Ao todo, foram registrados quatro casos da doença no município só este ano, sendo que dois evoluíram para óbito
Foto: Divulgação/Secom PMCG
Campos já obteve a confirmação laboratorial de quatro casos de febre maculosa este ano, sendo que dois evoluíram para óbito, ou seja, uma taxa de letalidade de 50%. Desde 2021, a doença causada pela bactéria do gênero Rickettsia rickettisii vem sendo registrada ao longo do ano no município, entretanto, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS) alerta a população para o período de sazonalidade, que tem maior incidência nos meses de junho a outubro.
O óbito mais recente foi de um adolescente de 13 anos e aconteceu no dia 20 de junho. Morador de Goitacazes, ele deu entrada no Hospital São José (HSJ) no dia 19, com sintomas como febre, cefaleia, vômito e dor abdominal. Anteriormente, um homem de 37 anos, morador da localidade Santo Amaro, na Baixada Campista, foi a óbito no dia 5 de abril, também por febre maculosa.
Também está em investigação o óbito de um homem de 59 anos. Ele deu entrada na Unidade Pré-Hospitalar (UPH) de Farol de São Tomé, no dia 20 de junho, com falta de ar, febre, náuseas, vômito, entre outros sintomas. Transferido para o HSJ no mesmo dia, o quadro evoluiu para febre hemorrágica e o paciente foi a óbito no dia 21.
Sintomas
O diretor de Vigilância em Saúde, o infectologista Rodrigo Carneiro, explica que a febre maculosa, transmitida aos seres humanos por carrapatos, especialmente os do gênero Amblyomma sculptum (carrapato-estrela), é uma doença de início súbito, que lembra um pouco a dengue. Os pacientes iniciam com quadro de febre, dores pelo corpo, dor abdominal, náusea, vômito, mas a febre maculosa tem algumas características, principalmente as lesões de pele.
“Normalmente essas manchas avermelhadas se originam nas extremidades, que são mãos, punhos, pés e tornozelos e, posteriormente, vão se espalhando pelo corpo. O importante é conscientizar a população de que quem transmite a febre maculosa é um carrapato, então, os trabalhadores rurais, pessoas que habitam em áreas rurais ou na interseção entre áreas urbana e rural, onde haja pasto, campo de futebol, principalmente com presença de animais, devem vasculhar a superfície de seu corpo e procurar a presença de carrapatos e, caso forem encontrados, devem ser retirados. As pessoas devem procurar auxílio médico caso os sintomas de febre, dores pelo corpo, dor abdominal, dor de cabeça apareçam e não melhorem nas primeiras 24 horas, sempre informar ao profissional de saúde da presença ou do risco de carrapatos no entorno de onde moram”, orienta o médico.
Ações de prevenção
Ainda de acordo com o especialista, Campos e região são consideradas áreas endêmicas da febre maculosa, então, todos os anos terá a repetição do número de casos. O combate à doença parte do poder público, mas também da conscientização da população e, para mitigar esse impacto, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) irão realizar uma visita técnica ao Local Provável de Infecção (LPI) do adolescente, nesta quarta-feira (26). O objetivo é fazer uma varredura atrás de possíveis locais com alta prevalência da presença do carrapato, que é o transmissor da bactéria.
“A principal forma de prevenção é, se possível, não entrar em áreas de mata ou de pasto. Se isso for inevitável, tente proteger a superfície do corpo com calças, blusas de manga longa, calçados fechados e fique somente o tempo necessário. Logo após a saída desse local, a superfície do corpo deve ser vasculhada quanto à presença de carrapato”, reforçou Rodrigo Carneiro.
Também será realizada uma campanha educativa para a população daquela região, principalmente na escola onde o adolescente estudava. Outra frente de trabalho será o treinamento das equipes de saúde que fazem o atendimento, principalmente da população da Baixada Campista.
Fonte: Secom/PMCG