Ideia é desenvolver o plano por meio de Parceria Público Privada, após debate com feirantes e sociedade
POR ALOYSIO BALBIPrefeitura tem projeto que transfere feira do mercado
Está pronto um projeto que irá alterar a fisionomia da área central de Campos, e que consiste na mudança de endereço da Feira Livre e da Peixaria do Mercado Municipal. Há seis décadas ocupando a área do entorno do prédio do Mercado, a Feira Livre e a Peixaria vão para a Praça da República, atrás da Rodoviária Roberto Silveira.
Não é uma mudança radical, pois a distância de onde funciona e onde passará a funcionar é de menos de 300 metros. O projeto prevê uma peixaria modelo, a ser ocupada pelos permissionários que operam na atual, e a Feira Livre, que ganhará mais amplitude. O plano prevê, ainda, um restaurante e um banco de alimentos.
O prefeito Wladimir Garotinho, ao confirmar o projeto com exclusividade para o J3News, disse que é compreensível alguma resistência por parte dos feirantes, mas que eles vão se convencer de que a mudança será para melhor.
“Isso vai demandar um amplo debate com eles [feirantes] e a sociedade. Estamos convencidos de que a mudança é necessária e trará benefícios em todos os sentidos. Mas, tudo será amplamente discutido. Volto a dizer que é compreensível que haja alguma resistência. Temos que compreender isso, mas acredito que todos aprovarão, pois serão os grandes beneficiados. O consumidor também será beneficiado, assim como o Centro”, argumentou o prefeito.
O projeto está a cargo das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e da Agricultura, Pecuária e Pesca. O secretário de Agricultura, Almy Júnior, disse que a tendência é de que seja desenvolvido o modelo de Parceria Pública Privada (PPP).
“A PPP é realmente o melhor caminho para viabilizar o projeto, até porque é assim que funciona em outras cidades”, disse Almy.
A mudança resolveria um problema antigo: a recuperação do Mercado Municipal, dando visibilidade ao prédio histórico, e destinando o imenso espaço da Praça da República, que deixaria de ser centro de convivência para se transformar em um equipamento de atividade econômica.
Banco de alimentos
A área também abrigará um banco de alimentos, a ser gerido pelo município, onde feirantes, empresas e toda a sociedade poderão destinar produtos que seriam descartados. A unidade terá a missão de receber os produtos, fazer a triagem e acondicioná-los em embalagens. Tudo isso será destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar. Trata-se de uma ferramenta que evita desperdícios e que já funciona bem em outros grandes centros.
Ainda segundo o secretário de Agricultura, a dinâmica do espaço já está desenhada, mas o projeto é passível de alterações. Uma das possibilidades é que a Rua Barão do Amazonas, a partir do cruzamento com a Rua tenente Coronel Cardoso (antiga Formosa), se transforme em um corredor em direção à Praça da República.
A empresa que já mostrou interesse em uma PPP para montar e administrar esse novo equipamento também avalia assumir o entorno, como também o Parque Alberto Sampaio. “A questão do Banco de Alimentos é um dos itens que ficaria sob a responsabilidade da Prefeitura. Tudo isso está sendo discutido”, disse o secretário de Agricultura.
Prédio do Mercado na Paisagem
Foi na década de 1970 que o então prefeito Raul Linhares construiu a cobertura metálica da feira e da peixaria, tirando a visibilidade do Mercado Municipal, que começou a ser construído em 1918 e foi inaugurado em 15 de setembro de 1921. A arquitetura do prédio foi inspirada no Mercado de Nice, na França, com duas alas longitudinais e uma torre do relógio no entroncamento. É considerado um tesouro do patrimônio arquitetônico da cidade.
A mudança da feira e da peixaria para a Praça da República vai dar uma visibilidade ampla ao prédio, cuja outra face está comprometida visualmente pelo Shopping Popular Michel Haddad. Essa parte vai seguir critérios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, podendo ser um bulevar, na forma de espaço livre conjugado com uma área gastronômica.
Mudança divide opiniões no Mercado
Como o prefeito Wladimir previu, o projeto divide opiniões, principalmente na feira. O vice-presidente da Associação dos Feirantes, José Ricardo Coutinho, é contra.
Está pronto um projeto que irá alterar a fisionomia da área central de Campos, e que consiste na mudança de endereço da Feira Livre e da Peixaria do Mercado Municipal. Há seis décadas ocupando a área do entorno do prédio do Mercado, a Feira Livre e a Peixaria vão para a Praça da República, atrás da Rodoviária Roberto Silveira.
Não é uma mudança radical, pois a distância de onde funciona e onde passará a funcionar é de menos de 300 metros. O projeto prevê uma peixaria modelo, a ser ocupada pelos permissionários que operam na atual, e a Feira Livre, que ganhará mais amplitude. O plano prevê, ainda, um restaurante e um banco de alimentos.
O prefeito Wladimir Garotinho, ao confirmar o projeto com exclusividade para o J3News, disse que é compreensível alguma resistência por parte dos feirantes, mas que eles vão se convencer de que a mudança será para melhor.
“Isso vai demandar um amplo debate com eles [feirantes] e a sociedade. Estamos convencidos de que a mudança é necessária e trará benefícios em todos os sentidos. Mas, tudo será amplamente discutido. Volto a dizer que é compreensível que haja alguma resistência. Temos que compreender isso, mas acredito que todos aprovarão, pois serão os grandes beneficiados. O consumidor também será beneficiado, assim como o Centro”, argumentou o prefeito.
O projeto está a cargo das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico e da Agricultura, Pecuária e Pesca. O secretário de Agricultura, Almy Júnior, disse que a tendência é de que seja desenvolvido o modelo de Parceria Pública Privada (PPP).
“A PPP é realmente o melhor caminho para viabilizar o projeto, até porque é assim que funciona em outras cidades”, disse Almy.
A mudança resolveria um problema antigo: a recuperação do Mercado Municipal, dando visibilidade ao prédio histórico, e destinando o imenso espaço da Praça da República, que deixaria de ser centro de convivência para se transformar em um equipamento de atividade econômica.
Banco de alimentos
A área também abrigará um banco de alimentos, a ser gerido pelo município, onde feirantes, empresas e toda a sociedade poderão destinar produtos que seriam descartados. A unidade terá a missão de receber os produtos, fazer a triagem e acondicioná-los em embalagens. Tudo isso será destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar. Trata-se de uma ferramenta que evita desperdícios e que já funciona bem em outros grandes centros.
Ainda segundo o secretário de Agricultura, a dinâmica do espaço já está desenhada, mas o projeto é passível de alterações. Uma das possibilidades é que a Rua Barão do Amazonas, a partir do cruzamento com a Rua tenente Coronel Cardoso (antiga Formosa), se transforme em um corredor em direção à Praça da República.
A empresa que já mostrou interesse em uma PPP para montar e administrar esse novo equipamento também avalia assumir o entorno, como também o Parque Alberto Sampaio. “A questão do Banco de Alimentos é um dos itens que ficaria sob a responsabilidade da Prefeitura. Tudo isso está sendo discutido”, disse o secretário de Agricultura.
Prédio do Mercado na Paisagem
Foi na década de 1970 que o então prefeito Raul Linhares construiu a cobertura metálica da feira e da peixaria, tirando a visibilidade do Mercado Municipal, que começou a ser construído em 1918 e foi inaugurado em 15 de setembro de 1921. A arquitetura do prédio foi inspirada no Mercado de Nice, na França, com duas alas longitudinais e uma torre do relógio no entroncamento. É considerado um tesouro do patrimônio arquitetônico da cidade.
A mudança da feira e da peixaria para a Praça da República vai dar uma visibilidade ampla ao prédio, cuja outra face está comprometida visualmente pelo Shopping Popular Michel Haddad. Essa parte vai seguir critérios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, podendo ser um bulevar, na forma de espaço livre conjugado com uma área gastronômica.
Mudança divide opiniões no Mercado
Como o prefeito Wladimir previu, o projeto divide opiniões, principalmente na feira. O vice-presidente da Associação dos Feirantes, José Ricardo Coutinho, é contra.
José Ricardo é vice-presidente da associação de feirantes
“Muito oportuna a vinda do J3News aqui. Estamos sabendo que o projeto muda a feira de lugar e somos contra essa mudança. Isso aqui é nossa raiz. Queremos melhorias aqui e não mudança de local. Mas estamos abertos ao diálogo”, disse José Ricardo.
Por outro lado, o feirante mais antigo, Ananias Crespo, de 77 anos, 57 deles vividos naquele espaço, acha que o projeto pode ser bom.
“Mudar para melhor é bom. Digo que, se for com uma logística melhor, não vejo nenhum problema em ir para a Praça da República. Acho que pode ser uma mudança boa”, disse o veterano da feira.
Já na Peixaria, Edna Márcia Coutinho, com mais de 20 anos trabalhando na venda de pescado, considera boa a proposta de uma estrutura melhor na Praça da República.
“Se for mesmo para melhorar, temos que apoiar. Acho que um espaço maior aqui ao lado seria ótimo. O que não queremos é mudar para um lugar fora do Centro”, disse Edna.
“Muito oportuna a vinda do J3News aqui. Estamos sabendo que o projeto muda a feira de lugar e somos contra essa mudança. Isso aqui é nossa raiz. Queremos melhorias aqui e não mudança de local. Mas estamos abertos ao diálogo”, disse José Ricardo.
Por outro lado, o feirante mais antigo, Ananias Crespo, de 77 anos, 57 deles vividos naquele espaço, acha que o projeto pode ser bom.
“Mudar para melhor é bom. Digo que, se for com uma logística melhor, não vejo nenhum problema em ir para a Praça da República. Acho que pode ser uma mudança boa”, disse o veterano da feira.
Já na Peixaria, Edna Márcia Coutinho, com mais de 20 anos trabalhando na venda de pescado, considera boa a proposta de uma estrutura melhor na Praça da República.
“Se for mesmo para melhorar, temos que apoiar. Acho que um espaço maior aqui ao lado seria ótimo. O que não queremos é mudar para um lugar fora do Centro”, disse Edna.
Na peixaria, Bruno Rocha é favorável à mudanças que promovam melhorias
Em outro corredor da peixaria, Bruno Rocha, também com mais de 20 anos no box, diz que a expectativa de uma mudança para melhor é sempre salutar.
“Não conhecemos o projeto. Eu sou favorável. Se ficar provado que vamos mudar para um lugar central, é para melhor. Mas temos que debater muito isso”, concluiu.
Em outro corredor da peixaria, Bruno Rocha, também com mais de 20 anos no box, diz que a expectativa de uma mudança para melhor é sempre salutar.
“Não conhecemos o projeto. Eu sou favorável. Se ficar provado que vamos mudar para um lugar central, é para melhor. Mas temos que debater muito isso”, concluiu.
Antiga Ceasa poderá ser revitalizada
Antiga Ceasa poderá ser revitalizada
Projeto é de responsabilidade da Superintendência de Abastecimento
A estrutura da Central de Abastecimento (Ceasa), em Guarus, onde funcionou também a extinta Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), na década de 1970, está no foco para abrigar uma logística para receber e comercializar em escalas de varejo e atacado a produção regional do agronegócio. O novo superintendente de Abastecimento, órgão ligado à Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Alfredo Dieguez, vai apresentar um projeto ao prefeito Wladimir Garotinho.
Segundo Dieguez, a proposta é revitalizar o equipamento composto de 72 boxes e os galpões que dão suporte ao desembarque de produtos agrícolas. “São fortes os indicativos de que o agronegócio cresce em Campos e na região. Então, temos que aproveitar essa estrutura que está em local privilegiado, na BR-101, próximo ao aeroporto e à área Norte do município, além da divisa do Espírito Santo”, disse Dieguez.
O superintendente destaca a parte física e a chamada retroárea deste equipamento, com uma estrutura estratégica para atender o agronegócio. “Além do Espírito Santo, estamos perto da Região Serrana e temos também o Distrito Industrial, que terá ligação com a Ponte da Integração, por meio de uma estrada. Isso será um imenso incentivo à agricultura, principalmente aos pequenos produtores. O setor está se diversificando. Não se falava em soja, por exemplo, há uma década. Hoje temos, em Campos, gente plantando e até beneficiando esse tipo de grão”, disse Alfredo Dieguez.
O conceito do projeto, que implicará em câmara de resfriamento, geradores de energia e outros aparatos técnicos, é autossustentável a partir da premissa de que 10% da área serão destinados ao plantio de árvores frutíferas, reutilização de águas pluviais, biodigestor para produção de adubos, utilizando os produtos descartados na comercialização. “Em Cariacica, no Espírito Santo, existe um equipamento neste molde. Tudo isso será alimentado por energia solar”, acrescentou.
Antiga Ceasa poderá ser revitalizada
Projeto é de responsabilidade da Superintendência de Abastecimento
A estrutura da Central de Abastecimento (Ceasa), em Guarus, onde funcionou também a extinta Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), na década de 1970, está no foco para abrigar uma logística para receber e comercializar em escalas de varejo e atacado a produção regional do agronegócio. O novo superintendente de Abastecimento, órgão ligado à Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Alfredo Dieguez, vai apresentar um projeto ao prefeito Wladimir Garotinho.
Segundo Dieguez, a proposta é revitalizar o equipamento composto de 72 boxes e os galpões que dão suporte ao desembarque de produtos agrícolas. “São fortes os indicativos de que o agronegócio cresce em Campos e na região. Então, temos que aproveitar essa estrutura que está em local privilegiado, na BR-101, próximo ao aeroporto e à área Norte do município, além da divisa do Espírito Santo”, disse Dieguez.
O superintendente destaca a parte física e a chamada retroárea deste equipamento, com uma estrutura estratégica para atender o agronegócio. “Além do Espírito Santo, estamos perto da Região Serrana e temos também o Distrito Industrial, que terá ligação com a Ponte da Integração, por meio de uma estrada. Isso será um imenso incentivo à agricultura, principalmente aos pequenos produtores. O setor está se diversificando. Não se falava em soja, por exemplo, há uma década. Hoje temos, em Campos, gente plantando e até beneficiando esse tipo de grão”, disse Alfredo Dieguez.
O conceito do projeto, que implicará em câmara de resfriamento, geradores de energia e outros aparatos técnicos, é autossustentável a partir da premissa de que 10% da área serão destinados ao plantio de árvores frutíferas, reutilização de águas pluviais, biodigestor para produção de adubos, utilizando os produtos descartados na comercialização. “Em Cariacica, no Espírito Santo, existe um equipamento neste molde. Tudo isso será alimentado por energia solar”, acrescentou.
Antiga Ceasa poderá ser revitalizada
Alfredo Dieguez acredita que o segmento privado que opera o agronegócio terá grande interesse nesta estrutura e que produtores de 20 municípios fluminenses poderão ser beneficiados. Na semana passada, ele teve um encontro com o secretário de Agricultura, Almy Júnior. Dieguez também pretende se encontrar com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mauro Silva.
“Esse projeto foi elaborado com base em muita pesquisa de mercado e comportamento da economia. Estamos dando tratamento final a partir de atualizações de informações técnicas”, afirmou.
O superintendente destacou também como ponto positivo que favorece a iniciativa a recuperação de mais de 20 estradas que cortam a zona rural do município.
Alfredo Dieguez acredita que o segmento privado que opera o agronegócio terá grande interesse nesta estrutura e que produtores de 20 municípios fluminenses poderão ser beneficiados. Na semana passada, ele teve um encontro com o secretário de Agricultura, Almy Júnior. Dieguez também pretende se encontrar com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mauro Silva.
“Esse projeto foi elaborado com base em muita pesquisa de mercado e comportamento da economia. Estamos dando tratamento final a partir de atualizações de informações técnicas”, afirmou.
O superintendente destacou também como ponto positivo que favorece a iniciativa a recuperação de mais de 20 estradas que cortam a zona rural do município.
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