Independente de decretar situação de emergência ou não por conta da seca, a Defesa Civil em Campos irá fazer um Formulário de Informação de Desastre (FID), com todos os dados levantados pelos órgãos envolvidos, e enviar ao Ministério da Integração Nacional. A informação é do diretor executivo da Defesa Civil em Campos, major Edson Pessanha. Ao apresentar o relatório em Brasília, Campos pode se credenciar para conseguir recursos que visem minimizar os impactos provocados pela longa estiagem. Nesta sexta-feira, o rio Paraíba do Sul estava 1,30 metros abaixo da cota normal, que é de 5,80 metros.
Por conta da falta de chuvas na região, o superintendente de Agricultura e Pecuária, Nildo Cardoso, na última quarta-feira, convidou entidades representativas ligadas ao setor no município, secretarias e superintendências municipais e a Coordenadoria de Defesa Civil de Campos para uma reunião prévia. O encontro aconteceu no auditório da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) do Campus Campos. O grupo discutiu os problemas relacionados à estiagem.
De acordo com Nildo, ouvir as entidades é fundamental para a elaboração de um documento onde conste todas as informações e o diagnóstico da estiagem no município. “O objetivo foi debater a questão da estiagem com as entidades da sociedade civil ligadas ao setor e secretarias municipais para elaboramos um documento que possa trazer todas as informações sobre a real situação da região, que vem sofrendo com uma grande quantidade de animais mortos, além disso, a produção agrícola está prejudicada com a seca. A salinização dos lençóis na Baixada Campista e a falta de água nos demais distritos também preocupam. É um setembro atípico, sem chuvas, bem diferente dos anos anteriores”, afirmou o superintendente.
O diretor executivo da Defesa Civil em Campos, major Edson Pessanha, explica que para decretar situação de emergência são necessários elementos que justifiquem o ato.
— O prefeito (Rafael Diniz) pode vir a decretar situação de emergência, mas ele precisa estar a par de todas as informações levantadas por todas as secretarias envolvidas, principalmente, a de Agricultura e Pecuária, de Desenvolvimento Ambiental e a de Saúde, por conta dos atendimentos às crianças e aos idosos com problemas respiratórios em decorrência do clima seco — disse Edson.
Sem previsão de chuva— A temperatura em Campos de 33 graus com sensação térmica de 36ºC. A previsão, de institutos oficiais, para os próximos dias é da mesma média com probabilidade zero de chuva. A umidade do ar é de 49%.
Os municípios do Norte/Noroeste Fluminense têm até o início da próxima semana para fazer um levantamento dos prejuízos com a longa estiagem que castiga a região e fundamentar a edição de decretos de emergência a serem encaminhados ao governo federal a fim de amenizar os prejuízos. Nesta terça-feira, prefeitos e secretários estiveram reunidos, em Miracema, com o secretário Estadual de Agricultura e Pecuária, Jair Bitencourt, para encaminhar pedido de socorro a Brasília.
Bitencourt viaja para a capital federal na próxima quarta-feira. Até lá, espera que os municípios tenham concluído toda a documentação para a formalização dos decretos e o reconhecimento formal da situação através da Secretaria de Desenvolvimento do Ministério da Integração Nacional. Itaperuna, Natividade, Aperibé, Porciúncula, Varre-Sai, Italva, Itaocara, São José de Ubá e Laje do Muriaé preparam o decreto.
Outros cinco municípios já fizeram o mesmo, casos de Bom Jesus de Itabapoana, Santo Antônio de Pádua, São Fidelis, Miracema, São Francisco de Itabapoana e Itaocara. Campos, Cardoso Moreira e Cambuci ainda não definiram se irão decretar emergência. Na preparação dos documentos, os municípios contarão com o suporte da Emater.
Na região, já são mais de quatro meses sem chuva. Só em São Fidélis, segundo a secretaria de Defesa Civil, são mais de 100 animais mortos e queda de 50% na produção de leite. Em alguns municípios, os moradores recorreram a carros-pipa.