'Jamais iria imaginar que aquilo iria tirar a vida da minha mãe', diz vendedor.
Secretário de saúde disse que acompanhantes não devem aplicar injeção.
“Jamais iria imaginar que aquilo iria tirar a vida da minha mãe”, afirma o vendedor que admitiu ter injetado a dieta em via errada na mãe internada no Hospital de Messejana, em Fortaleza, nesta quarta-feira (2), em Fortaleza. Segundo o vendedor, ele foi orientado por uma enfermeira a realizar procedimentos como aplicação de aerosol e injeção de alimentos pela sonda nos pacientes. “A primeira enfermeira que atendeu a gente nos ensinou a como fazer”, relata.
O vendedor explicou também que o episódio ocorreu após a mãe ter realizado exames e voltado para o leito, onde outra paciente perguntou se ele não iria aplicar a injeção que uma enfermeira havia deixao ao lado da cama. “Eu vi a medicação e fui dar, mas me confundi na hora e em vez de colocar na sonda coloquei na veia. Quando estava sentado, eu vi uma coisa estranha na minha mãe e levantei ligeiro, mas ela já estava babando. As enfermeiras me ensinaram, mas na hora eu tava (sic) abatido psicologicamente e arrasado e fiz o procedimento errado”, conta.
O secretário de saúde do Ceará, Arruda Bastos, informou que o caso já está sendo acompanhado para analisar se foi cometido algum erro da equipe do hospital. Sobre o procedimento que o filho da paciente diz ter sido orientado a fazer, o secretário afirma que se trata de uma orientação que deve ser feita apenas em casa. “A orientação é que todo o corpo de enfermagem faça esse procedimento nos leitos, dentro do hospital. Pelo que vimos nesse caso, se trata de um paciente crônico que, depois de estabilizar sua situação, iria ter alta e aí sim os procedimentos deveriam ser feitos em casa pelos familiares”, ressalta.
Boletim de Ocorrência
O hospital informou que registrou um Boletim de Ocorrência no 6º Distrito Policial, no Bairro Messejana, para que a polícia investigue o caso. Em nota, a direção do hospital lamentou a morte da paciente, que estava internada havia cinco dias para realizar exames por conta de suspeita de câncer no pulmão.
O delegado titular da delegacia de Messejana, Paulo César Cavalcante de Andrade, confirmou que foi feito um B.O. para investigar a morte suspeita da idosa, mas disse que as investigações vão ser iniciadas depois da divulgação do laudo cadavérico, que tem previsão de 30 dias.