Já são 9 no total, com novos registros em Casimiro e São Pedro da Aldeia
Subiu para nove o número de casos de febre amarela silvestre confirmados no Estado do Rio. Dois dos três novos registros são em Casimiro de Abreu — onde já havia cinco casos, um deles com morte — e um em São Pedro da Aldeia, também na Região dos Lagos — o paciente havia visitado a zona rural de Casimiro.
O outro caso confirmado é de um morador de São Fidélis, no Norte Fluminense. A Secretaria estadual de Saúde (SES) também anunciou que esperava receber do Ministério da Saúde, ainda ontem, novos lotes da vacina para abastecer 28 municípios considerados vulneráveis a um possível surto da doença. O número total de doses esperado não foi divulgado.
Após se reunir com o presidente Michel Temer em Brasília, o prefeito Marcelo Crivella disse que, até o final da semana, o governo federal enviará mais 200 mil doses de vacina contra a febre amarela. “Vamos fazer cinturão na cidade do Rio”, anunciou, ao destacar, porém, que “não há nenhum caso” de febre amarela registrado na cidade.
Com o anúncio de que as doses acabariam ontem, muita gente correu aos postos de saúde no Rio. “Soube que ia acabar e vim trazer meus dois filhos, de 11 e 12 anos. Onde eu moro tem muito verde, muito mato, é muito úmido… Por isso acho melhor prevenir”, contou a dona de casa Gisele Silva, de 35 anos, que mora no Grajaú e recorreu ao CMS Heitor Beltrão, na Tijuca.
Apesar da longa fila, com mais de 70 pessoas, o atendimento não levou mais de uma hora. O número de funcionários destacado para o serviço —pelo menos 10 — era visivelmente maior em relação a dias anteriores.
Em nota, a prefeitura de São Pedro da Aldeia informou que o paciente diagnosticado com febre amarela não foi infectado no município, mas na zona rural de Casimiro de Abreu.
“A Secretaria Municipal de Saúde segue em contato com o Estado, a fim de identificar quadro clínico, dados e unidade onde o paciente está recebendo devido tratamento. Vale destacar que não há nenhum caso confirmado de morador infectado no território de São Pedro da Aldeia”, diz o documento.
Dose deve ser fracionada
Diante da grande procura pela vacina em vários estados, o Ministério da Saúde já estuda fracionar as doses para conseguir dar conta da demanda. Assim como já ocorreu em países africanos, cada dose seria diluída por cinco. Neste caso, o prazo do efeito protetor da vacina cairia de 10 anos para um. A decisão deve sair até terça-feira.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que já enviou ao Brasil, no dia 24, um reforço de 3,5 milhões de doses da vacina contra a febre amarela, após pedido formal das autoridades. As doses chegaram ao Rio para ser usadas aqui e também nos estados de São Paulo e Bahia. Os 92 municípios fluminenses já receberam este ano mais de 3,1 milhões de doses da vacina.
Duas novas vítimas passam bem
A Prefeitura de Casimiro de Abreu informou que os dois novos pacientes de febre amarela já estão em casa e se recuperando bem. Eduardo Freedman Lemos deu entrada no Hospital Municipal Ângela Maria Simões Menezes no dia 20. Já Oswaldo Gomes de Azevedo foi internado no dia seguinte.
Ambos foram imediatamente transferidos para o Hospital dos Servidores, no Rio, de onde receberam alta. Hoje, mais 3 mil doses da vacina serão distribuídas às unidades do Programa Saúde da Família. Até terça-feira, 17% da população do município ainda não tinham sido imunizadas.
Os 28 municípios considerados estratégicos para receber mais doses são Araruama, Armação dos Buzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Cachoeiras de Macacu, Carapebus, Engenheiro Paulo de Frontin, Iguaba Grande, Itaperuna, Macaé, Magé, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Paraíba do Sul, Petrópolis, Quissamã, Resende, Rio das Ostras, São Francisco de Itabapoana, São José do Vale do Rio Preto, São Pedro da Aldeia, São João da Barra, Saquarema, Tanguá, Teresópolis, Três Rios e Valença. De acordo com a SES, outros 36 municípios, dos 64 avaliados como prioritários, já receberam doses em quantidade suficiente.
Estado cobra 9 milhões de doses
De acordo com a OMS, mais de 18,8 milhões de doses já foram distribuídas pelo governo federal, enquanto a entidade e outros organismos internacionais mobilizaram 15 especialistas estrangeiros para ajudar a dar uma resposta. Ainda assim, o volume de vacinas produzidas no Brasil não era suficiente. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, porém, garante não haver falta da vacina: “As vacinas estão sendo distribuídas de acordo com a cota estabelecida”.
No Rio, a estimativa do estado é de que sejam necessárias entre 8 e 9 milhões de novas doses para imunizar 12 milhões de pessoas até o fim do ano. “Não vamos abrir mão de imunizar toda a população do Rio e contamos com o Ministério para atender à demanda”, reafirmou o secretário Luiz Antonio Teixeira Jr.
Campos 24 Horas/Show Francisco