Prefeito eleito e Fabiana Catalani apontam situação preocupanteFoto: Filipe Lemos /Campos 24 Horas e Divulgação
O prefeito eleito de Campos, Rafael Diniz(PPS), e a médica Fabiana Catalani, futura secretária de Saúde, concederam uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira(28). A Saúde pública no município foi o tema principal da coletiva. Catalani fez duras críticas a atual situação da Saúde pública, a classificando como “trágica”.
Diversos pontos que preocupam a futura gestão foram elencados: Infraestrutura de unidades de Saúde, falta de material básico como medicamentos e insumos, ambulâncias sucateadas, funcionários sem pagamento e convênios e dívidas com hospitais contratualizados.
“Enquanto vereador sempre defendi uma Saúde de qualidade e não vai ser diferente no momento em que assumirmos. Nos últimos anos não faltou dinheiro na Saúde de Campos, faltou gestão e por isso a situação chegou ao jeito que está hoje. Mas a reconstrução da nossa Saúde vai começar de dentro para fora, com nossos servidores que trabalham nesses locais há anos. Contamos com eles para isso”, afirmou o prefeito eleito.
“Estamos entrando nessa fase final do período de transição, já prédefine uma comunhão dos que estão entrando e os que de fato estão saindo, principalmente os cargos de indicação. Agradeço a colaboração de Doutor Geraldo Venâncio”, afirma a secretária, acrescentando que: “Eu fiquei preocupada em relação as reclamações nos atendimentos de urgência e emergência, que está completamente vinculado aos hospitais municipais e as unidades pré-hospitalares que deveriam estar atendendo essa população, estabilizando o paciente grave que chega e levando ele até uma unidade maior, para casos se for cirúrgico ou terapia intensiva. Estamos preocupados com o desabastecimento de muitos itens, materiais, medicamentos e demais insumos. Alguns profissionais contaram que há muitos materiais que não entram nas unidades. Vamos verificar os materiais a disposição desses hospitais. Ainda não sabemos de fato o que tem de saldo desses processos licitatórios”, disse Fabiana Catalani.
MUITAS FALTAS
De acordo ainda com Catalani, a equipe responsável pela transição na área da Saúde está assustada. “Recebemos diariamente relatos de funcionários que não possuem a mínima estrutura para trabalhar. Faltam medicamento, materiais e insumos. Em muitas unidades não há água ou sabonete para eles lavarem as próprias mãos”, revelou Fabiana, destacando que muitos desses profissionais recebem pela forma de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) e estão com salários atrasados.
Outro problema enfrentado são as unidades de Saúde que hoje não possuem infraestrutura necessária para atendimento. São centros cirúrgicos com infiltrações e mofos nas paredes, falta de vagas em enfermarias, com pacientes sendo obrigados a ficar em corredores, centros odontológicos sem material, entre outros problemas. “Hoje vivemos uma tragédia na Saúde, com unidades fechadas, médico sem atender, falta de material humano e básico”, disse Catalani.
As ambulâncias sucateadas também foram citadas como uma séria dificuldade que será enfrentada pela próxima gestão. Segundo Catalani, hoje existe um local com diversas ambulâncias se deteriorando.
Uma das maiores preocupações é relacionada a convênios e dívidas dos hospitais contratualizados. “Esses hospitais são de extrema importância no atendimento da população, já que eles dão continuação ao atendimento emergencial e desafoga os hospitais de emergência. Mas hoje há uma dívida do município com esses hospitais, que seria dividida em sete parcelas, mas que foram pagas apenas quatro. Além disso, os convênios com essas entidades terminam no final do ano e precisamos entender o quadro real”, comentou Fabiana, afirmando que também há dívidas com hospitais oncológicos que precisam ser esclarecidas.
Por fim, Catalani destacou a preocupação do futuro governo relacionada à dengue, principalmente durante o verão, período de maior proliferação. Ela afirmou que trabalhos de prevenções serão feitos e que já existe uma equipe técnica realizando levantamos de casos para evitar problemas maiores no próximo ano.
Até esta publicação, a prefeitura não havia se manifestado sobre a situação da área de Saúde apontada pelos entrevistados.
Fonte: Ascom com redação/Show Francisco