situação caótica como a que vivemos hoje, é óbvio que tudo se agrava. Pelas estatísticas é que possível que exista um aumento na mortalidade em torno de 30%”, diz.
Oncologista André Porto alerta para disparada de novos casos (Foto: Silvana Rust)
Exames
O também oncologista cita que o Grupo IMNE atende 500 pacientes oncológicos por mês e 20% destes já foram diagnosticados com o novo coronavírus desde que a pandemia, de fato, se instalou na cidade de Campos.
“Percebemos sim um impacto direto que a pandemia está causando no atraso no diagnóstico. Quando falamos de câncer, tempo é a regra de ouro em relação ao sucesso do tratamento e estamos vendo isso. Acreditamos que razões para a demora são as dificuldades de acesso aos procedimentos, principalmente a biópsia e medo de procurar um médico. Os pacientes não estão fazendo biópsia, colonoscopia, ou seja, os exames de rastreamento. São componentes indiretos que mostram como a Covid-19 está atuando negativamente na vida destes pacientes oncológicos”, comenta Dr. André Porto.
Preocupação
Com a demora em procurar um médico, há um aumento da agressividade da doença, diminuindo as chances de cura.
“Hoje, tivemos um aumento expressivo de pacientes que chegam em estágio mais avançado da doença e sem muita chance da gente estruturar um tratamento em que se possa alcançar o benefício máximo que é a cura. São cerca de 30 pacientes novos por semana que procuram as nossas unidades. Essa é a nossa preocupação e precisamos informar isso, pois a verdade é que está morrendo mais gente de câncer do que antes da pandemia. A doença não vai esperar a Covid-19 passar, ela vai arrastar todo mundo junto”, alerta o especialista.
Equipe
A equipe de oncologia do Grupo IMNE está mobilizada e se esforçando para manter a assistência dos pacientes.
“Desde o início da pandemia, a equipe não parou um minuto e as cirurgias oncológicas também não. O controle do câncer, de certa forma, é protocolar e a gente vem se adequando obviamente do ponto de vista de estrutura. Porém, os pacientes precisam de tratamento de quimioterapia e radioterapia, todos esses mantiveram suas agendas terapêuticas. Todo ano são registrados 20 milhões de casos novos de câncer no mundo. Não são números que podemos desprezar. Quem procura acha e quem acha cura”, garante o diretor.
A posição do paciente
Há dez anos, a aposentada Cirlene da Costa, de 55 anos, recebeu o diagnóstico de câncer no pulmão. Mesmo com o medo de infecção pelo novo coronavírus, a paciente segue firme com o tratamento.
“Agora, o cuidado é ainda maior, não saio de casa para outra coisa. Eu faço o tratamento e vou embora. Evito ter contato com muita gente e sigo os protocolos de higiene. A situação é muito séria. Acho que em um momento como este, o poder público deveria olhar para os pacientes oncológicos de outra forma, nós estamos correndo risco. Seria muito bom se tivéssemos mais atenção”, completa.
Exames
O também oncologista cita que o Grupo IMNE atende 500 pacientes oncológicos por mês e 20% destes já foram diagnosticados com o novo coronavírus desde que a pandemia, de fato, se instalou na cidade de Campos.
“Percebemos sim um impacto direto que a pandemia está causando no atraso no diagnóstico. Quando falamos de câncer, tempo é a regra de ouro em relação ao sucesso do tratamento e estamos vendo isso. Acreditamos que razões para a demora são as dificuldades de acesso aos procedimentos, principalmente a biópsia e medo de procurar um médico. Os pacientes não estão fazendo biópsia, colonoscopia, ou seja, os exames de rastreamento. São componentes indiretos que mostram como a Covid-19 está atuando negativamente na vida destes pacientes oncológicos”, comenta Dr. André Porto.
Preocupação
Com a demora em procurar um médico, há um aumento da agressividade da doença, diminuindo as chances de cura.
“Hoje, tivemos um aumento expressivo de pacientes que chegam em estágio mais avançado da doença e sem muita chance da gente estruturar um tratamento em que se possa alcançar o benefício máximo que é a cura. São cerca de 30 pacientes novos por semana que procuram as nossas unidades. Essa é a nossa preocupação e precisamos informar isso, pois a verdade é que está morrendo mais gente de câncer do que antes da pandemia. A doença não vai esperar a Covid-19 passar, ela vai arrastar todo mundo junto”, alerta o especialista.
Equipe
A equipe de oncologia do Grupo IMNE está mobilizada e se esforçando para manter a assistência dos pacientes.
“Desde o início da pandemia, a equipe não parou um minuto e as cirurgias oncológicas também não. O controle do câncer, de certa forma, é protocolar e a gente vem se adequando obviamente do ponto de vista de estrutura. Porém, os pacientes precisam de tratamento de quimioterapia e radioterapia, todos esses mantiveram suas agendas terapêuticas. Todo ano são registrados 20 milhões de casos novos de câncer no mundo. Não são números que podemos desprezar. Quem procura acha e quem acha cura”, garante o diretor.
A posição do paciente
Há dez anos, a aposentada Cirlene da Costa, de 55 anos, recebeu o diagnóstico de câncer no pulmão. Mesmo com o medo de infecção pelo novo coronavírus, a paciente segue firme com o tratamento.
“Agora, o cuidado é ainda maior, não saio de casa para outra coisa. Eu faço o tratamento e vou embora. Evito ter contato com muita gente e sigo os protocolos de higiene. A situação é muito séria. Acho que em um momento como este, o poder público deveria olhar para os pacientes oncológicos de outra forma, nós estamos correndo risco. Seria muito bom se tivéssemos mais atenção”, completa.
Fonte Terceira Via
Nenhum comentário:
Postar um comentário