A prefeita Francimara Barbosa Lemos prestigiou o evento e se emocionou ao dividir entre os participantes um pouco da sua luta contra o câncer. “Eu me sinto honrada por estar aqui. Cada um com sua dor e seu sofrimento, pois só quem passa sabe o tamanho que é, e eu sempre digo isso. Muitas vezes a gente não consegue encontrar o foco. Falo como mulher que também sofreu. Tem 20 dias que terminou a minha radioterapia e hoje vou voltando ao normal. Eu quero viver mais. Antes da doença eu era uma Francimara e hoje sou outra. Tenho certeza plena que Deus me deu uma segunda chance e de poder ajudar as pessoas. Vamos superar tudo”, animou a prefeita.
A coordenadora do NUPRAPAC, a oncologista Elizabeth Uhl, pontuou algumas informações importantes. “Essa é uma forma de falar em prevenção, de conversar e mostrar a força de cada paciente através do grupo de incentivo, no qual eu aplaudo porque é uma atitude brilhante. As pessoas têm a doença e estão aí felizes. Tem paciente que não operou a mama, mas está aqui se informando. Se tem uma suspeita, não tenham medo. Busquem apoio”, sugeriu a oncologista, que ainda deu mais uma orientação. “A sugestão é de que seja feita a mamografia a cada ano”, ressaltou a médica.
Próteses de mama com nódulos fixo e móveis ficaram à disposição dos participantes para treinamento de autoexame pela enfermeira Virgínia Correa. Ao ser orientada, a moradora de Maguinhos Ednea Pedrosa Galaxe, 70 anos, revelou que a descoberta da doença nela foi em casa. “Há três anos, eu estava tomando banho quando fiz o autoexame e logo percebi um caroço. Logo fui ao médico e fiz todos os exames que comprovaram a presença do câncer de mama. Foi um sofrimento muito grande, mas a gente vence”, lembrou Ednea, que também fez elogios ao evento. “Tudo aqui está sendo maravilhoso. Precisa ter mais vezes, porque esse trabalho é muito importante, já que muitos ainda têm medo”, disse.
Para o evento também foi realizada uma palestra motivacional ministrada pela psicóloga Ludmila Lang, umas das responsáveis pelo Grupo de Apoio Recomeço, que oferece acolhimento a pacientes em tratamento oncológicos num hospital particular no município de Campos dos Goytacazes. Entre os temas abordados, a psicóloga falou sobre as reações emocionais dos pacientes, tratamento, importância da família, estigmas e a psico oncologia (trabalho de acolhimento, orientação e comunicação entre paciente – equipe e família).
Depois de cinco anos de tratamento contra o câncer de mama, a aposentada Maria das Graças Barreto exibe com muito orgulho a foto que tirou junto com outras mulheres do Grupo Recomeço. “Eu descobri a doença logo no começo e fiz todo o tratamento. Nunca perdi a esperança”, revelou confiante a aposentada.
Ao final do encontro, os participantes receberam um brinde contendo broche e cordão relacionado ao tema do Outubro Rosa e se confraternizaram.
Progressos no NUPRAPAC
Em suas palavras, Elizabeth pontuou alguns avanços do Núcleo. “Quando mostramos o projeto à prefeita Francimara, ela compreendeu e muito, porque as pessoas saberiam onde recorrer. Quando iniciamos os trabalhos a procura foi muito grande. Em menos de dois meses, já atendemos mais de 60 pessoas. A enfermeira Virgínia foi peça fundamental desse Núcleo e juntas conseguimos orientar e direcionar os casos. Mas a proposta desse espaço também é trabalhar prevenção, pois através dessas medidas o tratamento será menos agressivo e as pacientes terão menos efeitos colaterais”, esclareceu.
Ao apontar os casos, a enfermeira Virgínia Correa fez um balanço da situação dos munícipes. “São Francisco não tinha um espaço específico voltado para essa área e tinha potencial de risco com atividades em sol na pesca, exposição em agrotóxico e outros fatores. Por isso sentimos a necessidade de um espaço como esse até para podermos fazer a parte da prevenção também”, destacou.
Antes de finalizar, a coordenadora do NUPRAPAC motivou as participantes. “O diagnóstico precoce melhora o tempo de vida dos pacientes. Quem está em tratamento, acredite que as coisas irão melhorar. Conversem quando tiver de conversar, chorem quando tiver de chorar. Nós respeitamos a sensibilidade e a individualidade
de cada um”, finalizou.
Ascom SFI